Por ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Novembro de 19[89], uma inesperada aceleração na história, finalmente fez o bloco soviético já em crise sofrer um [colapso]. A multidão de berlinenses cruzando o muro entre os dois Estados alemãs, simbolizará eternamente esse acontecimento.
Quem poderia imaginar, que menos de dois [2] anos depois os cidadãos eles novamente derrubariam a estátua de Lénine o próprio [berço] do Comunismo, esse outro símbolo estará para sempre ligado a desintegração da União Soviética [US].
Entre essas duas [2] datas ouve uma série de acontecimentos, que alguns achavam imprevisíveis e outros inevitáveis.
[02] de Dezembro de 19[89] o primeiro acontecimento dessa série teve lugar a 4.0[00] quilómetros de Moscovo, em dois navios assolados pela tempestade de mediterrâneo, ao lado da Costa de Malta era a primeira reunião entre Mikhail Gorbatchev, Secretário-geral do Partido Comunista [PCUS] da União da Repúblicas Socialistas Soviéticas [URSS] e George Bush o Presidente dos Estados Unidos [EU], recentemente eleito.
[Stephan Cohen-Estudioso Liberal da União Soviética] – “Foi muito engraçado porque havia uma tempestade enorme e os barcos não puderam se aproximar e Bush, ficou enjoado e Gorbatsove, também ficou todos ficaram enjoados”.
Os dois [2] homens, que navegavam ao encontro um do outro, naquele mar tumultuado eram os líderes das duas [2] maiores superpotências do mundo. George Bush, Presidente dos EU, a menos de um ano sucedera a Ronaldo Reagan o homem, que se referia a URSS como um Império do mal e que havia levado a um clímax, o confronto nuclear com o bloco Soviético. Bush continuaria com a política do seu antecessor.
Mikhail Gorbatchev, era Secretário-Geral do PCUS desde 19[85]. Na época ele tinha [54] anos. Trouxe o espírito jovem a liderança do Partido e deu iniciou a reforma radicais. Nos assuntos exteriores ele, levantou a cortina de ferro, permitindo que países satélites da URSS tais como; a Polónia, a Hungria, Checoslováquia recuperassem o controle do destino de suas Nações. No âmbito doméstico [interno], empreendeu a democratização do País, cunhando dois lemas revolucionários:
Glasnosti e Perestróica. Glasnosti queria dizer liberdade de expressão e Perestróica queria dizer restruturação dos sistemas políticos, económico e social.
[Mikhail Gorbatchev] – «pessoas perguntam o que é Perestróica. Bom…, é trabalhar seriamente. Isso é, o que é a Perestróica. É ajudar os outros; é sentir o apoio dos outros. Isso é o Socialismo».
[Grigry Yavlinsk: Economista Liberal-Autor do Programa dos 500 dias] - “Logo; que o Gorbatchev, disse agora vocês podem falar…, foi o fim…, depois disso não era mais possível parar ou voltar atrás. Era tarde demais. Tudo flui daí”.
No entanto, em 19[89] o resultado era tão duvidoso, mesmo que a sociedade soviética estivesse começando a respirar; mesmo que a censura a impressa tivesse sido abolida e que as liberdades individuais estivessem sendo mais respeitadas e que, as prisões arbitrárias tivessem desaparecido, a vida quotidiana dos soviéticos se deteriorava, foi quando a reunião de Malta teve lugar.
[Andrei Grachev: Porta-voz e assessor de Gorbatchev] – “Gorbatchev, chegou a reunião de cúpula em uma posição extremamente fragilizada. Gorbatchev, tinha uma meta crucial, obter dos Americanos o fim da escalada nuclear; por motivos morais, claro por motivos económicos. A redução drástica dos gastos militares o ajudaria a financiar sua famosa Perestroica, e elevar o nível de vida seu povo”.
[Mikhail Gorbatchev] – «Não só os países Europeus; mas o mundo inteiro estava atolado nessa Guerra fria. Você, tem que perceber que…, União Soviética e os Estados Unidos, tinham enterrado muitos bilhões de dólares na corrida armamentista. Imagine o que poderia ter sido feito com esse dinheiro».
[Stephan Cohen] – “No mês anterior da reunião, a Administração Bush esteve dividida. O Presidente Bush, levou todo o seu Comando para Campo David, que é a Residência Presidencial de férias e…, convidou para fazer uma palestra, para todo seu Comando duas pessoas, que representavam visões académicas americanas diferentes a respeito de Gorbatchev. O Professor Richard Pfhaff, que não confiava em Gorbatchev e não acreditava nele e achava, que a Perestróica era um truque e Steve Cohen. Cohen em 1989 tinha um bem conhecida visão de que, Gorbatchev representava para os EUA, uma oportunidade histórica de terminar a Guerra fria.
Depois, que Pfhaff falou e eu falei, fizeram perguntas e imediatamente ficou claro que o Presidente já tinha planos decididos, que ele iria acabar com a Guerra fria com Gorbatchev em Malta naqueles navios”.
[Mikhail Gorbatchev] - «Bush falou a famosa frase: a União Soviética, não é mais nossa inimiga. Temos, que nos livrar do conceito de que, somos inimigos comuns. E eu disse a mesma coisa. Nós nos apertamos as mãos; esse gesto e essa frase em comum simbolizaram o fim da Guerra fria, para todos nós foi uma grande conquista. Imediatamente nos veio a mente uma pergunta. Como devemos agir nesse novo ambiente? Era difícil de responder».
Foi nesse novo contexto político, que Mikhail Gorbatchev visitou Vilnius na Lituânia, onde milhares de manifestantes exigiam a independência do País. Gorbatchev foi avaliar a situação que estava se tornando perigosa, porque a Lituânia era uma parte integral URSS, tal como os outros dois [2] Estados bálticos; Letónia e Estónia foram anexados a US, em 19[40]
[Algirdas Brazausks: Primeiro Sec. do Partido Comunista Lituano 19[88] -19[91] - “Quando Mikhail Gorbatchev, veio aqui, eu o acompanhei a todos os lugares. Pelas ruas, nas praças e para conhecer os intelectuais. Ele sempre perguntava mesma coisa. Vocês querem mesmo sair da US? A resposta era sempre um unânime sim. O que mais eles poderiam responder a não ser; sim…, era evidente”.
De volta a Moscovo, Gorbatchev mostrou outra conclusão de sua viagem a seus colegas de Partido.
[Edward Shavarndnadze: Ministro de Relações Exteriores de Gorbatchev 1985-1990] – “Quando Gorbatchev, voltou de Vilnius [Lituânia], ele discursou com entusiasmo, ele disse: está tudo bem; eles querem ficar com os russos e pertencerem a US. Não há problema”.
No entanto, dois [2] meses depois, a Lituânia declarou a sua independência unilateralmente. Pela primeira vez da história da US, uma de suas Repúblicas estava se separando. Era um assunto sério, porque provavelmente seria contagioso. Gorbatchev ganha tempo segue as regras, que ele mesmo se impôs ao subir ao poder.
[Andrei Grachev: Porta-voz e Assessor de Gorbatchev] -“O que importa para Gorbatchev, e que para mim é prova de suas qualidades excepcionais, é sua ligação a certos princípios morais, sua aversão pelo uso da força, sua formação. Ele era advogado e tinha grande consideração pela primazia da lei”.
[Gorbatchev] - «Juro solenemente servir ao povo do nosso País, agir estritamente de acordo com a Constituição».
Para continuar suas reformas legalmente Gorbatchev, se fez eleger Presidente da US pelos Deputados do Congresso do povo e ao mesmo tempo aboliu o monopólio político do Partido Comunista introduzindo o sistema multipartidário na US.
[Alexander Yakovlev: Ideólogo da Perestróica] – “Tudo tinha, que ser reformado radicalmente; eu tinha consciência disso. Mikhail Gorbatchev, também pensava assim. Mas…, ele era mais a favor de fazer melhorias e consertos. Ele costumava-me dizer: cuidada Alexander; este Partido é um monstro, pode-se perder o controlo dele em um instante”.
[Mikhail Gorbatchev] - «Esse Sistema tinha chegado ao fim da linha. Estava desactualizado. Era óbvio, pois seguia uma política autoritária. O Partido Comunista e o Sistema administrativo exerciam o controlo absoluto. Como pode observar; todos os meus passos inovadores foram contrapostos pela nomenclatura. Era sempre a mesma coisa. Envés de governar os assuntos e implementar a Perestróica, o Partido Comunista começou a retardar todo processo».
[Grigry Yavlinsk-Economista Liberal: Autor do Programa dos 500 dias] - “Certas pessoas achavam, que só seria possível acabar com o Sistema Comunista, desmantelando a US. Eu não entendia isso. Não podia aceitar. Pensei, que era melhor construir uma União Autónoma, o estilo da União Europeia. Por isso, preparei um novo plano económico, que deveria ser levado a cabo em 500 dias”.
[Vasily Starodubtsev: Membro do Partido e deputado Comunista] – “Tive que intervir nesse assunto durante os debates Parlamentares para criticar severamente a Yavlinsk e o próprio Gorbatchev. Eu lhes disse; como podemos mudar para uma economia de mercado em 500 dias? Se nem criamos uma teoria de liberdade de mercado? Como podemos resolver esse problema em 500 dias? É loucura!”
Na verdade, “ (…) o presidente Gorbatchev enfrentava o velho eterno dilema o Marxismo e Capitalismo não são compatíveis. Em outras palavras; é possível organizar o mercado livre dentro de uma economia controlada? A Perestroica, que deveria resolver isso, não teve o efeito esperado. Abrir o mercado para competição foi um fracasso, porque os preços continuaram fixos e os novos produtores independentes nãos estavam mais interessados em vender com perdas. O resultado foi uma queda na produção. Prateleiras vazias nas lojas e…, uma enorme escassez generalizada de produtos”.
[Valentim Pavlov: Secretário do Tesouro da URSS em 19[90] – “Dois meses antes da eleição Gorbatchev, já falava da necessidade de…, liberar os preços dos artigos de primeira necessidade. Mas…, quanto mais próximo chegava o momento de decidir, mais sua caneta se distanciava do papel”.
“ (…) Gorbatchev postergou e…, finalmente desistiu do seu plano mas…, era tarde demais. O dólar negociava de forma ilegal, tornou-se a moeda de referência. O rubro desmoronou, a inflação desparrou. Mendigos começaram a aparecer nas ruas de Moscovo; coisa nunca vista antes. Os salários e as pensões não eram mais pagos regularmente”.
Em retrospectiva [20] anos depois Gorbatchev critica aquele plano abortado para dar o impulso na mudança económica.
[Mikhail Gorbatchev] - «Na verdade foi um grande erro. É impossível fazer uma transição de um sistema económico ao outro em 500 dias. Fracassamos! Fracassamos mesmo!».
