INTRODUÇÃO
Tão flagrantes eram as distinções existentes entre os habitantes do actual litoral moçambicano (distinções em idioma, costumes, armamento, hábitos alimentares, tatuagens e escarificações, etc.) que não surpreende haverem começado com os primeiros portugueses as tentativas de «classificação étnica». Reconhecemos hoje que tais tentativas, repetidas por inúmeros autores à medida que crescia o conhecimento dos povos nativos, representaram fútil desperdício de tempo e esforços. É que esqueceram invariavelmente quer as sobrevivências deixadas por seculares unidades políticas, quer a progressiva adaptação das populações aos condicionalismos ecológicos, quer as mutações culturais desencadeadas pelos contactos com o mundo exterior, quer até mesmo as diferenças linguísticas, sem dúvida o critério mais seguro de caracterização embora difícil de aplicar devido à carência quase total de estudos científicos, sistemáticos e comparativos.
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