Resumo:
O presente artigo aborda a complexidade da construção nacional em Moçambique, tendo especial atenção ao período pós-Independência (1975). Inicialmente discute algumas matrizes teóricas sobre o caso das identidades africanas de modo geral e dos nacionalismos africanos de modo particular. Argumenta pela necessidade de abdicar das leituras generalistas e propõe o enfoque do caso moçambicano. Analisa a construção do projeto político e ideológico da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) tendo atenção na forma como é compreendida a construção nacional em Moçambique. Destaca, assim, a maneira como as identidades tradicionais e as heranças do período colonial e racista são contrapostas ao projeto de criação de um Homem Novo no país, através de uma particular leitura da moçambicanidade.