Entre Etiópia, Egipto e Sudão
Etiópia, Egipto e Sudão alcançaram um “importante entendimento comum” nas discussões sobre uma megabarragem em território etíope que, nos últimos meses, tem levantado tensão regional, anunciou, quinta-feira, o Primeiro-Ministro etíope, Abiy Ahmed.
Uma declaração do gabinete de Ahmed, citada pela Bloomberg, refere que os três países alcançaram um “importante entendimento comum que possibilitará um acordo revolucionário”, durante uma reunião mediada pela União Africana (UA). Segundo o documento, na reunião mediada pelo presidente em exercício da UA e Chefe do Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, que contou com a presença de importantes dirigentes regionais, como o presidente da Comissão da mesma organização, Moussa Faki Mahamat, os três países concordaram em aprofundar “discussões técnicas” sobre o enchimento da barragem.
“Alcançámos um entendimento para continuar a negociar e obter um acordo quanto ao enchimento e à operação da barragem”, escreveu o Primeiro-Ministro sudanês, Abdalla Hamdok, na plataforma Twitter. A declaração surge depois de fotos por satélite mostrarem que o nível de água na Grande Barragem do Renascimento Etíope só atinge o máximo em quatro anos.
Na semana passada, surgiram relatos, segundo os quais, as autoridades etíopes tinham decidido iniciar o enchimento da barragem antes de um acordo final. A Etiópia afirmou que este aumento se deve às fortes chuvas e, na declaração, refere-se que se tornou “evidente, nas últimas duas semanas da época chuvosa, que o primeiro ano de enchimento da barragem está concluído e que o empreendimento, ainda em construção, a transbordar”.
“A Etiópia pretende uma negociação equilibrada com situações vantajosas que assegurem que o Nilo Azul vai beneficiar os três países”, acrescenta o comunicado do chefe do Governo daquele país, citado pela Bloomberg.
DIÀRIO DE MOÇAMBIQUE – 24.07.2020