Por Francisco Nota Moisés
Quando tomo uma posição boa ou má, dependendo do ponto de vista de quem a analisa, não vacilo. Não sou um vai-e-vem. Basta as pessoas perguntarem a Joaquim Chissano, ele dirá que este Nota Moisés não faz o uso da razão, que é um impossível e mesmo um doido do diabo que o humilhou. Celebrarei qualquer coisa que ele diga negativamente quanto à minha pessoa do que o que ele possa dizer positivamente.
Quando ele decidiu enganar e armadilhar o tal malogrado Afonso Dhlakama para lhe pôr uma corda no pescoço e destruir a Renamo depois de não conseguir derrotá-la no campo de batalha onde a Renamo o derrotava, um demônio lhe entrou na cabeça pensando que a sua táctica de aldrabices iria funcionar comigo. Ei-lo que em 1993, ele me envia uma mensagem apelando para eu regressar à Frelimo e caso não quisesse regressar a Frelimo, eu podia formar o meu próprio partido visto que havia democracia em Moçambique.
O seu apelo "amigável" era altamente malicioso. Os que conhecem Joaquim Chissano sabem que este indivíduo é mau e muito cruel. Como me disse alguém em Dar Es Salaam em 1968, "Chissano não é como o bruto Samora Machel que se zanga consigo na sua cara. Chissano vai se fazer de teu amigo com sorrisos nos lábios para te enganar antes de te por a faca no pescoço."
Ri-me da mensagem dele e nunca lhe dei resposta, o que seria perda do meu rico tempo entreter um indivíduo altamente assassino com Joaquim Chissano. Quando eu falei do gesto do Chissano a alguém da origem moçambicana que morreu alguns meses atrás em Edmonton na província de Alberta no Canada, a pessoa não achou graça no meu comportamento e disse-me que eu devia ter aceite o convite do Chissano para ir a Maputo e lhe dizer porque é que a governação da Frelimo era uma desgraça para o povo de Moçambique.
O tal indivíduo fazia os seus vai-e-vens entre o seu novo país e o país onde nascera. Não tinha nada a ver com a Frelimo. Ia lá evangelizar a pessoas satanizadas. Infelizmente que os satanizados não incluíam indivíduos tais como Joaquim Chissano, Armando Guebuza, Marcelino dos Santos, Armando Panguene, Joaquim Chipande e tantos outros na Frelimo e também Afonso Dhlakama da Renamo.
Mesmo Marcelino dos Santos a quem com outros estudantes demos porrada e pontapés e puxamos a barba em Dar Es Salaam em 1968 mandou-me também uma mensagem a dizer que eu não receasse regressar para viver em Moçambique visto que já havia democracia em Moçambique.
Ri a bem rir antes de me esquecer das duas piadas -- os tais convites do Joaquim Chissano e do Marcelino dos Santos. Eu conhecia bem estes dois algozes. E também a política de Moçambique não era mais o que eu queria fazer na vida. Queria a vida académica e nada mais.
Quando se viram sem sucesso de me aldrabarem, manipularam alguma imprensa maputense que anunciou que eu, Nota Moises, tinha regressado à Frelimo em grande estilo. Isto fez estremecer a meus amigos no país infernal que pensaram que eu iria dizer à Frelimo quem eram os meus amigos e a Frelimo os iria matar.
Francamente, eu não sou um desajeitado político como era Afonso Dhlakama nem um traidor como Ossufo Momade, homens que sempre atuaram unilateralmente a ponto de traírem a Renamo numa bandeja de prata à Frelimo para a sua organização não ganhar nada e hoje estar despedaçada em tantas remamos como se possa imaginar, entre elas:
- A Renamo dos traidores Ossufo Momade, Andre Majibire, José Manteigas e companhia.
- A Renamo dos oportunistas que fazem os bebes e comes com a Frelimo em Maputo.
- A Renamo armada da Junta militar.
- A Renamo dos descontentes entre os seus quadros que os esquadrões da morte do Felipe
Nyusi raptam e matam.
- A Renamo dos populares nas zonas rurais.
- A Renamo de animais selvagens.
As pessoas devem evitar se deixarem enganar pela Frelimo. E ninguém deve travar guerras para forçar a Frelimo lhe fazer concessões como Afonso Dhlakama dizia e fazia. Não se deve sacrificar as vidas dos moçambicanos assim. Se não tem uma estratégia para derrotar a Frelimo que permaneçam como escravos da Frelimo, mas não façam guerras sem estratégia para destroçar o regime da Frelimo.