Por Francisco Nota Moisés
Respondendo às perguntas do jornalista, Johann Smith and Jasmine Oppermann, os dois participantes na entrevista em linha com o correspondente do programa African Perspective sobre a tomada de Mocímboa da Praia pelos insurretos moçambicanos do Norte de Moçambique destacaram os seguintes pontos:
Salientaram o facto de que a vila de Mocímboa da Praia e o seu porto foram capturados pelos rebeldes do Norte e que todas as vias terrestres que passam e partem da vila estão interrompidas.
Lamentaram que a SADC e a União africana não tomaram a situação a sério, salientando que Botswana agora tomava conta da pasta da defesa e segurança da região, o que parece ser uma piada. Disseram ainda que SADC não fez nada e que a organização não devia considerar a Africa do Sul como o único pais que pode tomar conta da situação.
Jasmine Opperman disse que SADC não tinha uma força regional organizada e lhe faltava finanças para suster qualquer acção militar. Ela foi também muito franca quando salientou que havia o problema dos países da SADC se associarem a Moçambique cujas forcas são acusadas de abusos massivos contra civis e operarem lado a lado com mercenários cuja natureza é contrária aquilo em que acreditamos."
Os participantes criticaram Moçambique por não ter esclarecido a situação que no princípio descreveu como tratando-se de bandidos, depois do crime organizado, e agora o pais culpa estrangeiros sem tomar em conta causas internas que causam insatisfação. Mesmo depois de perder Mocímboa da Praia, salientaram, o governo de Maputo diz que tudo está bem e controlado. Jasmine Opperman repudia essa declaração, dizendo que a situação não está nada controlada quando o governo perdeu a vila e o seu porto e 50 soldados seus morreram durante o ataque no qual participaram 100 insurrectos.
Quanto ao que a Africa do Sul pode fazer, os participantes dizem que ela não tem a capacidade de apoiar a região do Leste do Congo e Cabo Delgado ao mesmo tempo antes de dizer que Portugal podia se envolver seriamente, mas que infelizmente Portugal foi o mestre colonial.