Resposta do Dr. Michel Cahen aos comentários de VLITOS e Francisco Nota Moisés:
Agradeço os Senhores Vasco Leitão e Nota Moises pelas suas reações depois da minha palestra electrônica no IESE, dia 17 de Junho de 2020, sobre o tema "A Renamo após Dhlakama". Não posso responder a tantos reparos mas o que me machucou um pouco é que: 1°) visivelmente não conhecem nada dos meus trabalhos sobre a Renamo desde 1988, pensando que sou não sei lá o quê (um agente da Frelimo, um branco racista da França imperialista, etc.); e, 2°) o primeiro, visivelmente não ouviu a palestra. Um como outro reagiram simplesmente ou principalmente à frase "a oposição deve reconfigruar-se porque a geração que criou a Renamo e o MDM não conseguiu contestar a hegemonia da Frelimo". Se pode discordar com este ponto de visto, mas não é em nada um ataque à Renamo e ao MDM, partidos para os quais, como estrangeiro, tenho respeito e que acolheram variás vezes à minha presença no seio das suas iniciativas para poder observá-las (fui assim "hospêde" da Renamo em Setembro e Outubro passados). É uma análise – verdadeira ou errada – sobre a situação e um pronósticvo sobre o que vai advir até 2024. Penso que se deve admitir que o debate sobre a política em Moçambique não se pode resumir a ser pro ou contra: sou um historiador independente que trabalha sobre Moçambique desde 1975, penso saber algumas coisitas, posso errar (já aconteceu-me várias vezes!) mas penso raciocinar sempre com uma distância critica para com a espuma dos acontecimentos.
Melhores cumprimentos,
Bordéus, 18 de Junho de 2020, Michel Cahen.