O rei holandês Willem-Alexander disse que pode parar de usar uma carruagem cerimonial puxada por cavalo, com imagens que comemoram o antigo domínio da Holanda sobre colônias.
A afirmação de sexta-feira, 17, surge na sequencia de aumento nas críticas à “carruagem de ouro”, reporta a Reuters.
A carruagem dourada foi construída em 1898 e é decorada de um lado com um painel chamado “Tributo das Colônias”, que mostra indivíduos negros e asiáticos trazendo oferendas a uma mulher branca a um trono representando a Holanda.
(Rei Willem-Alexander e Rainha Maxima, descem da carruagem em referência, em Haia, 2014)
O primeiro-ministro, Mark Rutte, disse em junho que estava ciente de que a carruagem, em restauração desde 2015, “evoca emoções”, mas acrescentou: “tudo faz parte da nossa história”.
A carruagem, juntamente com as estátuas de heróis navais da era dourada do país no século 17, tornou-se tema de debate após os protestos do movimento Black Lives Matter (vidas negras importam).
“Estamos a acompanhar a discussão, estou a ouvir”, disse o rei Willem-Alexander durante a reunião anual com a imprensa, na qual membros da família real posam para fotos.
“Enquanto houver discriminação implícita e explícita na Holanda, devemos enfrentar isso como sociedade”, acrescentou.
A carruagem tradicionalmente transporta o rei para o Parlamento todo mês de setembro, mas não deve voltar ao serviço até 2021.
O rei disse que não haveria nenhum movimento para mudar as decorações durante o reparo. “Faz parte da nossa herança cultural, então não vamos reescrever a história com a restauração”, disse ele. “Depois que a restauração estiver concluída, veremos”.
VOA – 18.07.2020