Num dos videos viralizados pelos terroristas após a tomada da vila sede de Mocimboa da Praia, um dos homens que aparece como orador é um moçambicano, segundo apurou o Centro de Jornalismo Investigativo após uma pesquisa aturada.
Conhecido pelo nome de Ibn Omar, o seu nome de baptismo é Bonomade Machude Omar um jovem Moçambicano, natural de Cabo Delgado, distrito de Palma, com infância passada no distrito de Mocímboa da Praia. Ibn Omar é o responsável dos ataques, aquele que dita as regras, como atacar, onde atacar e a quem se deve matar. Todas as ideias de ataque e contra ataque dos bandidos armados em Cabo Delgado estão na responsabilidade de Ibn Omar. Pode assim se afirmar que ele é o braço directo de quem sai a ganhar nessa guerra de Cabo Delgado.
Da infancia tranquila:
Bonomade Machude Omar também é conhecido por “Rei da Floresta”, depois de concluir a sua 12 classe na Escola Secundária Januário Pedro de Mocímboa da Praia, estudou o Islão em vários países e no seu regresso pertenceu as fileiras da África Muslim na cidade de Pemba.
Fontes ouvidas pelo CJI descrevem Ibn Omar, como sendo um grande “religioso Islâmico, esperto e muito inteligente”. Quando era aluno, apresentava sempre boas notas, esforçado e dedicado, nunca desconfiaram do seu futuro estaria relacionado ao terrorismo, nunca apresentou sinais estranho naquela altura. “Ele era muito calmo, fazia tudo segundo ALLAH, não se envolvia em confusões e sabia desviar-se de provocações de colegas de escola”. Disse a fonte.
Alguns residentes de Mocímboa da Praia, descrevem “o Bonomade ou Ibn Omar, ou Leão da Floresta seja la quem quer que ele se intitule, mudou muito o seu comportamento. Ele tinha uma coisa estranha no seu ser, dava para desconfiar da sua participação nesses ataques por causa da discórdia e seitas feitas por jovens com quem ele andava, acreditando que eram certas e é o que Allah quer, tal como os extremistas fazem justificando que são muçulmanos puros. Ele era fingido, tinha violência nos seus olhos e tinha muito apoio de alguns lideres do bairros e moradores locais. Nòs os que não somos naturais de Mocímboa da Praia é que não sabíamos quem é o Ibn Omar. Por isso saímos de lá e voltamos para Pemba, todos nòs que fomos a Mocímboa da Praia por questões de trabalho sentimo-nos obrigados a sair por causa da guerra, medo e insegurança.” Disse a nossa fonte.
Ibn Omar, vive ou melhor, vivia no bairro de Nanduandua em Mocímboa da Praia, e seu encarregado de Educacao e um politico a nível do distrito, o professor reformado Abdul Fomassane. Na casa deste professor reformado, para além do Ibn Omar, existiam também dois jovens o qual estão envolvidos nestes ataques. Parece que são os seus sobrinhos. Assim ele os chamou, sobrinhos.
Porque as FDS não conseguem capturar o Ibn Omar?
Ibn Omar tem vários aliados, desde as forças de defesa até aos civís em todos os distritos onde há guerra assim como na cidade de Pemba, Maputo e Niassa. Na verdade eles estão em todo o país, espalhados como comerciantes enquanto favorecem a guerra em Cabo Delgado.
Quando os militares estão a entrar ou sair num distrito, Ibn Omar tem tido informação através de suas fontes espalhadas em vários lugares. Quando entram nas vilas distritais, Ibn Omar através dos moradores obtém informação sobre a entrada e saída de militares. Em poucas palavras, o Leão da Floresta tem fontes oficiais e civis que o dão informação de todo o percurso das FDS. Não há dúvidas de que este não é apenas um assunto de Estado Islâmico, existe alguém de poder dentro de Moçambique, que sai a ganhar, por isso as fardas iguais as dos militares da FDS embora com bandeira do estado Islâmico. Alguém com facilidades de obter fardas das FDS de Moçambique está envolvido neste acto macabro e a sua contribuição está em dar a farda militar, até ao pingo de chuva como sabe-se que eles têm para os terroristas. Isto não passa de um negócio onde tem muita coisa envolvida. “As armas de luxo, automáticas importadas no mandato de Guebuza alegadamente para SISE que até chamaram Israelitas para treinarem alguns membros da defesa, onde estão neste exacto momento?” pergunta a fonte que nos faz a narrativa “Cadê os atiradores treinados? Aquele militar que foi detido em Nampula que traziam consigo farda militar para dar aos terroristas em Cabo Delgado, é da casa militar, farda recebida apartir do quartel general.