O fracasso foi tão extenso, que no dia primeiro de Maio de 19[90], pela primeira vez na história da US, o líder de um País foi obrigado a descer do pódio Oficial na Praça Vermelha pelas vaias da multidão. Foi então, que um homem que esteve desfavorecido durante anos passou ao primeiro plano. Boris Yeltsin. Ele era um alto Oficial, apreciado pela sua eficiência e franqueza, que havia sido primeiro Secretário do Partido em Moscovo, antes de ser transferido por Gorbatchev por ter criticado o progresso lento da Perestróica.
[Mikhail Gorbatchev] - «Devo admitir, que a nomeação de Yeltsin foi um erro conjunto do Partido. Discutimos exaustivamente se devíamos, ou não aceita-lo entre nós. Me disseram: Mikhail Sergueivictchi Gorbatchev ele é confiável deveria estar na nossa equipe. Ele não irá hesitar tomará decisões. Então, o aceitamos. E como tudo isso acabou!... Bom isso você sabe!»
Deputado do povo eleito afrente dos [reformistas Comunistas], Boris Yeltsin nunca perdeu uma oportunidade de mostrar sua hostilidade contra Gorbatchev. Regularmente, ele o atacava no Parlamento.
[Boris Yeltsin] - “Chegou a hora de dar a sociedade uma imagem objectiva da situação; isso é o que Mikhail Sergeievitch Gorbatchev, deveria ter feito. Ele proclamou a Perestróica e claro tem responsabilidade primordial na crise actual”.
A política externa de Gorbatchev, foi tão criticada quanto aos fracassados da Perestróica. Ele foi acusado de ter [sucumbido] aos poderes do Ocidente. Não apenas por não ter negociado seriamente a partida das tropas Soviéticas da Alemanha oriental, mas também, por um assunto muito mais importante.
[Stephen Cohen: Estudioso Liberal da URSS] – “Bush, a Administração Bush, disse a Gorbatchev. Todos concordamos, que a Alemanha deve ser reunificada esse assunto não pode ser adiado, tem que acontecer é justiça histórica. Mas…, o que fazer com a Alemanha unificada; onde você irá coloca-la? Uma solução era colocar a Alemanha na OTAN, para que pudesse ser controlada mas…, Gorbatchev não gostou da ideia, seria uma capitulação grande demais, uma concessão excessiva”.
“(…) Então, disseram ao Gorbatchev, ou ele pediu não sei bem, que se Alemanha entrasse na OTAN, a OTAN nunca iria para o Leste. Em outras palavras, a OTAN terminaria; pararia na Alemanha. Gorbatchev teve essa promessa mas…, ele cometeu um erro; confiou nos Americanos. Era óbvio, que os poloneses, os húngaros, os checos fariam qualquer coisa para entrar na OTAN, forçando os limites da organização até as fronteiras da US. Cada vez mais enfraquecido Gorbatchev, no entanto; teve uma vitória quando foi designado em Julho de 19[90] com ampla vantagem como Secretária-geral pelo XXVIII Congresso do Partido. Os conservadores ficaram em minoria, mas numa jogada espectacular Yeltsin, puxou o tapete do Partido. Ninguém além de mim”.
[Gennady Brurbulls: Assessor de Yeltsin] –“Ninguém além de mim o vi naquele estado. Ele estava lívido. Profundamente aborrecido, ele que tinha sugado o leite da mãe Comunismo, ele que devia toda sua vida ao Comunismo tinha, que deixar tudo aquilo. Lembro daquela hora na sala do Congresso do Kremlin, ele é visto de costa andando pelo corredor, ele que tinha sido tão poderoso e implacável agora estava destruído. Na verdade, andando desse modo ele estava indo para o novo poder impotencial”.
[Alexnader Yakovlev: Ideólogo da Perestroica] – “No outono de 19[90] a situação era a seguinte: Os Democratas tinham derrubado o Gorbatchev, depois, que ele tinha abandonado o plano de 500 dias. E os Comunistas também lhe viraram as costas, alegando; para quê você nos serviria depois de tudo que você nos fez. Então; ele foi deixado em suspenso”.
Nesse vácuo o Presidente Gorbatchev, foi forçado a escolher; como ele não poderia se entender com Yeltsin tanto política quanto pessoalmente ele recorreu aos [Comunistas] apesar deles o terem culpado de quebrar o monopólio do Partido. No outono ele organizou uma nova equipa determinada. Nomeio Boris Polgo como Ministro do Interior, Dmitri Yiezof como Ministro da Defesa e Vladimir Krietsov como Chefe do KGB. E fez novas concessões para os da linha dura nomeando Guenady Anayef como Vice-presidente, Valentim Pavlov como Primeiro-ministro.
Essa mudança de direcção, foi tão surpreendente, que seu mais fiel companheiro de armas Edward Shavarndnadze renunciou.
[Edward Shavarndnadze] – “Isto é o advento da ditadura. Eu declaro com plena consciência; ninguém sabe e como será essa ditadura, quem será o ditador ou quais serão as suas directrizes. Mas quero dizer uma coisa; eu renunciou faço isso em protesto contra a ditadura”.
[Edward Shavarndnadze] – “Depois de mim falou Gorbatchev. Ele disse; isso não é verdade, não há ameaça se houvesse uma ameaça verdadeira, porquê Shavarndnadze saberia disso e eu não! Mas, minha fonte era confiável, sabem porquê! Porque eu era Ministro dos Assuntos Exteriores e 30 a 40% dos Diplomatas do Ministério trabalhavam para a KGB. Eles sabiam tudo e naturalmente me informaram e Gorbatchev não queria acreditar em mim”.
