DOIS oficiais das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) estão, consta, na condição de detidos, suspeitos de colaboração com os insurgentes dos ‘Sem Rosto’ que actuam em Cabo Delgado.
O Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), na sua publicação de ontem, aponta para a possível detenção do coronel Serafim Albano Maposse, antigo comandante das Unidades Cerimoniais das FADM, tido como desaparecido em 2015, no distrito da Manhiça, província de Maputo.
A detenção do coronel Serafim Maposse terá ocorrido em fereveiro deste ano, durante ataque das Forças de Defesa e Segurança (FDS) contra uma posição dos ‘insurgentes’, no distrito de Macomia. O segundo suspeito é o brigadeiro Armindo Carlos Nhabinde, dado como detido por eventual participação nos ataques levados a cabo pelos ‘insurgentes’ dos ‘Sem Rosto’.
De acordo com a fonte, Armindo Nhabinde já serviu como vice-comandante da Academia Militar Marechal Samora Machel, em Nampula, posteriormente, director do Departamento de Finanças do Estado Maior-Generaldas FADM. As duas detenções terão acontecido em fevereiro deste ano, dois meses depois da vinda de especialistas cubanos em contra inteligência militar, para uma formação de jovens militares moçambicanos, em matérias de recolha de informações estratégicas e em reconhecimento, refere o CDD, sempre citando fontes militares.
A Escola de Sargentos das FADM é das unidades militares onde decorre a formação em contra-inteligência, ainda a mesma publicação, que num outro desenvolvimento se refere à moral baixa entre os militares, também pela falta de condições logísticas e materiais.
Questiona-se, por exemplo, a não utilização dos meios disponíveis, tais como aviões de combate Mig-21, da Força Aérea Moçambicana, e as embarcações DV-15 (lanchas de alta velocidade equipadas com armas), estacionadas no Quartel de Marinha de Guerra, em Pemba.
Não são utilizados os parcos meios disponíveis no combate aos ‘Sem Rosto’, entretanto contratados mercenários da DAG, depois do insucesso dos russos da Wagner.
Na tentativa de recuperar a moral dos elementos das FDS, o comandante-chefe das FDS, Filipe Nyusi, terá, segundo o CDD, promovido alguns jovens a patente de tenente-coronel.
As fontes do CDD estranham ainda o facto de os ataques dos ‘insurgentes’ acontecerem depois de as FDS receberem reforço logístico e material, ainda no percurso para abastecer unidades governamentais.
O ET sabe que o presidente Filipe Nyusi, recentemente, pediu aos órgãos de justiça que acelerem processos aparentemente ligados à crise em Cabo Delgado. Nyusi quebrava, desse modo, o longo silêncio em torno do assunto-Cabo Delgado.
EXPRESSO – 21.04.2020
Em tempo: Fonte fidedigna garante ser falsa esta notícia do EXPRESSO DA TARDE.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE