- Sete residentes foram decapitados e, pelo menos, 10 terão sido raptadas
Depois de, por muito tempo, ter servido de refúgio seguro para centenas de pessoas, a ilha Nhonge, no distrito de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, também já foi atacada pelos terroristas.
O ataque a esta ilha teve lugar, segundo soube o mediaFAX de fontes locais, na sexta-feira da semana passada, com um saldo de sete mortos por decapitação. Nhonge, que em dia de maré baixa pode ser alcançada a pé, dista poucos quilómetros da aldeia Ulo.
Todas as vítimas mortais são do sexo masculino, segundo precisaram as fontes com as quais falámos. Uma das fontes, uma mulher que no domingo chegou à cidade de Pemba, contou que a sua viagem, da ilha Vamize para a capital provincial de Cabo Delgado, tinha durado sete dias de barco por causa do mau tempo.
Em condições normais, soubemos, uma viagem de Vamize a Pemba dura entre três a quatro dias, mas por causa do mau tempo e transportados por um barco à vela [dependente do vento], a viagem atribulada acabou sendo feita em sete dias.
De acordo com o marido da referida cidadã, os insurgentes raptaram mais de 10 pessoas e também se apoderaram de bens nas pequenas barracas de Nhonge. Os bens roubados foram carregados em cinco barcos para a zona do continente.
Um outro refugiado em Pemba, citando uma chamada recebida de um amigo que reside numa zona dos arredores de Mocímboa da Praia, confirmou a ocorrência na ilha Nhonge.
Entretanto, citando o amigo, falou de terem sido raptadas mais de 20 pessoas no ataque e não apenas as dez estimadas pela mulher que levou sete dias a viajar de Vamize para Pemba.
Além destas duas fontes, o ataque a Nhonge, igualmente, foi confirmado por um refugiado de Mocímboa da Praia, actualmente em Nampula. Este citou familiares que ainda continuam a residir na zona de Nkwamba e Luvula, apesar de estas, de noite, serem obrigadas a esconder-se na mata.( Artigo co-produzido com a Zitamar News, no âmbito do projecto Cabo Ligado, em parceria com a ACLED)
MEDIA FAX – 27.08.2020