Segundo pesquisa feita pela “Carta de Moçambique” sobre a conta Shakira Junior Lecticia, uma das moças o qual aparece sua foto nessa conta, disse para Carta que tirou aquela foto para enviar ao seu namorado que é militar, cujo missão terminada em Macomia teve que regressar a Maputo. A pergunta que até então não cal é como essa foto parou naquele grupo de que fazia incitação à violência? Quem é este militar? Em fim, a verdade é que está mais do que claro que há militares envolvidos nestes ataques e que favorecem aos bandidos armados.
Que grupo é este e porque torna difícil de serem desmantelados?
O CJI apurou que trata-se do Estado Islâmico com uma mão de alguém que esteja no poder que ganha com estes ataques. Os bandidos armados acreditam que estão a matar as pessoas na fé, em nome de Deus Todo Poderoso porque tornaram-se impuras e se desviaram das verdadeiras escrituras sagradas.
Voltemos ao grupo fechado do facebook Shakira Junior Lecticia. Este era um grupo fechado. O CJI a partir de algumas publicações deste grupo, pesquisou alguns nomes que aparecem neste grupo a dar “LIKE” nas publicações, todos são naturais de Cabo Delgado e alguns deles membros da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), o braço juvenil do partido Frelimo. Como é que jovens activos da OJM a nível de um distrito colocariam um GOSTO numa publicação onde Shakira Junior Lecticia publicaria ataques, e ataques? Porque nunca denunciaram esta conta? Porque sempre as mesmas pessoas colocavam os LIKE nas publicações de Shakira Junior Lecticia?
É difícil desmantelar este grupo porque são vários e estão em todos os lugares, trata-se de uma mistura de pessoas em todas as áreas: os que estão nas matas são por eles liderados os seus comandantes locais:
Bonomade Machude Omar residente em Mocímboa da Praia;
Canimambo de Macomia, irmão de Seha, residentes no bairro da Subestação Cahora Bassa
Mussa residente em Macomia;
E nas matas:
Jovens recrutados nas mesquitas acreditando que fazem tudo em nome de Allah;
Jovens comerciantes com vontade de ver ver seu negócio a crescer duma maneira rápida e enganados por dinheiro; alguns destes são jovens comerciantes do mercado de Natite na cidade de Pemba, que hoje em dia encontra-se as moscas pois os donos estão a cumprir a missão de matar e matar;
Jovens activos na política a nível de alguns distritos como é o caso de Macomia, para servirem de espiões sobre o que se diz pelo governo em relação a guerra; estes é que tiravam as fotos dos militares e davam aos amigos para postarem na conta Shakira Júnior Lecticia.
Naturais enganados que após a victória dos bandidos armados, terão um Estado Independente, onde os governantes não serão os políticos que simplesmente se importam com riqueza; a população principalmente de Mocímboa da Praia, acreditam que os bandidos armados seus filhos e sobrinhos, quando dominarem a província toda, não terão sofrimento, pobreza, e farão o uso das suas riquezas naturais. A população acredita ainda que os Al Shabaab ou bandidos armados, estão certos que muitos crentes Muçulmanos estão impuros e precisam que sejam exterminados como quer Allah.
Jovens desempregados enganados que teriam um emprego e foram obrigados a ir nas matas onde foram treinados e instruídos e obrigados a matar.nessa vida só se seguem ordens, não há discórdia e não se saí caso tente sair deste grupo é morte, juntamente a sua família. É um caminho sem volta.
Quem financia este grupo?
Desde 2007 que entraram em Moçambique, Somalis, Iranianos, Seneganenses, Tanzanianos, etc, alguns membros do Estado Islâmico para estudar as fragilidades de Moçambique e orquestrar os seus ataques no Norte de Moçambique, onde a maior parte são Muçulmanos, e com a fronteira da Tanzânia é mais rápido a entrada de Al Shabaab, e a comunicação falada Suahili facilita pós naquelas zonas fala-se com muita fluência.
O Estado Islâmico entrou em Moçambique há muito tempo. Muitos deles entraram como comerciantes, e estão em todo o território moçambicano. Segundo uma fonte ouvida pelo CJI, que tinha sido recrutada em 2007 na província de Niassa por Somalis para ser cozinheira. Mais tarde descobriu que trata-se de um grupo extremista e que organizava ataques em qualquer momento na zona Norte de Moçambique, caso particular Cabo Delgado.
Através de seus negócios: lojas, mercearias, empresas, dentro do país foram arrecadando fundos para sustentar a guerra;
Eles até têm bombas de combustível na província de Niassa, e o valor usam para sustentar as guerras de Cabo Delgado;
No ùltimo mandato do presidente Armando Emílio Guebuza, quando Nyusy era Ministro da defesa, sumiram armas e fardas, foram roubadas estranhamente mais de 200 armas das FDS, ninguém sabe o que aconteceu e como aconteceu até então.
Os bandidos armados usam fardas e armas do Estado Moçambicano e ainda outras armas melhores que as dos militares da FDS.
