A História da Colonização e Descolonização de Moçambique continua a ser muito mal tratada em revistas, em jornais e em livros, escritos por portugueses, por moçambicanos e sobretudo por estrangeiros. O mesmo se pode dizer da História da Colonização e Descolonização de Angola. A História da Colonização e Descolonização é tratada por milhentos brasileiros de forma muito diversificada e confusa e muito mal tratada por alguns estrangeiros. A História da Colonização e Descolonização da Guiné Bissau também é mal tratada como as de Angola e Moçambique. Porém, isso não é só válido para os países de Língua Oficial Portuguesa. A História da Colonização e Descolonização do ex-Congo Belga, que envolve os países designados por República Centro-Africana e República Democrática do Congo, é de igual modo muito mal tratada em revistas, em jornais e em livros, escritos em Francês e em Inglês. Tudo igual para a História da Colonização e Descolonização de outros territórios africanos de língua oficial francesa, do Centro e do Norte de África, (Tunísia, Argélia, Benim, Burquina Faso, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal e o Togo).
Quanto à História da Colonização e Descolonização da Guiné-Conacri, pouco se fala. Só, de quando em vez , se fala em Francês ou Ingês dos desmandos e crimes do actual Ditador presidente Alpha Condé . Este há uns 2 anos veio a Portugal dizer que queria a Guiné-Conacri dentro da organização dos PALOP e que, para isso, o Português iria ser declarado 2ª língua oficial da Guiné-Conacri e que com isso as empresas portuguesas se poderiam instalar e desenvolver lá negócios úteis para os dois países. Porém, as populações desse país não têm mais meios de sobrevivência que as da Guiné-Bissau.
Em Cabo Verde a Descolonização pouco prejudicou as populações que vivem muito do fluxo turístico que é importante. Existem lá boas praias para se passar férias e baixos preços e com comidas portuguesas apetecidas por estrangeiros. Mesmo assim, os jovens cabo-verdianos emigram para Portugal à procura de melhor vida.
A História da entrega do poder a Nelson Mandela, logo designado presidente, feita pelo Governo Branco da África do Sul, seguida de outros presidentes e governos, também é muito mal tratada em articulistas de muitos países. E ninguém fala na História das sangrentas guerras Anglo-Boers, entre ingleses e holandeses pela posse do enorme território da África do Sul onde se localizam as maiores minas de ouro e pedras preciosas de todo o mundo.
E já ninguém diz, ou escreve, uma palavra sobre a História da Colonização e Descolonização das ex-Rodésias do Sul e do Norte designados hoje por Zimbabué e Zâmbia. Muito menos se fala ou escreve sobre a extensíssima rede de caminhos de ferro transfronteiriça que permitia ir de Lourenço Marques (Maputo) às Quedas de Água (cataratas) Vitória ( as maiores do mundo) na fronteira da Zâmbia com o Zimbabué. Era possível, antes da Independência Exemplar de Moçambique embarcar ao sol-posto em LMarques , dormir no comboio e chegar de manhã a Bulawayo . Ficar o dia a ver a cidade e embarcar ao sol-posto no combóio chegando às cataratas Vitória ne manhã seguinte, ver as ditas quedas e o parque maravilhoso local e fazer o percurso inverso para LMarques dormindo sempre dentro do comboio . Hoje essa linha de caminho de ferro só tem capim e arbustos pelo meio. A Colónia Britânica chamada Rodésia do Sul, fundada em 1887, tinha como capital a bela cidade de Salisbury. (Esse território bastante extenso foi “descoberto”, mas não colonizado, pelos portugueses no século XV. Só no XIX os ingleses lá implantaram colonos. Para tentarem evitar uma independência “Exemplar” os colonos brancos fizeram em 1979 uma “Declaraçãao Unilateral de Independência” e deram ao território o nome de “República da Rodésia”, a qual durou só um ano. Em 1980 . o próprio Reino Unido concedeu a Independência à Rodésia do Sul que, sob a Presidência do Ditador Albert Mugabe que comandava o partido armado de nome “African National Union (ZANU)”. Mugabe que logo mudou o nome da Capital de Salisbury para HARARE.
Esse território, sob orientação de Agricultores brancos, produzia a maior quantidade de folha de tabaco do mundo e também produzia chá, café e muito cereais e carnes de gado variado criado em grande herdades ; sendo tudo exportado para a Europa e outra partes do mundo pelo porto da Beira (Moçambique) e transportado através da via férrea Beira Railways. Havia vários comboios por dia, pois as quantidade a transportar eram grandes e a pópria cidade da Beira recebia produtos “frescos “ da Rodésia do Sul. Com isso beneficiavam as populações negras e colonos do território e as póprias populações de Moçambique que moravam não longe dessa via férrea e precisavam de ir à Beira cidade. Pois a 2ª “grande” decisão do Ditador Mugabe que governou o Zimbabué durante 37 anos, foi expulsar os Agricultores brancos. Resultado imediato: as explorações agrícolas ficam sem “COMANDO”. As populações foram abatendo e comendo o gado que havia e os cereais armazenados, até que tudo se esgotou e passaran a viver de “esmolas” e empréstimos nomeadamente da África do Sul. Mas, Mugabe arranjou uma mulher, algumas dezenas de anos mais nova que ele, a qual comprou em Moscovo, o brilhante, que então era o mais valioso do mundo, (Moscovo e os “donos” da URSS tiveram “dedo grande” no envio de armas para a ZANU e foram ressarcidos de múltiplas maneiras) . Mas nada disto se podia (e pode) dizer-se dentro e fora do Zimbabué, nem os jornalistas se interessam por estas “Histórias”.
De forma menos turbulenta, em 1964, o Reino Unido concedeu a Independência à Zâmbia, ex-Rodésia do Norte, de capital em Lusaka, onde o Mário Soares, tendo por de trás o Cunhal deu a Independência “Exemplar” a Moçambique.
A situação, hoje, é tal que a Embaixada de Portugal diz aos viajantes que lá têm de ir: “É necessário especial cuidado ao viajar pelas áreas rurais das províncias de North Western, Copperbelt, Central e Luapula, perto da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC), particularmente depois do anoitecer”.
Independência da Tanzânia
A costa marítima da Tanzânia foi “descoberta” pelo navegador português Vasco da Gama e o território foi colonizado por portugueses durante alguns anos. Depois houve colonização por misturas de alemães, ingleses, belgas e sul-africanos. Com intervenção das Nações Unidas, a Tanzânia, com o nome de Tanganyika, tornou-se independente em em 1962, tendo Julius Nyerere como presidente. A pesar de Julius Nyerere ter sido considerado o “Pai da Nação”, até porque foi um pacificador entre os povos de Zanzibar, essencialmente muçulmanos e os do continente, nem todos muçulmanos, quando abandonou voluntariamente a presidência, a luta política, que envolveu armas, acelerou-se . Claro que de forma camuflada representante da URSS meteram o dedo. Com conhecimento disso, os EUA também por lá andaram a tentar “travar”, até porque muitos clérigos radicais formados na Universidade Wahabita tomaram conta das mesquiras de Zanzibar e muitas do continente. Isso levou a que o DAESH assentasse lá arrais que hoje continuam . As estatísticas oficiais dizem que no conjunto os cristãos formam a maior parte dos religiosos, pouco maior que os muçulmanos, mas sabe-se que em Zanzibar os muçulmanos, são de longa data, os que têm larga maioria. E sobre o número de mesquitas e de igrejas cristãs nada se diz e muito menos sobre a “invasão” de clérigos radicais que “vomitam” fogo sobre os cristãos e são a base oculta dos terroristas. Só isso pode justificar a notícia do que aconteceu em Agosto de 1998: a Al-Qaeda, grupo terrorista Islâmico, bombardeou as embaixadas dos EUA na Tanzânia e no Kénia com levado número de mortos. O grupo terrorista DAESH foi batido na Síria mas reforçou-se visivelmente na Tanzânia, nomeadamente em Zanzibar onde, certamente, tem campo de treino militar que envolvem jovens naturais de Cabo Delgado na outra margem do rio Rovuma, fronteira entre a Tanzânia a Moçambique. Por isso, é um paliativo ineficaz, o governo de Moçambique mandar para Cabo Delgado soldados formados em Boane, não sabendo por ventura, sequer a língua usada em Cabo Delgado. A pesar de tudo isso, de modo incompreensível, o governo de Moçambique, por se querer “agnóstico” não presta qualquer atenção à infiltração de clérigos radicais em Cabo Delgado que, de Zanzibar, só têm de passar na ponte sobre rio Rovuma para o outro lado da fronteira.
Independência do Kénia
A Independência do Kenya (Kénia) só na aparência foi um “parto” manos doloroso para europeus e africanos que a Independência da Tanzânia, Zanzibar incluído. O Kenya tem ligações ao mar como as tem a Tanzânia. O Kenya tem na fronteira norte a Somália, a qual faz parte do chamado “corno de África” com capital em Mogadíscio ou Mogadishu, que tem pelo menos um hotel de luxo onde sempre há hóspedes que são ocidentais, mormente do EUA. Por isso mesmo, sujeito a frequentes ataques terroristas do al-Shabaab, filial da Al-Qaeda. As tropas do Governo Somali, seja ele qual fôr, nada podem fazer na defesa do hotel, até porque há terroristas infiltrados nessas tropas. Por outro lado, nas montanhas desse país há um campo de treino militar, dirigido pelos Chefes militares da Al-Qaeda ao qual as tropas do Governo não conseguem chegar.
A fronteira do Kénia com a Somália é muito extensa e “porosa” . É por isso impossível ao Governo do Kénia impedir a entrada de terroristas bem armados produzidos e existentes na Somália. em Nairobi, capital do Kénia, há também pelo menos um grande hotel de luxo ligado a um supermercado moderno. Nesse conglomerado (o Dusit compound) há sempre muitas pessoas que são ocidentais. Por isso esse parque é um alvo apetecido para o al-Shabaab que ataca e foge rapidamente para o abrigo donde partiu. Por outro lado, embora só 12% dos regiosos do Kénia professem a religião muçulmana, há um número suficiente de mesquitas, cujos clérigos, sem dúvida radicais, escondem facilmente terroristas nas suas paróquias, pois (o Swahili) é língua comum e têm hábitos comuns. Os EUA têm cometido a tolice de bombardearem a área circundantes do hotel de Mogadíscio o que tem levado à morte de muitos civis inocentes e soldados do Governo, matando também terroristas, mas poucos. Claro, que isso tem aumentado (e muito) a má fama local dos americanos e levado ao desânimo das tropas do governo somali. É, ao mesmo tempo uma boa justificação para os chefes terroristas tentarem matar americanos (e outros) em “tudo quanto é sítio” dentro da Somália e no Kénia.
O território onde se situa o Kénia, como o da Tanzânia e Zanzibar, foi “descoberto” pelo navegador português Vasco da Gama e os portugueses colonizaram então o Kénia, mas por pouco tempo. Por razões de negócios, antes e durante a colonização, ao Kénia chegaram, viveram (e vivem) povos multicoloridos de várias origens: Negros Bantu, Arabes (Muçulmanos), Persas, Ingleses, Alemães, Portugueses e outros europeus. A obtenção da Independência do Kénia não foi menos turbulenta que a da Tanzânia. Culminou em Dezembro 12, 1963, tendo Jomo Kenyatta como Presidente. Depois disso advieram variados períodos de governação, mono partidária, os quais levaram à situação multipartidária actual, tendo pelo meio lutas intestinas com derramamento de sangue.
Na fase de guerrilha, para obtenção da Independência Jomo Kenyatta foi o chefe do grupo chamado MAU MAU, também chamado “Seita” MAU MAU . Os MAU MAU mataram muitos brancos, mas a contra-guerrilha de Ingleses, e outras nacionalidades, também matou muitos MAU MAU e alguns dos seus chefes. Jomo Kenyatta esteve preso e só foi solto para tomar o poder do País.
A Divida Externa do Kénia é , em 2020, de 57.000 milhões de dólares, sendo 72% débito à China. Os países afrianos, para efeitos económicos têm uma organização chamada NEPAD na sigla em inglês Nova Parceria para o Desenvolvimento da África. A NEPAD já pediu a todos os credores uma redução ou perdão da dívida de todos os países africanos. A pesar de algum progresso económico a severa pobreza dos naturais no Kénia é tão grande como nos outros países africanos.
História da Nigéria
A costa atlântica da Nigéria foi “descoberta” por Vasco da Gama em 1472
A Arqueologia mostra que já havia pessoas a viver na Nigéria há 100.000 anos.
Um esqueleto humano fossilizado mostra que havia habitantes na Nigéria há 13.000 anos. Uma canoa fossilizada em Dufuna mostra que há 8.000 a 8.500 anos já havia humanos a atravessarem o Lake Mega Chad”.
Escavações arqueológicas mostram que de 1500 AC até 200DC existiu na Nigéria uma “civilização” dita Nok, que vivia da agricultura e deixou esculturas de humanos em “terracotta”. Também mostram que os humanos desse período já´sabiam fundir o ferro fazer peças de ferro e de bronze .
Do século 9º ao séeculo 19º a Nigéria esteve dividida em vários “Reinos” cada com o seu Rei ou Rainha e povos com várias culturas naturais e religiosas. Existiam fortes relações comerciais com os países vizinhos (Mali, etc.) feito com caravanas que atravessam o deserto Sahara . Desse modo chegou o Islão à Nigéria. Construiram famosas mesquitas e escolas em Kano e Katsina, Por 1100 já havia forte influência na Nigéria do “Mundo Muçulmano” . Os Cristãos só chegaram à Nigéria no século XL (15º) com monges Agostinianos e Capuchinos de Portugal. Clérigos idos do Mali converteram ao Islamismo uma dinastia de reis da região de Kano e seus súbditos. Esses Clérigos islamitas constituíam uma elite educada o que fez deles figuras indispensáveis para os Reis Hausa como consultores do governo, Professores e Juízes Islâmicos. Daí que monges Agostinianos e Capuchinos de Portugal tivessem uma tarefa quase impossível para difundir a fé Cristã
A Nigéria continua a ser uma “constelação de povos com religiões variadas, mas sempre dominadas pelos Islamitas que desde há umas dezenas de anos têm clérigos radicais “fabricados” por profs. religiosos Whabitas na Faculdade de Teologia da Arábia Saudita e financiados pelo Rei Saudita para difundirem a Fé radical Whabita em todo o Mundo.
As população têm uma vida de tal forma miserável que houve notícias de em vários anos. 2003 até 2020 centenas de mortos quando muitos populares tentaram obter combustível derramado em refinarias que entretanto pegaram fogo.
O Terrorismo continua fortemente activo no norte da Nigéria nas fronteiras com os países vizinhos. O mais famoso grupo terrorista é designado por Boko Haram que já em 2013 tinha morto mais de dez mil nigerianos e obrigado à fuga e deslocação de mais de um milhão de nigerianos . O Boko Haram opera no norte da Nigéria e nos Camaraões, Chade e Niger . Tem largos campos de treino e campo com moças jovens que rapta e foge com elas para esses campos. Consta, mas não é publicado, que vende muitas dessas moças para concubinas dos Príncipes da Arábia Saudita que, por intermédio dos maiorais radicais Wahabitas financia toda a actividade e compra de armas do Boko Haram. As forças policiais e do exército nigeriano são completamente incapazes de derrotar o Boko Haram. As Nações Unidas têm “Capacetes Azuis” em sete locais da África, mas NADA na Nigéria. Aliás esses soldados são só para “manter a PAZ” dentro do território onde actuam. Portanto, o Boko Haram actua (e actuará) à vontade nos territórios que ocupa . Consta que Mohammed Yusuf foi o fundador (em 2002) do Boko Haram, cujo nome em língua árabe é muito mais extenso e significa~: “Povo que tem a missão de Propagar os Ensinamentos do Profeta e a Jihad, Lei fundamental”. Mohammed Yusuf nasceu na Nigéria, teve estudos “Superiores” na Arábia Saudita e fez-se “Salafita” que é um ramo do Wahabismo . Teve 4 mulheres e 12 filhos, um deles chamado Abu Musab al-Barnawi, que se diz ser o Verdadeiro Chefe do Boko Haram desde 2016, opondo-se a outro chamado Abubakar Shekau. Mohammed Yusuf foi preso, julgado e morto em 2009, pelas Autoridades Nigerianas. Ao contrário do que se pensa e escreve, consta que Mohammed Yusuf vivia bem “à moda ocidental”; e até possuia um Mercedes-Benz.
