Por Francisco Nota Moisés
DE FACTAMENTE A DITADURA MAPUTENSE SILENCIOU O PINNACLE NEWS (3)
Sabio said...
Triste de acompanhar o assassinato daquele velho.
E ISTO É MESMO: TRISTE. Vi o vídeo da sua confrontação com Nyusi muitas vezes sem acreditar que um velho daquele tipo tivesse a coragem de confrontar Nyusi. O velho não conhecia o tirano como estes homens da Renamo tal como Ossufo Momade, André Magibire, José Manteigas e tantos outros que colaboram com Nyusi e agora estão tristes, falando e desfalando e a se lamentarem que os homens que entregaram a Frelimo estão sendo perseguidos, aterrorizados e chacinados (André Magibire); que não pode haver paz sem liberdade, que há discriminação de todo o tipo em todas as esferas da vida moçambicana, que tudo esta partidirizado, que alguns tem de tudo e comem enquanto a maioria passa mal e de fome e que as eleições são autenticas fantochadas (Ossufo Momade).
Custa-me acreditar que Ossufo Momade que assinou um acordo de paz com Nyusi esteja a dizer tudo isto e não exigiu ao seu amigo Nyusi que a pratica de esquadrões da morte devia cessar. Será que tudo isto que ele denuncia aconteceu depois dele celebrar aquele acordo com Nyusi que faz com que os próprios renamistas não gostem dele hoje? Não foi este homem e os seus amigos aconchegados que chamaram Mariano Nhongo um desertor. Será que chamar o Nhongo um desertor por não concordar com ele revela um espirito democrático?
E hoje Momade choraminga e apela a Nhongo para se integrar na sua fantochada de grande traição chamada o DDR dirigida por Mirko Manzoni e orquestrada por Felipe Nyusi para a eliminação dos homens da Renamo.
O certo é que eu sou um maluco socrático por sempre estar e pensar fora da norma, principalmente da norma totalitária frelimista. Dai que os deuses sanguinários da Frelimo e outros me acusaram de ser agente do colonialismo e imperialismo, como os tiranos gregos acusaram Sócrates de ter insultado os deuses, sabendo que tal alegacão enfureceria os populares contra o velho que veio depois a ser executado com veneno num copo que lhe deram para beber.
Chegaram mesmo os frelimistas de alegar que fui eu e o padre Gwenjere, que os terroristas da Frelimo mataram a sangue frio como fizeram aquela mulher nua em Awasse e ao velho da ilha de Ibo, que semeamos as desordens na Frelimo nos anos de 1960. Nunca fui à mão direita ou esquerda do Gwenjere, embora como muitos outros o apoiava em tudo que ele revindicava.
Eu sobrevivi às manhas da Frelimo que foram muitas para me fazer entrar na sua gaiola e matar visto que sempre vi a malicia por detrás das palavras doces como as do carecudo e barbudo Chissano que em 1992 me enviou uma mensagem para eu regressar à Frelimo. Obviamente, o homem andava maluco com sempre para me fazer tal proposta. Imaginava ele que eu podia estar de mãos com ele e os seus sanguinários da Frelimo? E todos aqueles que aceitaram as suas propostas destinadas a isolar a Renamo cujas fraquezas politicas me eram claras são agora defuntos: tendo a Frelimo os assassinados de maneiras diferentes que não deixam rastos da sua mão assassina.
Eu calculo. Antes de 1974 nunca sonharia meter patas em Portugal por ter sido um mau português. Tendo sido um cidadão português e abandonado Moçambique para me meter na Frelimo que vim mais tarde a descobrir que era uma organização terrorista, teria sido um suicídio faze-lo antes da queda do regime Caetano ou antes do Salazarismo desaparecer em Portugal. Teria sido preso no aeroporto em Lisboa e nunca sairia de Portugal.
Mas em 1982, cheguei a Lisboa vindo de Londres. Ninguém chateou e gritou a mim, dizendo tu traidor, safas-te de Portugal ou vá a prisão. Não queremos ter ver aqui, porco! E também ninguém pediu que eu mostrasse a CADERNETA DO INDIGENA que era para aqueles indígenas que não eram cidadãos portugueses como eu. Vi Lisboa, entrei nos Jerónimos, andei em Cascais, no belo Estoril, fui a Sintra e a muitas outras partes. Gostei da comida portuguesa e do comportamento amigável dos portugueses enquanto que os pretos que me viam nas ruas me chamavam PATRICIO.
E sai quando tive que sair e ninguém me disse: não sais daqui por ter sido traidor a causa nacional lusitana. Fugiste para não cumprires a tropa em Moçambique.
Quanto aquele velho da ilha do Ibo, depois de eu ver o vídeo, já sabia que ele era um vivo-morto que os carrascos da Frelimo iriam buscá-lo para matá-lo. A grandeza daquele velho foi a sua coragem. Ele é um símbolo da luta pela liberdade do uso da livre expressão e pela democracia. Como Gwenjere e tantos outros, ele e um dos nossos heróis. Aquele velho morreu só fisicamente. Muitos amantes da liberdade o verão com um herói. Homenageando-o como herói é o melhor tributo que podemos lhe fazer. Embora morto, ele ainda vive como símbolo daqueles que de armas nas mãos se confrontam com a tirania da Frelimo pela liberdade.