Pressão pública pelo envolvimento nas dívidas ocultas
Maria Isaltina Lucas, referenciada pelo código “três beijos” na planilha de pagamentos feitos pela Privinvest a favor dos conspiradores e co-conspiradores” no âmbito do escândalo das dívidas ocultas já não é assessora do Primeiro- Ministro, (PM),Carlos Agostinho do Rosário.
Ao que soube o mediaFAX de fonte governamental, Maria Isaltina Lucas, também antiga vice-ministra da Economia e Finanças, colocou o cargo de assessora do Primeiro-Ministro à disposição, no sentido de reduzir a exposição pública no âmbito da conexão patente com a contratação ilegal de dívidas na ordem de 2.2 mil milhões de dólares, metade dos quais terá “evaporado” em esquemas de corrupção envolvendo também governantes moçambicanos.
A fonte explicou que perante a exposição, publicamente feita inicialmente ao nível da Assembleia da República, a então assessora decidiu submeter ao gabinete do
PM a sua resignação e Carlos Agostinho do Rosário deferiu o pedido.
Entretanto, antes, ainda no gabinete do PM, vozes já a aconselhavam a deixar o cargo para não constranger tanto o gabinete do PM.
Publicamente, o que se diz é que outra alternativa ela não tinha, particularmente pelo facto de a assessoria ao PM ter adensado a ideia de que Maria Isaltina Lucas é uma das grandes protegidas pelo actual executivo.
É que ela teve um papel fundamental na contratação das dívidas ocultas, mas não faz parte da lista dos arguidos no processo já nas mãos do tribunal.
Na qualidade de directora nacional do tesouro, isto na altura da contratação das dívidas, foi ela que deu pareceres favoráveis à emissão de garantias de Estado para as três empresas do calote.
Entretanto, ela faz parte da lista das 16 figuras que a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Tribunal Administrativo (TA), pedindo que fossem responsabilizados financeiramente pelo escândalo.
MEDIA FAX – 21.04.2020