Mwadjahane a terra natal de Eduardo Mondlane foi palco hoje de uma cerimónia de Estado dirigida pelo Presidente da República para marcar a passagem do 100º aniversário natalício do fundador da Frelimo. Devido às restrições impostas pelo Estado de Emergência a cerimónia foi concebida para família, alguns membros do Governo e direcção do partido Frelimo.
Na ocasião, o Chefe de Estado lembrou o percurso de Mondlane e descreveu-o como um grande patriota que soube sacrificar seus interesses pessoais a favor dos interesses do povo moçambicano. Recordou a sua expulsão da África do Sul pelo regime do Apartheid e a perseguição pela PIDE em Portugal que mais do enfraquecê-lo aumentaram a sua determinação em cumprir o mandamento da sua mãe que antes da sua morte, que aconteceu quando ele tinha 13 anos, de que tinha que estudar muito para dominar o feitiço do homem branco.
Filipe Nyusi chamou ainda a capacidade de diálogo de Mondlane que através da sua capacidade argumentativa conseguiu unir os três movimentos nacionalistas existentes até então para formar a Frelimo, destacando que só unidos os moçambicanos teriam capacidade para enfrentar o colonialismo e desenvolver o país.
Por outro lado, Nyusi recordou o trecho de uma carta que Mondlane escreveu para a sua esposa, em que dizia que se ele fosse esquecido passados 10 anos após a sua morte, então a sua luta não terá valido a pena, para dizer que 51 anos depois o país e até acadêmicos nacionais e estrangeiros continuam a estudar e a interpretar os seus pensamentos.
Para Nyusi, Eduardo Mondlane estaria hoje feliz ao olhar para Moçambique porque o seu sonho foi cumprido, o país está independente, há milhares de moçambicanos que estão formados e a educação, a saúde e outros serviços essenciais são de acesso universal, não obstante prevalecer o desafio contínuo de melhorar as condições de vida da maioria da população em Moçambique.
O PAÍS – 20.06.2020
Em tempo: Leia aqui LUTAR POR MOÇAMBIQUE de Eduardo Mondlane