As autoridades moçambicanas esperam construir cerca de 100 novas aldeias, nos próximos tempos, para as populações deslocadas devido à violência armada no Norte de Moçambique, anunciou hoje o secretário de Estado da província de Cabo Delgado
"Nós queremos garantir que as condições das populações nestas novas vilas sejam melhores em relação as que existiam nos locais da sua proveniência", declarou Armindo Ngunga, citado hoje pela Rádio Moçambique.
Segundo o responsável, na construção das novas aldeias, cujos prazos e orçamentos ainda são desconhecidos, as autoridades vão procurar garantir que todos os serviços básicos estejam disponíveis, havendo já o projeto de um modelo base, que inclui residências, escolas, espaços para lazer e hospitais.
"Até este momento, o que nós estamos a fazer é encorajador: as pessoas já começaram a construir casas nas novas regiões onde se encontra e estão animadas", acrescentou Armindo Ngunga, que reforça o apelo aos parceiros internacionais para a ajuda humanitária.
A violência armada em Cabo Delgado dura há três anos e está a provocar uma crise humanitária com cerca de 2.000 mortes e 500.000 pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na zona da capital provincial, Pemba.
LUSA – 30.11.2020
NOTA: Nos anos 60, apesar da guerra da Frelimo, Portugal reordenou as populações de Cabo Delgado, em mais de 200 aldeias(aldeamentos) sem que as tivesse de tirar das suas zonas e que não foram abandonados após a independência.
Parece não estar no horizonte do Governo o seu regresso às zonas de origem. Porquê? Dá que pensar.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE