Morreu no dia 21 de Maio, na nortenha aldeia de Matambalale, Muidumbe, Simon Nshusha, o último sobrevivente entre os protagonistas do evento a que se tem chamado o Massacre de Mueda. Nshusha fazia parte do grupo de sete pessoas que no dia 27 de Abril de 1960 foi bater à porta da Administração colonial de Mueda – e para pedir exactamente o quê?
Segundo o próprio testemunho de Simon, que foi entrevistado por vários pesquisadores, incluindo o autor destas linhas, o objectivo da visita teria sido o de “exigir o país”, kudai Shilambo (em Shimakonde, nas suas palavras). O grupo de sete teria sido enviado por Faustino Vanomba para testar o terreno com o Administrador e vender cartões da Associação dirigida pelo próprio Vanomba – não a MANU, como se conta em muitos livros, mas sim a Sociedade dos Africanos de Moçambique (SAM). O Nshusha teria pedido ao administrador a
independência de Moçambique, o que levou à prisão do grupo. Embora o testemunho do Nshusha reflicta a percepção individual dos objectivos recônditos da SAM, a verdade histórica é mais complexa e interessante.
Leia aqui Download Israel Mueda Savana