O endurecimento do Regime em Moscovo, fez com que os [Comunistas conservadores] dos Estados Bálticos partissem para o ataque. Houve manifestações nas ruas de Vílnius e Rígha pedindo, que seus Países permanecessem no bloco Soviético entravam em conflito com os separatistas. A tensão aumentava.
[Algirdas Brazauskas: Primeiro Secretário do Partido Comunista Lituano 19[88] -19[90] – “Haviam manifestações com 100.000 a 150.000 pessoas a vista da multidão se perdia no horizonte. Alguns altos Oficiais me chamaram a Moscovo disseram: oferecemos o que for necessário para você sufocar esse movimento. E eu respondia; eu não quero nada, eu não farei isso, então essas ofertas terminaram”.
[Valery Boldin: Chefe de Gabinete de Gorbatchev e Pustschista] – “Em Vílnius, um Golpe estava sendo preparado; haviam Comandos aguardando apenas uma ordem de Moscovo, e eles interviriam eu vi o Presidente Gorbatchev chamar Yazov Ministro da Defesa e dizer. “Quanto tempo isso vai durar! Porque, não consegue lidar com esse bando de nacionalistas?!” E.., Yazov respondia. “Mikhail Gorbatchev, você é Comandante Supremo. Dê-me ordens por escrito e…, amanhã aquela torre de transmissão, tudo em volta não existirá mais… “E Gorbatchev disse. “Minha palavra não é suficiente para você!... Na verdade, ninguém queria se responsabilizar pelo derramamento de sangue”.
A consequência dessa indecisão nos mais altos escalões do Estado não demorou a acontecer. Os Comandos de [elite Alfa] invadiram os edifícios públicos em Vílnius a [13] de Janeiro de 19[91] e atacaram os nacionalistas entrincheirados na torre da televisão. Houve [14] mortos e [700] feridos. Acontecimentos semelhantes ocorreram em Rígha, com [4] mortes.
Gorbatchev, reagiu imediatamente facto rara nos líderes Soviéticos.
[Mikhail Gorbatchev] - «Lamento profundamente o desfecho trágico ocorrido recentemente na Lituânia e em Hígha, e expresso os meus mais sinceros pêsames as famílias afectadas por essa tragédia».
As notícias das mortes em Hígha e em Vílnius tiveram um efeito retumbante na US e no mundo Ocidental.
[Kasimira Prunskiere: Primeira-ministra de Lituânia 19[90]-19[91] - “Depois daqueles acontecimentos, o Ocidente principalmente os Estados Unidos (EU) ficaram preocupados. Temiam que desestabilizassem não só aos Países orientais que se tornaram independentes recentemente, mas…, também, a própria US. Lembra dos comentários do George Bush, Margaretha Thatcher e de François Mitterand naquela época. Eles temiam que estes acontecimentos pudessem impedir a Perestróica de Gorbatchev, eles Gostavam de Gorbatchev contando, que ele levasse a cabo a esperança que eles tinham em uma verdadeira democratização da US”.
[27] de Marco de 19[91] -Então, para dar mais um passo na longa caminha para a democracia e ganhar novamente o controle da situação, o Presidente Gorbatchev decidiu organizar um referendo o primeiro até agora e o último na história do País. Perguntava a população, se a US deveria ser [signatária] dum novo tratado de União ainda por ser definido. [76%] das respostas foram positivas.
No mesmo dia, ouve outro referendo [exclusivamente] na Rússia. [70%] dos votos foram a favor de estabelecer a função de Presidente da Rússia, eleito por sufrágio universal. No dia [16] de Junho de 19[91] Boris Yeltsin, fez o juramento tinha acabado de ser eleito o primeiro Presidente da Rússia. Moscovo, agora era sede de duas [2] partes opostas. Ada US representada por Gorbatchev e ada Rússia com Yeltsin no Comando encarnando as esperanças do povo russo.
[Yegor Ligachev: nº 2 do Partido Comunista da URSS e Conservador] – “Se houve contradições entre Gorbatchev e Yeltsin não foram muito sérias; o que os impulsionava era luta pelo poder; pelo primeiro lugar, foi isso, que aconteceu o que houve entre eles. Esses dois homens, amavam tanto o poder, que eu imagino que Yeltsin se tornado Secretário-geral do Partido o Partido teria- se fortificado. Esse é o paradoxo”.
Nessa luta, Gorbatchev foi prejudicado pelos resultados económicos, para tirar o País da profunda depressão cuja causa havia sido atribuído a ele não teve outro remédio a não ser voltar-se para o Ocidente. Queria obter ajuda económica em grande escala e conseguiu ser convidado a Londres a [15] de Julho de 19[91] para a reunião do [G 7] os Países mais industrializados do mundo.
[Roland Dumas: Ministro de Relações Exteriores durante o Governo de François Mitterrand de 19[88] -19[98] - “Foram ditas belas palavras e ele fez um discurso impressionante”.
«Escutem…, eu fiz tudo o que disseram para fazer. Me pediram para consultar especialistas, eu consultei. Me mandaram especialistas americanos, me pediram para liberar preços e…, foi isso que eu fiz. Me pediram para liberar o mercado e eu liberei. Mas…, agora eu não tenho mais saída. Se vocês não me ajudarem…, será um desastre» [Gorbatchev].
