Por Francisco Nota Moisés
Não conheço pessoalmente James Taylor. O seu nome e anglo-saxone. Mas ele diz que o seu nome autóctone é Kind Lightning o que quer dizer Relâmpago Generoso. Porque tal nome tribal que parece não ser sério para os ouvidos de alguns de nós acostumados a mentalidade ocidental ou de culturas predominantemente brancas?
Se alguém perguntar a James Taylor se ele é um indivíduo do Ocidente, a sua resposta será sem dúvida que embora ele seja da Nação Ojibwe de Mississauga na província canadiana de Ontário no Canadá, portanto dum país ocidental, ele pertence a uma das Primeiras Nações do Canadá ou ao grupo étnico Ojibwe. Primeiras Nações ou Autóctones ou Nativos são designações oficiais daqueles que fora do Canadá são conhecidos como Índios. Índios são uma designação pejorativa e evita-se no Canadá quando se fala dos povos autóctones.
Mas quem é James Taylor e porque é importante ou talvez não importante? Se não é importante, a sua história é pelo menos interessante. Li parte da sua vida num jornal comunitário da região residencial da urbe onde vivo e achei-a engraçada, pelo que pensei em compartilhá-la com os leitores do Moçambique para todos.
James Taylor um sobrevivente de dois relâmpagos que se abateram sobre ele e que celebra como eventos importantes na sua vida.
Na cultura do seu povo Ojibwe, os sobreviventes e aqueles que são conhecidos como os que não regressaram ou não sobreviveram dos relâmpagos são todos celebrados como indivíduos excepcionais e os sobreviventes em particular recebem a designação de Bobos Alegres. Depois de ter sobrevivido ao segundo relâmpago, os seus antepassados, ou seja os espíritos dos seus antepassados, apelaram para que ele ficasse alegre e viajasse para se curar.
A partir do segundo relâmpago, ele empreendeu três viagens longas e a pé durante cinco meses cada e cobrindo 9.300 (nove mil e trezentos) quilómetros de ida e volta para cada viagem . Reconhece que as viagens eram duras, mas contentes e alegres durante as quais ele dormia em lugares diferentes pelo caminho.
Ele tinha planeado fazer a quarta e última viagem de cura, mas magoou-se e o Coronavirus interveio e os dois acontecimentos o impediram que a fizesse. E não regreta que esses fenômenos aconteceram e que não foi capaz de fazer a sua última viagem de cura.