Por Francisco Nota Moisés
Como historiador, estragos e destruições militares em guerras não me espantam. As demolições tem sido parte da estratégia de terra queimada para negar ao inimigo a capacidade de fazer guerra e para derrotá-lo. Samori Toure, um estratega militar africano da Africa ocidental no século 19 fez isso mesmo contra os imperialistas franceses para que o seu império não caísse nas mãos daqueles conquistadores europeus. Embora estivesse a recuar e a fugir com o seu exército, eles destruíam tudo atras deles para que os imperialistas franceses nao encontrassem comida e lugares onde terem abrigos. Apesar da sua tecnologia superior a do exército do Samori Touré, levou aos franceses sete anos para derrotar a resistência do imperador africano e capturá-lo em 1898. Na Segunda Guerra Púnica 218-201, Aníbal, o general africano de Cartagena (Tunísia) invadiu a Itália dos Romanos e lá permaneceu por 17 anos a destruir tudo à sua vista. Quando recuavam, os russos destruíam tudo para que os invasores napoleónicos não pudessem ter nem comida e nem lugares onde ficar e incendiaram Moscovo que Napoleão capturou em 1812, mas o seu Grande Armée não tinha onde ficar e quando o inverno fustigador russo regressou, os invasores franceses foram obrigados a recuar de Moscovo em desgraça com o frio a castigá-los e os russos a embosca-los. Os soviéticos vieram a fazer a mesma coisa para derrotar os invasores nazis. Os aliados, britânicos, americanos, canadianos principalmente pulverizaram as zonas urbanas da Alemanha hitleriana com ataques que cada vez contavam entre 300 a 1000 aviões contra cada cidade e matavam dezenas ou centenas de milhares de civis cada vez.
Que os rebeldes do Norte fizeram, e fazem, o mesmo aos centros urbanos que capturaram como Muidumbe cujos estragos são mostrados num vídeo na página do Pinnacle News no Facebook, isto não é nada novo para mim como um historiador. A guerra é assim mesmo. A vila de Muidumbe, lugar natalicio de Felipe Nyusi, esta destruida fora da medida. Nada ficou intacto durante os três dias que os rebeldes ocuparam a vila em Abril deste ano. O homem ou o correspondente que anda a mostrar os estragos na companhia dum velho de nome Luís Francisco (?Litanda), que se identifica como líder comunitário, ou seja o régulo, diz o seguinte quase no fim to filme com foco aos estragos feitos a unidade sanitária da vila na qual Nyusi alegadamente nasceu:
"Estes foram os estragos nesta unidade sanitária aqui em Muidumbe. Portanto, trata-se do distrito de Muidumbe aqui na província de Cabo Delgado. Isto foi no dia 7 de Abril -- durante três dias consecutivos (os rebeldes estiveram a destruir).
"Foi um estrago que fez com que o presidente da República (Felipe Nyusi) viesse aqui na mesma semana visitar esta unidade sanitária. (O presidente) chorou. Chorou. Visivelmente chorou muito. E todo o mundo viu ele a chorar. Tirou lagrimas.
"Foi aqui onde o presidente da República foi nascido, conviveu, foi tratado e perdeu o seu cordão umbilical. É por aqui também ele quereria ver desenvolvimento e não estes estragos.