A Nigéria tornou-se Independente 1 de Outubro de 1960. Porém o nível de vida das populações não melhorou e o Reino Unido continua com as explorações petrolíferas e outras que sempre lá teve. O governo não consegue de maneira alguma derrotar o terrorismo.
A Dívida da Nigéria a países estrangeiros era de 27.000 milhões de dólares em 2019. E está a aumentar a um ritmo de cerca de 1.000 milhões por ano.
Os credores da Divida da Nigéria são, naturalmente, bancos ingleses e também bancos franceses, havendo outros não especificados. Não consta que a China tenha lá dinheiro emprestado: De facto a Nigéria apoiada no UK não deixa (nem deixará?) lá penetrar o Xi JinPing com a sua estratégia de domínio Económico Mundial . Mas que juros anuais estará a Nigéria a pagar pela Dívida Externa, agora que temos Brexit?. O certo é que a produção de bens alimentares e outros decresceu depois da Independência e a Nigéria tem imensa dificuldade em importar produtos estrangeiros por falta de “divisas”.
Já não cabe aqui falar dos efeitos das Independências doutros países africanos (Senegal, Mali, Guinea, Ivory Coast, Benin, Mauritania, Niger, Burkina Faso, the Republic of the Congo (Congo Brazzaville), the Central Africa Republic, Chade, Gabão, Djibouti, Togo, Camarões, the Democratic Republic of the Congo (DRC), Rwanda, Burundi and Somalia). Porém, não há dúvida que, se não são iguais aos da Independência da Nigéria, são bastante semelhantes.
E pergunta-se: Haverá formas de reduzir o sofrimento das populações? Estarão a ser praticadas? Se, não estão a ser praticadas, PORQUÊ?.
Há formas pacíficas de reduzir o sofrimento das populações. Uma delas é fazer como faz um Pe. missionário (GS) de Valongo (Porto) que dirige uma missão no Uganda na fronteira com países vizinhos cheios de terroristas armados. A missão tem uma Igreja rodeada dum largo espaço onde, além das casas que albergam os padres , há armazéns de víveres e ferramentas, e casas onde se presta enfermagem e se faz algum ensino às crianças que não têm acesso à escola pública.
Em terreno vizinho existe uma Mesquita dirigida por clérigos NÃO radicais que mantêm boas relações com GS e os outros Pes. católicos. Entretanto, um clérigo vindo do UK pediu a GS que lhe cedesse uma pequena parcela do terreno para lá se construir uma Igreja e uma paróquia “protestante”.
GS, com autorização dos superiores colombianos que residem em Roma, concedeu o terreno e a Igreja e paróquia “protestante” foram realizadas. Mas, como diz o ditado: “Por Bem Fazer, Mal Haver”, os novos vizinhos fartam-se de dizer mal de GS e seus companheiros. A missão dirigida por GS também presta ensino rudimentar de agricultura. Ensino Rudimentar porque, nem o governo central do Uganda, nem qualquer entidade (empresa, etc.) residente no país, ou fora, prestam apoio financeiro ou outro à Missão de GS. Vive dos parcos dinheiros que vêm da Sede e das esmolas que consegue angariar em Portugal, e não só.