Conforme, Ronald Dumas, mas…, quem surpreendeu ainda mais foi o Primeiro-ministro inglês, que presidia a reunião. Ele o cumprimentou, o acompanhou para fora e depois nos reuniu para discutir o assunto. Para minha surpresa o Primeiro-ministro inglês disse; é verdade, é preciso ajudar o Gorbatchev, mas…, o futuro é incerto e nós temos obrigações. Temos que guardar alguma provisão para os seus sucessores”.
“Foi bem surpreendente já que foi admissão da ideia de que, Gorbatchev estava para cair” [Roland Dumas].
[Noam Chomsky: Especialista em Política Americana] -“Eles preferiam Yeltsin, e Yeltsin era um líder brutal e duro; contrário a democracia e que, eles acreditavam que poderia manter a Rússia sob o controle. Era o tipo de pessoa, que Clinton queria no poder. Gorbatchev estava indo em boa direcção e…, ele poderia ter tentado encaminhar a Rússia, para uma democracia, uma social-democracia e…, para uma reforma de independência que o Ocidente não queria. Eles preferiam ter um ditador, que fizessem o que eles quisessem”.
[Stephen Cohen: Estudioso Liberal da União Soviética] – “se o G7 tivesse dado a Gorbatchev, um grande pacote financeiro de ajuda, económica, financeira e de crédito, não teria havido uma tentativa de Golpe. Nunca teriam ousado ir contra Gorbatchev, se ele tivesse um pacote de ajuda financeira de 20 bilhões de dólares. Nunca teriam feito isso”.
Gorbatchev, voltou de Londres com as mãos vazias e…, sabia que sua posição política estava por um fio. As férias de verão estavam próximas e circulavam rumores de um Golpe de Estado, tinham fundamento, um Golpe estava sendo preparado há muito tempo por pequeno grupo. Todos próximos ao Presidente Gorbatchev, ou Membros do seu Governo.
[Valisy Sataredubtsev: Membro, deputado Comunista] – “Começou em Dezembro de 19[90], não nos encontrávamos todos juntos. Nos reuníamos em pequenos comités, o País estava indo para ruína e era necessário tomar medidas extraordinárias para deter esse processo. Tínhamos a Constituição da US por detrás e o referendo de Março, quando as pessoas tinham dito que um firme não à dissolução da US”.
Os aspirantes a golpistas se oponham fortemente ao novo Tratado preparado por Gorbatchev, que tornaria a US, uma Federação de Estados Soberanos [FES] cada qual gozando de um grande grau de independência.
[Mikhail Gorbatchev] - «O projecto de um Tratado para criar a nova União estava pronto. Foi publicado no fim de Julho, os principais problemas estavam quase resolvidos; o dia da assinatura tinha sido marcado; seria no dia [20] de Agosto. Os primeiros a assinar seriam Rússia e Bielorrússia. Os conspiradores pensaram; agora é a hora de agir. Foi isso que aconteceu!»
Fores, Crimea, Agosto de 19[91]. No dia [18] de Agosto enquanto Gorbatchev, e a mulher e a família estavam em férias na Residência Presidencial na Crimea algo preocupante ocorreu.
[Anatoli Serguey: Membro do KGB] - “O Mistério da Defesa cortou a eletricidade e o telefone na Residência Presidencial. Os militares me disseram, que tinham recebido a ordem. Foi isso que aconteceu. E eles saíram de lá”.
Enquanto isso, navios da Marinha de Guerra Soviética patrulhavam ostensivamente ao longo da costa. A ideia era criar uma sensação de [tensão] na Residência. Pouco tempo depois, uma delegação de Ministros e Membros do Parlamento entrou na Residência de Gorbatchev. Sem mais delongas, ordenam que ele declarasse Estado de Emergência no País o que de facto confirmaria o Golpe]de Estado.
Ele respondeu declarando princípios Constitucionais.
[Mikhail Gorbatchev] - «Eu simplesmente disse aos conspiradores, reúnam o Congresso do Povo, então vocês falarão diante deles e eu farei o mesmo. Depois, tomaremos a decisão adequada. Eles me responderam. Nesse caso renuncie!
Eu me recusei…, portanto… o Golpe deparou-se com minha resistência e…, não teve o meu apoio. Eles queriam que eu os apoiasse. Foi assim; que as coisas aconteceram».
De acordo com um dos conspiradores presentes, o comportamento de Gorbatchev naquele [18] de Agosto quando o futuro de Regime estava em jogo foi bem diferente.
[Serguei Dimitri: Membro do KGB] - “Eu estava lá, e foi assim, que Gorbatchev se comportou. Ele pegou um pedaço de papel e disse; escreverei ao Presidente do Parlamento pedindo que reúna o Congresso do Povo. Ele pegou a caneta e um pedaço de papel mas…, disse: a verdade porque eu escreveria; vocês estão aqui; vão e digam ao Presidente para reunir o Congresso”.
[Valery Boldin: Chefe de Gabinete de Gorbatchev] – “Outro participante entendeu o comportamento de Gorbatchev como um encorajamento tácito ao Golpe. “Tivemos a impressão de que o Presidente não nos podia dizer abertamente. Vão em frente dêem um Golpe peguem Yeltsin pelos pés e joguem-no onde quiserem”.
“(…) Não!... Ele nunca disse isso. Mas, os Presidentes não usam esse tipo de linguagem”.
