Por Francisco Nota Moisés
O regime da Frelimo em guerras da sua criação enfrenta sérias dificuldades devido ao isolamento em que encontra. Algumas semanas atras, o regime americano do Donald Trump tentou sem sucesso pressionar o regime de Emmerson Mnangagwa do Zimbabwe para enviar tropas para Cabo Delgado enquanto que o que preocupa o regime zimbabweano não é tanto a rebelião contra o regime da Frelimo em Cabo Delgado, mas a outra rebelião da Junta Militar da Renamo nas províncias vizinhas moçambicanas de Manica e Sofala que lhe afeta diretamente.
O regime do Zimbabwe está numa fraca situação financeira desde que continua fustigado por sanções de países ocidentais que não teem apetite para remove-las. E o regime da Frelimo não tem meios para sustentar a presença dos zimbabweanos e de quaisquer tropas de qualquer outro regime forasteiro em Moçambique. E o Zimbabwe ainda não se esqueceu que no passado as suas tropas foram profundamente fustigadas pela Renamo.
Pela mesma razão de que no passado as tropas do aventureiro e malogrado Julius Nyerere foram bem batidas pela Renamo, a Tanzânia anda amedrontada e sem apetite para uma nova aventura em Moçambique do Nyusi que não dispõe de meios materiais para sustentar as tropas da Tanzânia. A Tanzânia prefere então disparar morteiros e mísseis sem saber onde o rebeldes moçambicanos se encontram. Os seus obuses e mísseis terminam atingindo civis moçambicanos em Moçambique.
E a Tanzânia nem quer, se quer, receber refugiados que fogem da guerra no Norte de Moçambique. Ela ainda não se esqueceu de que o regime da Frelimo expulsou e maltratou tanzanianos que se encontravam nas minas de rubis no norte de Moçambique quando a polícia da Frelimo roubou aos tanzanianos e violou sexualmente as suas esposas antes de expulsá-las e os seus maridos de Moçambique.
A SADC e uma grande piada. É que agora já nem se fala dela poder ajudar o regime sitiado da Frelimo.
Depois do fiasco da força de Zuma na República centro-africana, os sul africanos estão ainda em choque e a lamber as suas feridas e a ideia duma nova aventura além fronteira lhes intimida depois dos seus mercenários terem falhado ajudar a Frelimo lá em Cabo Delgado. E também É uma aventura muito longe da Africa do Sul e seria logística e financeiramente custosa, se não ruinosa.
A UE a quem a ignorante ministra dos negócios estrangeiros da Frelimo apelou para apoio em treino (para o tal treinamento no pretoguês da Frelimo), e que deveria ter sabido que a UE não era uma organização militar, só foi capaz de avançar alguma verba depois de estar comovida pela propaganda da Frelimo que faz muito barulho sobre os deslocados da guerra e ignora os apelos da tal organização para que o regime investigue os abusos e maltratos dos civis pelas forças nyusistas.
A UE não tem tropas nem mesmo para o tal treinamento da soldadesca da Frelimo.
Perante a situação militar desastrosa no Norte e no Centro do país, Felipe Nyusi e os seus comparsas intensificam a sua propaganda de que os rebeldes setentrionais e do centro só atacam civis enquanto se sabe que as suas tropas foram derrotadas e muitos dos soldadescos rendem-se ao rebeldes ou são capturados ou fogem. E até é que alguns soldadescos preferem ausentar-se das frentes do fogo para viverem como uns fora da lei nas matas ou de estarem num campo de concentração da Frelimo em Cabo Delgado por não quererem lutar.