Insurgentes entraram, mas à saída foram mortos
Depois de, com sucesso, terem conseguido atacar a sede do posto administrativo de Mucojo e respectivas aldeias, os insurgentes não tiveram a mesma sorte na incursão que fizeram à ilha Matemo, local para onde muitas pessoas refugiaram-se quando as suas aldeias foram atacadas em Mucojo.
O que se diz é que a estratégia montada pelas Forças de Defesa Segurança (FDS) em relação à resposta da incursão terrorista a Matemo resultou quase na perfeição.
Primeiro, os insurgentes, excessivamente confiantes e numa atitude de perseguição à população que tinha fugido das aldeias de Mucojo, entraram em Matemo, depois de terem desembarcado de dois barcos a motor.
Entretanto, horas depois da chegada, helicópteros ao serviço das Forças de Defesa e Segurança conseguiram destruir os meios pelos quais o bando tinha sido transportado para àquela ilha.
Quando o grupo regressa ao litoral, na madrugada do dia 21, com mantimentos pilhados, assim como com alguns jovens que tinham sido feitos reféns, depara-se com o facto de as embarcações terem sido destruídas.
Para rapidamente procurar desenvincilhar-se da situação, o grupo pegou em dois barcos a remo e vela, e iniciou a navegação no sentido de chegar à zona do continente.
Entretanto, mais uma vez, as Forças de Defesa e Segurança conseguiram monitorar o grupo e, à chegada à ilha Quilhaule, foram atacados por helicópteros.
Na verdade, no movimento de saída, além de terem morrido insurgentes, reféns também perderam a vida. O que se diz é que uma posição militar das FDS tinha sido montada na ilha Quilhaule.
Na ocasião, relata-se, todos morreram. Os insurgentes e os jovens que tinham sido raptados e feitos reféns. Não se conhecem os números reais, mas fala-se de pouco mais de 30. Uma fonte que falou com o mediaFAX a partir de Matemo, na manhã de sábado, confirmou o ataque contra os barcos dos insurgentes, naquela madrugada.
Igualmente deu como certa a informação da destruição dos dois barcos a motor usados pelos insurgentes para chegar a Matemo. Bai Abudo confirma, igualmente, que os dois barcos a motor que os insurgentes usaram para entrar na ilha Matemo, foram queimados por helicópteros.
Na ocasião, os insurgentes permaneceram escondidos nas residências da população local de Matemo. Em termos de danos, a fonte deu a conhecer que além dos raptados e da pilhagem de bens, uma pessoa foi morta pelos terroristas, alegadamente pelo facto de ter sido encontrado com um corte de cabelo que desagradou os insurgentes.
Disseram que o corte que o jovem exibia contrariava as leis do islão. “Ele, na companhia de outras pessoas, foram encontrados num esconderijo”, explicou Bai Abudo, anotando que alguns insurgentes falavam a língua local, o Kimuane (com sotaque de Mocímboa da Praia). Relatou que uma das recomendações dadas era que a população devia seguir os mandamentos de Allah.
Por causa das diarreias agudas, além do nível de insegurança na ilha Matemo, muitas pessoas estão desesperadas procurando meios para sair daquele local, maioritariamente em direcção à Pemba, uma cidade que está já abarrotada e sem capacidade de receber mais deslocados de guerra.
Na sexta-feira, o administrador do Ibo esteve na ilha Matemo para se inteirar da situação, enquanto as autoridades tradicionais e religiosas buscavam meios tradicionais para evocar, a Deus, o fim da situação, porque já estão cansados de fazer enterros todos os dias.
MEDIA FAX – 27.10.2020