Por Francisco Nota Moisés
Ainda na missiva, o Governo diz-se preocupado com a tendência da intensificação e alastramento das acções terroristas para mais distritos daquela província, sendo que, actualmente, perfazem nove distritos. Anota, igualmente, que os terroristas, para além de sequestrar, assassinar, saquear, usam durante os ataques às posições das Forças de Defesa de Segurança (FDS) crianças e mulheres como escudos humanos (Jornal Maputo, 22.09.2020)
O regime da Frelimo que nunca veridicamente informa aos moçambicanos sobre a situação militar corrente no norte e no centro do pais e sobre outros assuntos do interesse para os cidadãos esta agora forçado a falar a verdade como resultado da sua derrota em Cabo Delgado a UE e a mendigar de joelhos no chão por ajudas humanitárias, logísticas e para treinos (designado treinamento no português moçambicano). Face a derrota das suas forcas, o regime agora admite que os rebeldes se expandiram para outros distritos em Cabo Delgado.
Como e que a situação que começou com a Frelimo a se zombar dos rebeldes como jihadistas armados com catanas e objetos contundentes como os paus que os seus militares usam para bater cidadãos amarrados com os braços atras das duas costas se tornou agora num monstro que ameaça engoli-la e a ponto da Frelimo temer que ela venha a se expandir no pais e mesmo a se tornar numa ameaça para a região austral da Africa, segundo um outro parágrafo do artigo "Governo "rende-se e pede ajuda a UE na formação logística das FDS"?
Obviamente, os frelimistas são entendem grande coisa sobre assuntos contemporâneos. Visto que foi sempre a UE, uma organização civil com ramificações políticas, sociais e econômicas, que lhe deu mimos com dinheiros dos contribuintes europeus, eles pensam agora que podem endereçar pedidos da natureza militar.
Tal pedido devia ter sido endereçado à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico do Norte) ou NATO (North Atlantic Treaty Organization) na sigla inglesa que foi estabelecida depois da Segunda Guerra Mundial para formar uma frente militar ao perigo militar que a União Soviética de Josef Staline poderia representar contra a Europa Ocidental e os Estados Unidos e o Canada, os dois últimos sendo os únicos países membros da OTAN no continente americano.
Mas pela sua natureza, um tal pedido de Moçambique à OTAN provocaria risos nos corredores da sede da organização em Bruxelas visto que as suas operações se circunscrevem a região do Atlântico Norte e contra o perigo do comunismo ao qual o regime da Frelimo se tinha imbuído corpo e alma como fantoche da União soviética. As únicas vezes quando países da OTAN atuaram conjuntamente foi no Afeganistão para combater o perigo de Al-Qaida e dos talibãs que apoiava os terroristas do OSama ben Laden e nos bombardeamentos da Líbia de Muamar Kadafi e na campanha aérea contra a Serbia nos Balcãs.
Cabo Delgado e Moçambique, não teria interesse para a OTAN que sabe que não pode derrotar uma guerrilha.
Aposto que a Frelimo poderá vir a obter ajuda militar em treinos ou em tal treinamento de Portugal, o pais europeu com melhor conhecimento da região de Moçambique. Mas será que Portugal quererá meter-se numa situação que não poderá nunca ganhar e ter que se retirar mais tarde numa derrota em desgraça pelos "barbudos islâmicos" segundo a percepção veiculada pela Frelimo para o mundo e lhe prestar ajuda?
E porque é que Portugal se meteria numa situação militar que ele no fundo do seu coração, apesar das papagaíces de certos dos seus políticos esquerdalhos, sabe que e o resultado da natureza ditatorial, diga-se totalitária, do regime da Frelimo e que tal situação, como não existe em Portugal, se o regime da Frelimo não fosse terrorista contra os seus próprios cidadãos e outros.
O bom senso fará com que Portugal não se meta nesta situação e que deixe a Frelimo resolve-la militarmente com uma derrota sua ou que termine numa vitória sobre os rebeldes do Norte e do Centro que estão a crescer e expandir as suas operações.
E neste contexto, louvo o General Mariano Nhongo que já se declarou como o amigo dos rebeldes do Norte, o que poderá evitar uma confrontação militar entre a Junta Militar e os rebeldes do Norte caso as duas forcas vejam a se depararem cara a cara no futuro.