Por Manuel Bernardo Gondola
Ruanda é um país africano da região dos grandes lagos, fica numa região chamada de grandes lagos. Ruanda construir um conflito bastante violento em 19[94]. Mas, qual foi a causa remota desse conflito? Portanto, os primeiros habitantes da região dos grandes lagos, foram o pigmeu que tem como descendentes os tuás. Tuás constituem quase que [1%] da população ruandesa nesse momento. Mas os habitantes, ou seja as populações mais conhecidas de Ruanda são os Hútus e Tutsis. Mas, porquê é que Hútus e tutsis são mais conhecidos e famosos em Ruanda? Porque são esses que travaram aquele conflito, quer dizer violência que é o genocídio conhecido na história como um dos genocídios mais violentos da história da humanidade no ano de 19[94].
Mas, qual é a causa remota desse genocídio de Ruanda e como é que Ruanda conseguiu sair dessa situação ao ponto de hoje ser uma [referência] no continente africano. Vou passo por passo.
Primeiros habitantes do Ruanda são pigmeus, mas que deixaram descendentes tuás depois vêm hútus. Os Hútus de certeza absoluta são de origem bantú. Pela sua fisionomia, altos de pele escura e de nariz um pouquinha largo. Portanto, segundo habitantes que tinham naquela região de grandes lagos.
Terceiros vêm tutsis, provavelmente os tutsis vêm de região de Alto Nilo. Pela sua fisionomia, de pele um pouquinho mais clara, altinhos, bem delgadinhos e de nariz também digamos, bem delgado e achatado. Portanto, hútus constituíam a maioria da população ruandesa na altura [90%] da população de Ruanda e [8/9%] portanto é tutsis.
Mas, como hútus eram maioria agricultores e tutsis eram criadores de gado claro, que tutsis ganhavam mais dinheiro em relação a hútus. Porquê, ganhavam mais dinheiro em relação a hútus? Porque a criação de gado tinha mais rendimento do que agricultura. Então, essa actividade transforma tutsis em aristocratas, enquanto hútus são transformados em vassalos. Ou seja, minoria tutsi acaba dominando a maioria hútu e tuás [1%] da população é quase que debelada.
Portanto, hútus acabam se sentindo marginalizados e tutsi também em capatazes são classe aristocrata e têm colaborado fortemente com colonizadores belgas, porque é Bélgica que coloniza o Ruanda.
Portanto, o tutsi se transforma num colaborador próximo de belgas, enquanto o hútu quase que senhores trabalhadores cultivadores de terras e etc., e são funcionários como escravos de Ruanda. Ora! Isso foi fomentando algum ódio ao longo do tempo, mas o ódio em relação ao hútu e tutsi se [agudiza] ainda mais após a segunda guerra mundial. Após a segunda guerra mundial, ouve uma viragem no panorama, ou na configuração social na Bélgica, porque Bélgica também como colónia de Ruanda tinham um cenário quase que idêntico. Porquê é que esse cenário é idêntico. Porque, Bélgica também tinha duas grandes etnias. Bélgica tinha valões de etnia francesa, mas também tinha flamengos. Valões eram minoria dominadora na Bélgica quase, que aristocratas à semelhança de Ruanda e flamengo eram digamos vassalos, ou classe menosprezada, mas os flamengos constituíam a maioria.
Então, o que foi que aconteceu. Após a segunda guerra mundial, principalmente nos anos [50] do século passado é que flamengos começam a dirigir-se para Ruanda. Ora! Dirigindo-se para o Ruanda criam uma certa simpatia com hútus e principalmente com alguns intelectuais hútus. Porquê conseguiram simpatia com hútus? Justamente, porque flamengos também eram maioria na Bélgica, discriminada e/ou menosprezados.
Os Hútus, também em Ruanda eram mesma coisa. Ou seja, eram uma maioria digamos discriminada e/ou menosprezada. Então, eles [flamengos] criam uma certa relação de estreitamento com os hútus. Nesse estreitamento intelectuais hútus nos anos [60] do século passado começam a revindicar. Começam a revindicar o poder em Ruanda dizendo «bom…, se nós somos a maioria, se nós somos os primeiros que chegamos aqui, porquê que o poder está nas mãos de tutsis?! Se tutsis são realmente estrangeiros e invasores!?».
Então, flamengos de Bélgica ou de belga introduziram essa mentalidade na cabeça de hútus, então é aí que começa aquele todo genocídio de 19[94]. Quer dizer, o famoso genocídio que a historia triste de Ruanda de 19[94] já mais irá esquecer.
Mas, o propósito aqui não é de falar desse triste cenário de [94]. Não! Agora o mais importante é debruçar-me sobre como é que foi possível, que o Ruanda após esse conflito violento, como foi possível Ruanda conseguir virar essa página triste de história. Como foi possível! Será que existe uma [varinha mágica] para isso!
Ora! Um País que está constantemente em conflito fica-lhe difícil restituir a paz. Há exemplo de alguns países em África, que estão em conflito violento e até hoje não conseguiram estabilidade política e institucional. Mas, como é que Ruanda conseguiu isso!
Olha! Há [3/6] meses atrás salve o erro, tive o privilégio de participar duma Conferência onde que [conferencista magistral] era o Presidente do Ruanda que é Paul Kagame ou Paul Kagamé. Portanto, nessa Conferência Kagamé deixou uma [lição] bastante importante, impressionante e demonstrativa de como o Ruanda saiu daquele cenário de conflito. Daquele cenário bastante assombrado de um dos conflitos mais violentos do século [XX] o genocídio de Ruanda. Mas…, o que foi que aconteceu.
Kagamé começou por explicar, que o Ruanda conseguiu fazer uma coisa impressionante. Ou seja, conseguiu [reduzir] o custo de democracia. O que é que significa [redução] de custos de democracia? [Redução] de custos de democracia, que a maior parte de pessoas entende é dinheiro ou questões económicas. Nada disso. Mas, basicamente redução de custo de democracia significa criação de um sistema fundamentado no consenso.
Ora! Quando se cria um sistema fundamentado no consenso, você só tem a ganhar do que a perder. Porquê você só tem a ganhar. Porque permiti que até certa medida, que a tomada de decisões [estruturantes] leve uma certa velocidade. Portanto, o Ruanda conseguiu fazer isso. Reduzir custos de democracia significa; convidar os Partidos da oposição a fazer parte do Governo¹. Portanto, convidando opositores, Partidos da oposição com assento parlamentar ou sem assento parlamentar fazendo parte do [Governo] rapidamente você toma decisões e toma grandes decisões estruturantes.
Portanto, foi isso que o Ruanda de Paul Kagamé fez e está fazendo.
Agora! O que isso tem a ver connosco? Pense você.
n/b:
¹Não confundir com GURN’s [Governos de Unidade e Reconciliação Nacional] e/ou GAIP’s [Governos Alargado de Iniciativa Presidencial].
Manuel Bernardo Gondola
Em Maputo, 15 de Março 20[20]