INTRODUÇÃO
O presente projecto pretende no longo prazo debater e desenvolver a problemática islâmica em Espaço Lusófono. A actual Tese a apresentar, também se encontra inserida num subprojecto mais ambicioso, que pretende dar enfoque à Comunidade de Muçulmanos Sunitas de origem asiática, de Moçambique e, desenvolvê-lo em 3 painéis. A saber:
- 1º Painel: A relação com o Poder Colonial Português (1920/75);
- 2º Painel: A relação com o Moçambique Independente (1975/92);
- 3º Painel: A relação com o Moçambique Democrático (1992/2004).
Nesta primeira fase, Mestrado, desenvolveremos especialmente a parte referente aos 2º e 3º painéis, guardando o 1º para a posterior fase de Doutoramento, o qual abarca a segunda metade do Século XIX e todo o Século XX, até 1975, ano da independência de Moçambique.
Nesse mesmo ano, Moçambique entra numa espiral sovietizante e, sobretudo para os muçulmanos, anti-religiosa. Os Anos das Trevas, conforme é descrito por todos os muçulmanos entrevistados, contemporâneos dessa experiência, são os tempos em que Samora Machel, Presidente de Moçambique, entra de botas calçadas na Mesquita Central da Ilha de Moçambique e em que às crianças muçulmanas na escola, lhes era solicitado que orassem a Deus por comida, como prova de que nada acontecia. De seguida era-lhes solicitado que orassem ao Camarada Presidente Machel e travessas de fruta e comida entravam pela sala de aula. São também os anos da Operação Produção, do Carapau e do Repolho e das Guias de Marcha, em que a Portagem da Matola encerrava todos os dias às 18.00h, fazendo de Maputo uma ilha de terra. Só lá se chegava de telefone.
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