Então, os conspiradores entraram em Moscovo [Kremlin] sem autorização Oficial do Presidente Gorbatchev, e decidiram precipitar os eventos.
Declaração dos Líderes Soviéticos:
«Devido a Mikhail Gorbatchev, estar incapacitado por motivos de saúde a exercer suas funções de Presidente da União Soviética, conforme alínea 7 do artigo 137 da Constituição.
Declara-se o Estado de Emergência»
Moscovo, [18] de Agosto de 19[91]
[500] tanques de combate entraram em Moscovo, foi o Ministro da Defesa quem dera ordem. Posicionaram-se em lugares [estratégicos] em volta de Ministérios, da Rádio, da Televisão. Rodearam o Parlamento da Rússia, a Casa Branca. Os conspiradores no Kremlin, instituíram a censura, proibiram demonstrações e
estabeleceram um toque de recolher. Entraram em contacto com Boris Yeltsin, que recusou o convite para juntar-se a acção.
[Connady Burbuls:Assessor de Yeltsin] -“Na caso de campo de Yeltsin, nós traçamos um apelo ao povo. Encontramos as palavras claras, precisas e adequadas para dizer que Gorbatchev, o Presidente legitimamente eleito tinha sido retirado do poder e que os golpistas eram criminosos de Estado. Foi a chave para o que iria acontecer naqueles próximos três dias. Aquela simples frase. Foi uma frase destinada à Comunidade Internacional e também ao povo dentro de nossas fronteiras”.
Cada vez mais moscovitas chegavam a Casa Branca, que estava rodeada por tanques. Yeltsin decidiu ir lá falar com os soldados dos tanques em sua maioria recrutas.
[Connady Burbuls:Assessor de Yeltsin] -“Eu disse a ele. Nem penso nisso Boris! Está fora de questão. Não sabemos o que eles pretendem. Não sabemos quem pode estar emboscado em algum telhado ou balcão. Você; não pode fazer isso! Ele se voltou e disse: dê-me texto da Declaração. Eu ainda tentei persuadi-lo a mudar de ideia, mas cinco a seis minutos depois Yeltsin, tinha subido num tanque e alguns de nós subimos com ele”.
[Boris Yeltsin] – “Já que não tenho acesso a Televisão ou Rádio lerei isto.
Aos cidadãos da Rússia; na noite do dia [18] para [19] de Agosto de 19[91], o Presidente devidamente eleito de acordo com a lei, foi retirado do poder. Tudo isso nos leva a declarar ilegal esse assim chamado Comité”.
A declaração de Yeltsin, teve um efeito imediato nos manifestantes, que tinham ido à Moscovo a procura de um líder. Os jovens soldados dos tanques não sabiam o que fazer.
[Vasilly Starodubtsev: Membros do Parlamento, deputado Comunista] - “As coisas começaram a ir mal para nós quando Yeltsin e sua comitiva e todos os traidores nacionais não há outro nome para eles; levaram cerca de 100.000 pessoas para frente da Casa Branca. Isso afundou o barco completamente”.
As [17] horas os conspiradores apareceram pela primeira vez. Guenady Yanayeff, rodeado por cinco [5] homens, fez uma conferência de imprensa. Ministros e dignitário do Partido todos; tinham sido designados por Gorbatchev.
[Guenady Yanayeff] – “Gostaria de anunciar, que o Comité Administrativo do Estado de emergência da US está totalmente ciente da extensão da crise que se
abateu sobre o nosso País. Dada a incapacidade de Mikhail Gorbatchev, por motivos de saúde de exercer suas funções como Presidente da US, eu assumirei temporariamente a função de Presidente”.
Na Cremea, Gorbatchev e sua comitiva, que acompanharam os acontecimentos pela televisão entenderam as intenções dos conspiradores.
[Anatoli Serguey:Membro do KGB] -“Raiça [esposa de Gorbatchev] ficou chocada com a conferência de impressa, quando Yanayev foi visto com as mãos trémulas. Gorbatchev comentou, que agora os conspiradores tentariam colocar a realidade a par das suas mentiras sobre o seu estado de saúde. Iriam tentar envenená-lo. A partir dali, ele recusou-se comer que fosse preparado nas cozinhas de Residência”.
[20] Agosto de 19[91], privado com o contacto com o mundo exterior, Gorbatchev temia por sua vida e gravou uma declaração numa câmara de vídeo caseira recupero esse documento excepcional em arquivo:
«Depois da conferência de imprensa do Comité do Estado de Emergência, dirigido pelo camarada Yanayev compreendi, que os públicos russos e estrangeiro, tinham sido mal informados. Declaro, que tudo o que foi dito sobre minha saúde é falso. Essa mentira serviu como uma trama contra a Constituição. O legítimo Presidente está sendo impedido de exercer suas funções. Além do mais; a Residência na Cremea onde estou passando férias está cercada por soldados.
Estou preso» [Mikhail Gorbatchev].
No dia seguinte Yeltsin, que passara noite no [Parlamento] protegido por um forte Serviço de Segurança; recebeu cada vez mais apoio do País e do estrangeiro. Os moscovitas levantaram barreiras em volta dos tanques, cujos ocupantes, que não haviam recebido nenhuma ordem mostravam sinais de cansaço. Entre os conspiradores a confusão era total. Um a um, tentavam desistir.
[Vaslliy Staredubtsev: Membro do Parlamento, deputado Comunista] – “Todos nós, Membros do Comité do Estado de Emergência, não conseguimos mandar atirar no nosso próprio povo. Não houve Guerra civil ou derramamento de sangue. Só um acidente durante a noite quando os tanques começaram a se retirar”.
[General Bruno Elie: Adido Militar da Embaixada da Franca em Moscovo] – “Havia uma saída, que tinha sido destruída por veículos tais como; camião de lixo, um troleibus e um camião e atrás deles havia algo, provavelmente tanques tentando passar. Eu vi um homem e depois cinco, dez, vinte correndo disparado em direcção dos tanques. E mais atrás cem, cento cinquenta, duzentas pessoas; quando
alçaram o tanque desdobraram todo que havia, na traseira e o jogaram por cima do tanque. E sem visibilidade, o tanque começou a recuar e nesse momento, esmagou dois jovens. E a multidão começou a gritar”
Os soldados saíram do tanque, ninguém foi linchado. Pelo contrário, irmãos que vocês vinham fazer! O que vocês iam fazer! Pela primeira vez na US, as pessoas agiam de acordo com a própria consciência; com o próprio interesse em vez de seguir ordens colectivas.
Na manhã do dia [21] de Agosto; o Estado de Emergência foi levantado. Os golpistas se entregaram; os tanques voltaram para as casernas rodeados pela celebração popular.
Agora era hora de trazer Gorbatchev de volta a Moscovo. Em pânico os golpistas decidiram mandar Vlamidir Kriushicov e alguns outros para Cremea, acharam que estando perto de Gorbatchev poderiam proteger das consequências do tumulto, que haviam causado. Ao ouvir isso Yeltsin, suspeitava de uma possível traição, decidiu mandar seu Vice-presidente Rotsikoi buscar Gorbatchev. Ele então; apareceria como salvador de Gorbatchev aos olhos da opinião mundial.
Portanto; Yeltsin informou sua iniciativa as Embaixadas Ocidentais em Moscovo.
[Roland Dumas: Min. Rel. Externas de François Miterrand 19[88]-19[98] – “Eu estava em contacto com a Embaixada francesa, de lá que me informou que um avião iria partir. Eu falei com a Embaixada: coloque alguém nesse avião. Coloque alguém nesse avião.
Esse alguém era um diplomata francês que falava fluentemente russo. Ele se uniu a Rotsikoi e sua equipa e o avião pousou duas horas depois na Cremea. Eles foram imediatamente ver Gorbatchev”.
[Michel Yves Peissiik: nº2 da Embaixada Francesa em Moscovo 19[91] - “Gorbatchev estava protegido por uma pequena Unidade, que nos levou até eles, sua esposa e sua comitiva. Os golpistas estavam em volta. Eu lhe disse, que estávamos a favor do que ele havia feito e que viemos o ajudar a voltar. O que o deixou bem animado. Sua esposa parecia muito abalada. Dava muita pena. Rotsikoi disse. Viemos solta-lo. O problema era que; Vladmir Kryuchkov Chefe do KGB e seus golpistas Oleg Baklanov Vice-presidente do Conselho de Defesa e Dmitry Yazov Secretário da Defesa ainda estavam lá e também queriam levar o Presidente Gorbatchev de volta a Moscovo em seu avião”.
[Ivan Silayev: Primeiro-ministro da URSS e aliado de Yeltsin] - “Gorbatchev nos disse; obrigado pessoal mais eles, vieram-me buscar. Vou no avião deles. Hoje á noite faremos as malas viajaremos pela manhã. Nós do grupo de Yeltsin dissemos de jeito nenhum, você vem connosco agora mesmo. Mesmo tentado em ir com os golpistas, Gorbatchev concordou em ir no avião enviado por Yeltsin mas, ele sabia o que o esperava”.
[Vyacheslev Generalev: Director do KGB e Chefe de Seg. de Gorbatchev] – “Mikhail Gorbatchev, estava angustiado; não estava no seu estado de espírito usual. Não sabia o que dizer corpo inteiro tremia. E; eu sabia porquê. Porque ele tinha percebido que iria perder tudo”.
Uma grande delegação de partidários de Yeltsin, o verdadeiro vencedor do [Golpe] de Estado recebeu Gorbatchev no aeroporto de Moscovo. Ele foi corajoso. A esposa Raice e sua neta estavam visivelmente ajustadas. Gorbatchev, condenou vigorosamente o [Golpe]. Mas…, não teve outro remédio se não homenagear seu libertador.
[Mikhail Gorbatchev] – «Gostaria de expressar minha gratidão ao povo russo, e ao seu Presidente Boris Yeltsin por sua postura firme contra esse Movimento».
Gorbatchev estava agora à mercê de Yeltsin, que se apresentou como [salvador] da Perestróica e da democracia. E perante o Congresso os Deputados do povo [23] de Agosto de 19[91], não demorou muito para desferir o golpe de misericórdia no rival. Ele brandiu o texto de um [decreto] que suspenderia as actividades do Partido Comunista na Rússia enquanto não fosse elucidada a real participação da equipa de Gorbatchev no [Golpe] de Estado.
Um dos Deputados; foi mais longe: “devido ao papel que teve no Golpe o senhor não concorda, que o Partido Comunista deveria ser dissolvido, como uma organização criminosa?”
[Mikhail Gorbatchev] - «Já que a pergunta foi tão directa responderei da mesma forma: quando o senhor fala da dissolução do Partido Comunista, como uma organização criminosa eu não concordo em absoluto. Proibir simplesmente o Partido seria um erro da parte do Governo e do Presidente democrático».
