Rebuscando na memória
Recordações da juventude
Vou dizer uma história
Que tem verdade e virtude.
É da famosa moedinha
Essa mesmo que estás a pensar!
Uma quinhenta pequenina
Que nos fartou de usar!
Depois de sair da escola
'Maningues' scones se comprava
Ao 'moleque' da camisola.
Só uma quinhenta custava!
Quantas vezes, lado a lado,
Com os colegas se meava
Um pacote de milho torrado.
Só uma QUINHENTA custava!
Aquele açúcar em cone
Em palitos se seguravam.
Até dois pirolitos da Ivone
Só uma QUINHENTA custavam!
E quantos amigos, bendito!
De repente te rodeavam
Pra trincar no... teu pirolito
Nunca mais eles te largavam!
E aqueles cones de jornal
Que cada vez mais apertavam
Com amendoim celestial
Só uma QUINHENTA custavam!
Mas é favor não esquecer
Que o puto era manguela
E fazia questão de o vender
Com a respectiva 'BACELA'!
Higiene e validade?
Só... M... como vitamina!
Que nos fez crescer sem vaidade
E a hoje chegar na linha!
Os bilhetes do machimbombo,
A circular pela cidade davam
Pra ir de lés a lés, sem estrondo
Só uma QUINHENTA custavam!
Muitas vezes regressávamos
A pé, ou pendurados no dito
Divertidos e gozávamos
Com um cobrador esquisito!
E isto tudo, está claro
No pensamento vai perdurar.
Nesse tempo não era raro
Por uma QUINHENTA se poupar!
Mais tarde e mais cresciditos
Já sabidos, mas com muito amor
Ouvirmos alguns mofanitos
Dizer: Dá quinhenta por favor!
No tempo da nossa QUINHENTA
Não havia nada d'inflação.
Era apenas a mesma QUINHENTA
Aquela q´está no coração!
Já longínqua do começo
Há a memória sedenta
Só e apenas pelo preço...
Meus amigos, DUMA QUINHENTA...
..... Anónimo .......
PS: Que saudades desse tempo!