Mas temos aqui um exemplo paradigmático de ajuda às populações locais. E, note-se, ao que me disse GS, só uma vez os “guerrilheiros” que andam pela fronteira foram a um armazém tirar víveres para comerem. Nada partiram.
Ajudas governamentais não existem. Os governantes desse país ( e dos outros paises africanos) entendem que, por terem obtido Independência, seria mau “rebaixarem-se” e pedirem apoio financeiro ou mesmo apoio técnico. Por outro lado, fazendo um “arremedo” de Democracia, os governantes esgotam os poucos dinheiros que há, em lutas fratricidas, e gastam o tempo em propaganda eleitoral, não numa gestão cuidadosa dos problemas do pais que são sempre “mais que muitos”. Pelo que diz respeito às missões católicas, há várias que conseguem grangear donativos em Portugal e no Continente Europeu, mas esses apoios são sempre muito reduzidos, perante as necessidades. Salva-se a “Igreja que Sofre” que tem extensões em todos os continentes, grande poder financeiro e bons gestores. O Vaticano, só com o Papa Francisco parece estar a dar-se conta de que é urgente preparar bispos e padres, LOCAIS, que conhecem bem os dialectos e as necessidades das populações LOCAIS; e também freiras com conhecimentos de enfermagem em grande número para, pela ajuda às populações, difundirem a Fé Católica.
Devido a todas estas deficiências e insuficiências os jovens sem emprego e, por vezes, famílias inteiras sempre arranjam o dinheiro suficiente para, com apoio de “engajadores” tentarem chegar ao “EL DORADO” que é a EUROPA . Entram em navios de cabotagem no porto mais próximo da costa africana, com destino ao Norte de África, normalmente um porto da Turquia. Aí o engajador, depois de receber o dinheiro, mete as pessoas dentro de um pequeno barco com destino a uma ilha grega ou à ilha italiana de Lampedusa. E todas as semanas se noticia a morte de dezenas ou centenas dessas criaturas. As que conseguem chegar ao destino, frequentemente resgatadas por um navio da GREEN PEACE, só podem desembarcar, mesmo para uma estadia provisória, se o Governo italiano (ou o Grego) autorizar. As pessoa desembarcadas são sujeitas a registo de identificação e muitas vezes nem documentos para isso possuem, seguido de verificação do estado sanitário de cada uma. Depois são encaminhada para acampamentos já preparados para receber “refugiados” .
Infelizmente, esses acampamentos são “armazéns” onde as pessoas têm de viver como animais, sujeitas a frio e com alimentação deficiente, dada pelas autoridades locais. Há actualmente uma “convenção” entre a maior parte dos países europeus, para receber, em fracções, esses refugiados e Portugal sempre tem recebido algumas centenas. Mas há países como como a Hungria, a Polónia e outros países de Leste que não recebem refugiados e para isso até vedam as suas fronteiras com arame farpado. E mesmo em países que os aceitam, como a França, há problemas sérios com a instalação de refugiados: Tenho muitas fotos de grande número de refugiados “residindo” em barracas nos jardins de Paris e com jovens reclamando “Subsídio de Desemprego” junto das autoridades francesas, quando têm boa saúde e bons braços para realizarem trabalho agrícolas em muitas herdades francesas. Mas, esses trabalhos fazem calos nas mãos… Por isso se negam a deslocar-se para fora das grandes cidades. E, naturalmente, os naturais franceses entendem que não têm de pagar para alimentar pessoas com o título de “Refugiado”. E, note-se, as famílias de negros e muçulmanos, que também aportam a Paris, são muito mais numerosas que as famílias dos naturais franceses (belgas, ingleses e outros). Daí que o problema “REFUGIADOS” esteja há anos em cima da mesa dos governos europeus que, até agora, têm aceitado receber essas pessoas.
Tudo o que acima se diz, é resultado da “Descolonização Exemplar” que TODOS os países europeus tiveram de fazer e continua MUITO MAL FEITA.
Braga, Julho_2020
- Barreiros Martins Prof. Cat. Emérito Jubilado da Universidade do Minho