Uma parte das dividas ocultas, foi a compra de armas muito potentes que não se sabe ainda onde foram parar até hoje. Ninguém explica, ninguém diz nada até então algo que esteja relacionado com aquelas armas. Porque Mussumbuluko as negociou em nome do Estado Moçambicano? Onde estão as armas? E quem as tem em sua posse?
Direção errada da investigação do SISE sobre jovens recrutados para a insurgência:
O CJI apurou que os Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) teve conhecimento de existência de um grupo de jovens a serem recrutadas para um treinamento militar, o que não se sabia era para que fim e quem era o responsável deste recrutamento e onde era feito o recrutamento?
Entre 2014 a 2017 antes do primeiro ataque, vários funcionários do SISE investigavam este grupo de jovens recrutados, segundo apuramos.
A investigação do SISE estava num angulo errado, que terá ficado a acreditar que os treinandos fossem viveiros da rebelião da Renamo comandados por Afonso Dhlakama na altura em vida. O SISE andou a investigara vários membros da Renamo em Cabo Delgado caso particular a cidade de Pemba, uma vez que haviam rumores de um certo recrutador no bairro de Natite, cidade de Pemba. Mesmo assim sem sucesso.
Em 2017, muito antes do primeiro ataque dos terroristas em Mocímboa da Praia, houve um episodio que o CJI acompanhou segundo de múltiplas fontes no distrito de Mecúfi aldeia de Muaria.
“Vários jovens foram inscritos para estudarem madrassa naquela aldeia e posteriormente com promessas de estudar o Islão fora do país”, como conta a nossa fonte: “o meu filho já não comia em casa, dizia que sou impura e não poderia comer refeições preparadas por uma mulher impura. Aquilo era estranho para mim. Já não me respeitava, e dizia que ele é adulto para comer em casa. O meu filho ate dormia la na madrassa, nas noites nós escutávamos barulhos de treinamento militar, parecia que durante a noite eles treinavam Karate.” Disse a fonte.
Cada dia que passasse eu sentia que estava a perder o meu filho. Meses depois, o meu marido chegou em casa, saíndo de Pemba. Contei-lhe o que se passa com o menino e ele também notou a mudança de comportamento, hábitos e costumes do meu filho tudo era estranho. Foi quando ele começou a procurar saber que mesquita era essa. Dias depois, o menino apareceu a pedir sua cédula pessoal para levar a madrassa porque estavam a organizarem-se para uma viajem, iriam estudar o Islão fora do país. Meu marido ficou mais preocupando ainda, aproximamos as autoridades e colocamos o assunto. Depois disso, descobrimos que tratava-se de uma mesquita falsa. Não tinha arcabes, (nao tinha aquele lugar sagrado onde fica aquela pessoa que dirige a oração) era apenas um edifício usado por pessoas que estavam a recrutar jovens inocentes para a guerra de Cabo Delgado em nome de Allah.”Acrescentou a fonte.
“Graças a Deus o meu filho desistiu logo que o meu marido chegou de viagem…olha, existem crianças que até hoje não se sabe onde estão, se continuam vivos ou mortas”…exclamou a fonte.
Trata-se de uma mesquita que tinha o nome de Africa Muslim no distrito de Mecufi, aldeia de Muaria, pertencente ao Abudo Sadat, e os professores dessa estranha madrassa eram Abudo Agimo, Temane, Mahando Abdul. Este recrutamento foi no princípio de 2017 e no mesmo ano a mesquita foi destruída por autoridades e comunidades. Estes homens haviam sido presos por 2 a 3 meses e depois foram soltos alegadamente que seriam julgados em liberdade, coisa que ate a data de hoje não aconteceu. A maior parte da população de Mecúfi e de religião Islâmica. Ibn Omar, pertenceu a Africa Muslim. Esta falsa mesquita no distrito de Mecúfi também tinha o nome de Africa Muslim. Uma pergunta que a equipe carrega relativamente à este assunto é: será que a mesquita Africa Muslim esta envolvida nestes ataques? Era de seu conhecimento aquela mesquita com seu nome mais sem o lugar para aquele que dirige a oração? Será que foi usado o nome Africa Muslim para manipular as pessoas? Estas e várias questões sem respostas, más a verdade é única: Ibn Omar pertenceu a Africa Muslim.
Negocio dos órgãos humanos na guerra de Cabo Delgado:
Nesta guerra também houve muito negócio de órgãos humanos. Pois os terroristas desde 2017 quando começaram a matar pessoas, sempre tiraram algumas partes dos órgãos das vítimas. Como é o caso de órgãos genitais, gargantas, entre outros. Ate então nunca chegou a se perceber onde vendiam, para quem vendem, e quem é o patrão Moçambicano que deu a carta branca a estes bandidos…
Fonte: CJI