DE VEZ EM QUANDO...
Por Afonso Almeida Brandão
Parece que uma boa parte dos nossos telespectadores da SIC, de Portugal, têm um jeito especial para se maravilharem com as banalidades --- intencionalmente orientadas --- dos oportunistas mais óbvios de serviço.
Neste caso, de serviço aos maravilhosos (e mentirosos) sonhos neo-liberais e ao conjunto de princípios (mais religiosos que económico-sociais) que os orientam, para que melhor conduzam "os rebanho" deliberadamente desinformado, ignorante e afastado de quaisquer sistema de pensamento articulado e lógico ao sossegado redil dos baralhados essenciais, que só agem --- pavlovianamente --- de acordo com as orientações dos "pastores" arrenegados e blasfemos, que cumprem as ordens dos seus donos...
A criatura é, há anos, o reconhecido arauto dos piedosos princípios que guiaram o Governo do Passos Leporídeo (baseado nas mesmas obcecadas crenças) e procuraram incutir, no pobre e desorientado povoléu, o famoso principio de que o esbulho dos nossos (de gente maioritariamente honesta e trabalhadora) rendimentos, direitos laborais e sindicais e outras habilidades sugadoras eram "o único caminho" para a salvação da Pátria e sua economia, querendo com tais ladainhas pagar as dívidas de "banqueiros vigaristas" e outros "mamões" do "financismo" ou do "capital financeiro", produtos artificiais, não provenientes de riqueza real, efectiva, assente na produção, mas na especulação sobre as variações manipuladas de valores de valores fictícios, que sobem e descem nas "Bolsas de Valores", sem que quaisquer ganhos ou perdas reais o justifiquem.
Há anos que o "financismo" é incutido nas "massas" como o novo nome do "deus dinheiro", o salvador de todas as economias públicas, as quais vão definhando, na inversa proporção do enriquecimento dos especuladores, cada vez mais reduzidos em número e engelhados de cabedais, sempre salvos - quando se atolam demasiado nos lamaçais que geram - pela gentalha, a quem se baixam ordenados e pensões e se aumentam impostos, que é ainda mais explorada do que é hábito, quando as coisas correm de feição aos tais "donos disto tudo" os "financiadores sem rosto" ou "anónimos", como tão bem definiu o Adriano Moreira. Ouvi um pouco destas perorações, faladas e escritas deste "génio de segregação espontânea", de nome JOSÉ GOMES FERREIRA, um dos muitos que aparecem, não se sabe donde, quando se tornam necessários para o estádio mais apurado de "vendedor de banha-da-cobra", subitamente apontados como "grandes especialistas", "grandes denunciadores das fraudes", etc., etc., desviando a atenção do pagode dos verdadeiros especialistas e dos mais alentados especuladores...
Como se viu no caso do BES (actual Novo Banco), com o apoio à serenidade inventada do bom povo e à fantasiada "segurança" salgadeira, aprèssadamente proclamada pelo aldrabão-mor Cavaco Silva... Mas, como mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo --- e eu raramente ando distraído de coerências e incoerências, de factos e "notícias falsas" ---, depressa diagnostiquei de que se alimentava a víbora.
E como me falta o tempo --- como os Leitores devem imaginar --- para ler textos sérios e a sério, bem escritos, pensados e estruturados, com conteúdo intelectual muitíssimo mais interessante e desafiador, passei a saber, dos Ferreiras vómito, não mais do que umas vaguidades e vacuidades, mais do que suficientes para perceber o que se ia passando "daquele lado" ou as mínimas diferenças entre palavreado oco, meras variações sobre o mesmíssimo péssimo tema.
Contudo, desde já posso assegurar e informar de que --- também em relação a este espécime de jornalista de aviário --- me estou nas tintas seja para o que for que o facínora dejecte, pois sei que a essência do que lhe interessa - -- e do que vai debitando --- são sempre as mesmas aldrabices, as mesmas retorcidas intenções, os mesmos serviços (bem pagos) aos verdadeiros patrões.
Agora compara estes caneiros mal-cheirosos com reportagens e artigos de jornalistas que dá gosto ler, à quantidade de escritores geniais que ainda não li (ou, nalguns casos, não reli).
O Leitor sério que me lê acha que me autorizo a dispor de tempo para estes tarefeiros?!...
O AUTARCA – 22.10.2020