Pelo menos 364 empresas suspenderam a atividade e mais de dez mil postos de trabalho foram afetados em Moçambique, principalmente no setor de hotelaria e restauração, por causa da COVID-19, anunciou hoje a Confederação das Associações Económicas (CTA).
“As empresas estão neste momento a funcionar a apenas 25% do seu potencial, o que sinaliza um abrandamento substancial do nível de atividade produtiva e pode afetar significativamente o crescimento da economia e a estabilidade dos postos de trabalho”, frisou Paulo Oliveira, vice-presidente com o pelouro da política financeira da CTA, maior associação patronal do país.
Paulo Oliveira falava em conferência de imprensa para avaliar o impacto da COVID-19 no setor privado e do estado de emergência, em vigor no país até final de maio.
No atual contexto, a CTA pediu uma revisão da medida que impõe a redução para um terço do número de trabalhadores no âmbito da prevenção da COVID-19, considerando que a limitação do número de trabalhadores é impraticável em alguns setores de atividade.
“O grande desafio está na implementação da medida sobre um terço dos trabalhadores e turnos. Aqui, precisamos refinar para melhor entendimento entre as partes, administração pública e empresas”, declarou Paulo Oliveira.
Aquele responsável não esclareceu se a organização defende a eliminação total da medida para os referidos setores ou a suavização da mesma, através do aumento do número de trabalhadores que podem estar no local de trabalho em cada turno.
Paulo Oliveira avançou que carecem ainda de melhor clarificação e regulamentação as normas relativas às relações laborais, entre os trabalhadores e empregadores, no âmbito do impacto da COVID-19 e do estado de emergência.
O executivo, prosseguiu, deve adotar um regime especial de suspensão e flexibilização dos contratos de trabalho adequado ao momento em que o país se encontra.
A CTA insistiu na sua anterior posição de que o executivo deve agilizar o acesso das empresas à linha de financiamento de 500 milhões de dólares, criada para assegurar maior disponibilidade de divisas no mercado e responder às necessidades de importações urgentes de produtos essenciais para mitigação e combate aos efeitos negativos da COVID-19.
Durante a conferência de imprensa, a CTA pediu uma redução das tarifas de eletricidade e água, para aliviar os custos provocados pelo impacto da COVID-19, e defendeu igualmente uma revisão em baixa do preço dos combustíveis, em linha com a queda acentuada que o petróleo tem registado no
Moçambique regista oficialmente 76 casos positivos de COVID-19, sem mortes.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 227 mil mortos e infetou quase 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Cerca de 908 mil doentes foram considerados curados.
LUSA – 30.04.2020