Um dos assuntos mais badalados da semana finda, foi a chegada ao país de um navio-hotel, que se dirige a Palma para servir de residência, o que implica que os funcionários das multinacionais irão viver no navio-hotel. Esta ideia assusta e apavora Garganta, e levanta um velho problema. Até que ponto Moçambique irá desenvolver com estes investimentos?
Até que ponto estas multinacionais irão promover o desenvolvimento nos locais onde estão inseridos.
A empresa vai trabalhar em Afungi durante décadas, vai tirar desalmadamente as riquezas, recursos minerais no nosso solo serão extraídos, no fim do seu contrato vão com tudo que trouxeram, não deixam nada senão buracos intermináveis e desavenças insanáveis, vão levar tudo e deixar a pobreza que encontraram e muito mais, porque aquele nativo que vivia da pesca no momento do “reassentamento” foi posto a mais de 20 km de distância do mar que antes era sua fonte de subsistência, e após a saída do investidor aquele peixe já não existe, aquele mar já não é o mesmo e assim vai acontecendo um pouco por todo o país. Onde há multinacionais há confusão em vez de progresso. Garganta tudo que quer é ver Moçambique desenvolver e uma coisa está clara, neste mundo ninguém desenvolve sozinho, mas seria bom que aqueles que cá vêm realmente nos ajudem a desenvolver e não nos ajudem a perpetuar a nossa pobreza, que deixem empreendimentos bonitos para aquela população.
Isso não vai acontecer com navios-hóteis.
DOSSIER & FACTOS – 01.12.2020