Nesse ponto ocorreu uma cena incrível. Yeltsin subiu à bancada ele queria que Gorbatchev, assinasse o decreto com ele, o Presidente resistiu; Yeltsin insistiu Gorbatchev recusou e Yeltsin voltou a sua cadeira e…, “Camaradas! Para terminar
com isso; permita-me assinar o decreto pondo um fim actividade do Partido Comunista russo. O decreto está assinado!”
As imagens, que foram transmitidas ao vivo para todos os aparelhos de televisão da US como consequência aceleraram a desintegração do Império Soviético. Nas semanas seguintes o Governo Soviético [reconheceu] a independência dos Estados Bálticos; da Geórgia, da Arménia, Ucrânia e Bielorrússia. Foi quando o Presidente Gorbatchev, que tentava manter um elo ainda que [ténue] de Moscovo, Ucrânia e Bielorrússia e as Repúblicas asiáticas; pensou em criar uma Comunidade Económica.
[Mikhail Gorbatchev] - «Trabalhamos em novo tratado de Comunidade Económica e Yeltsin estava na equipe e ele até assinou. Publicamos esse projecto para um Tratado e mandamos para os líderes de todas as Repúblicas para ser ratificado. E…,pelas minhas costas, Yeltsin preparava os Acordos de Bielleverde».
De facto, no dia [08] de Dezembro de 19[91], no Chalé de Câncer no meio da floresta de Bielorussa, Yeltsin reuniu [secretamente] os Presidentes da Bielorrússia e da Ucrânia. A ideia era assinar com eles uma nova Aliança Política e Económica para a ruinar o Tratado de Gorbatchev, e minar ainda mais as suas funções como o Presidente da União Soviética.
[Loch Walesa: Presidente da Polónia em Dezembro de 19[90] - “Sem Yeltsin, e sem a parte representada pela Bielorussa e pela Ucrânia não teria havido a desintegração da US. E se não tivesse havido a desintegração continuaria tudo igual. O velho Regime com os velhos princípios que todos conhecemos bem”.
Mikhail Gorbatchev, tinha perdido tudo! Bebeu a taça a marga até a última gota.
No dia [21] de Dezembro em Yamaha tá no Cazaquistão [11] Repúblicas, uniram-se a Comunidade dos Estados Independentes [CEI], a nova Comunidade Económica criada por Yeltsin, assinando dessa forma a sentença de morte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que tornara-se uma casca vazia. Gorbatchev desaparecera.
[Boris Yeltsin] -“Passamos a metade do tempo nos preocupando com o futuro da União Soviética. Já chega!”
[Valery Boldin:Chefe do Gabinete de Gorbatchev e Pustschista] -“A lebre quando nasce nunca se tornará um lobo ou leão. Entende! Qualquer que seja a mentalidade ou a inteligência dessa lebre sempre será uma lebre. Um lobo ou um leão, podem não ser muito inteligentes, mas…, podem em questão de segundos destrocar seu pescoço. Isso da uma ideia da relação entre Yeltsin e Gorbatchev”.
[Edward Shavarndnadze: Min. das Rel. Ext. do Gorbatchev 19[95]-19[90]-“É verdade, que Yeltsin era um homem muito capaz. Seu único defeito, ele bebia. Se você o visitasse pela manhã; ele conversaria normalmente. Mas…, à tarde ele já estava bêbado. E…, se a vodka não estivesse gelada ele gritava para os assistentes: porquê a droga da vodka não está gelada! ”
[Mikhail Gorbatchev] - «Yeltsin é uma pessoa inteligente e corajosa. Até tinha boas ideias. Mas…; era um aventureiro».
No Kremlin, Gorbatchev, só governou os escritórios cada vez mais vazios, que o [aventureiro] Yeltsin tanto queria ocupar. Gorbatchev o aparatsiik, que transformara em democrata, que realmente acreditava na reforma do Comunismo, o homem que [destrui] o medo, que sementou o Sistema Soviético por mais de [70] anos, foi acusado pelo seu próprio povo de cobardia, indecisão e fraqueza.
[Alexander Yakovlov: Ideólogo da Perestróica] -“Mas…, como um homem tão fraco poderia ter iniciado a Perestróica. Diga-me! Como poderia ter iniciado uma mudança no regime social, a Glasnost, a democratização, a vida Parlamentar, o fim da Guerra fria, o fim da repressão política, o fim da repressão religiosa. Como! Diga-me! Percebe o emaranhado de contradições em que nos encontrávamos na época?!”
E finalmente, no dia [25] de Dezembro de 19[91], as [07] horas da noite de Moscovo, abandonado literalmente por todos Mikhail Gorbatchev, leu a sua curtíssima Carta de Renúncia.
«Caros Amigos, Compatriotas e Cidadãos.
Em vista da presente situação; com a criação da CEI, eu pela presente; cesso minhas actividades como Presidente da União Soviética.
Moscovo, 25 de Dezembro de 1991»
Assinatura de Mikhail Gorbatchev, no final de sua [Carta de Renúncia] ainda nem estava seca, e ali perto no Kremlin, a bandeira da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, estava sendo arriada havia tribulado por [74] anos sob o maior Império do século [XX] foi substituída pelas três [3] cores da Rússia.
Uma nova era começava com as promessas de Democracia, Desarmamento Global e o Respeito pelos Direitos Humanos. O tempo passou e sabemos o que sobrou disso.
Texto e Arranjos: Manuel Bernardo Gondola
Em Maputo, [22] de Novembro 20[20]