Mais de 300 (trezentas) pessoas estão a ser acolhidas na província da Zambézia, no centro de Moçambique, fugindo dos ataques terroristas protagonizados por insurgentes, em alguns distritos do centro e norte da província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017.
De acordo com um comunicado de imprensa do Conselho dos Serviços Provinciais de Representação do Estado na província da Zambézia, enviado à Redação do Ikweli, por ocasião da 8ª Sessão ordinária do órgão, havida na última quarta-feira (19), orientada pela respectiva Secretária de Estado, Judith Mussácula, desde que eclodiu a insurgência na província de Cabo Delgado, um total de 307 pessoas, correspondentes à 73 agregados familiares, viram-se obrigadas a abandonar suas terras para Zambézia.
Os deslocados, de acordo com a mesma nota, são oriundos dos distritos de Quissanga, Mocímboa da Praia, Muedumbe, Macomia, Chiúre e Montepuez, e foram acomodados nos distritos de Alto Molocué, Gurué, Namacurra, Milange, Mocuba e Nicoadala, onde algumas pessoas foram reintegradas nos seus familiares, outras em casas alugadas e em dois centros de assentamento de Cogodane, localizado no distritos de Namacurra e, em Namitangorine, distrito de Nicoadala.
“As acções em curso, em termos de assistência a estas família, o governo avançou, até ao momento, com a distribuição de alguns produtores dentre alimentares e não alimentares, com destaque para mantas, roupa diversa, sabão, baldes, kits de material de higiene, rolos de plásticos para cobertura, arroz, óleo alimentar, sardinha e feijão manteiga, e o governo continua a mobilizar recursos com vista a minimizar as necessidades dos deslocados”, refere a nota de imprensa que o Ikweli teve acesso.
“É desafio do governo da Zambézia atribuir aos deslocados talhões para a construção de habitações, assim como para a produção agrícola”, acrescenta o documento que sublinha que a medida visa, futuramente, minimizar a dependência de terceiros.
Igualmente, a sessão serviu para analisar o cenário actual da evolução da pandemia da covid-19, naquela circunscrição geográfica. Em conformidade com a nota de imprensa, cujo conteúdo temos vindo a citar, desde que foi notificado o primeiro caso positivo da covid-19 em Moçambique, a província da Zambézia testou um universo de 3.491 (três mil e quatrocentos e noventa e uma) pessoas suspeitas de serem portadoras do novo coronavírus.
Das amostras analisadas, 55 pessoas acusaram positivamente para a pandemia. Até a realização daquela sessão, Zambézia contava com um total de 47 pessoas completamente recuperadas da infecção do coronavírus, tornando-se na segunda província de Moçambique com maior taxa de “recuperabilidade” na ordem de 85%, atrás da província de Inhambane com 96% dos casos cumulativos.
Segundo apuramos, os casos positivos foram registados nos distritos de Quelimane (com 20), Milange (com 12), Pebane (com 8), Gurué (com 5), Gilé, Maganja e Nicoadala com dois casos cada, e com um caso nos distritos de distritos de Ilé, Luabo, Mopeia e Morrumbala.
Também “na sessão foi passada em revista o ponto de situação do reinício das aulas presenciais no ensino superior e técnico-profissional. Até ao dia 19 de Agosto corrente, foram vistoriadas 37 instituições, e que parte delas aguardam pela validação das condições criadas para o reinício de aulas no contexto da Covid-19, estando apenas a Uni-Licungo e Politécnica que já reabriram”, finaliza a nota de imprensa.
IKWELI – 21.08.2020
NOTA: Como na província de Nampula, pretende o governo atribuir talhões a estes deSlocados de Cabo Delgado. Será que está a ser política do governo o não regresso às origens destes deslocados? Porquê?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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