Os moçambicanos estão a pagar o preço do desgoverno e laxismo que de alguns que de gabinetes e mansões climatizadas determinadas pessoas fingem estar a governar este país e povo martirizado.
Desde o passado dia 01 deste Janeiro que Moçambique e o seu “irmão” e vizinho estão em “guerra”, e essa “guerra” se chama “guerra dos testes” de covid. Esta “guerra” está a causar vítimas, que deixarão sequelas.
Que se saiba, ainda não há vítimas mortais, mas danos materiais, morais, patrimoniais, entre outros, estão a acontecer. E mais, a África do Sul, com a postura que está a tomar, mostra um valente desprezo por Moçambique e suas instituições.
Para os sul-africanos, os moçambicanos são uns inúteis que apenas em alguns momentos são necessários, mas nunca desejados, assim, ao estilo de uma retrete.
A África do Sul está com gritantes níveis de contaminações de covid, mas é ela que “manda passear” os moçambicanos, quando sul- -africanos desfrutam à brava de tudo com que a mãe-natureza brindou Moçambique, e nós simplesmente acocorados e sorridentes de orelha a orelha.
Quando entendem, os sul- -africanos humilham, seviciam, matam (até elementos das Forças de Defesa e Segurança), deportam, sem argumentação, e os nossos (des)governantes continuam a afirmar que “as relações bilaterais são boas e saudáveis”. Afinal essas “boas e saudáveis” são entre quem? Será que os quadros do nosso Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação já ouviram falar do “princípio de reciprocidade”?
É que países soberanos de verdade se guiam por esses princípios, mesmo sabendo que diplomacia é diplomacia. Há momentos em que temos que mostrar que também respiramos e temos sangue vermelho, como qualquer ser humano.
Jamais me esquecerei de um comentário de um sul-africano que um dia disse que “não somos obrigados a tratar com dignidade os moçambicanos porque nem na terra deles (Moçambique) são tratados com dignidade”. Meio a gozar, mas a falar verdade prosseguiu comentando que “Muitos moçambicanos prefeririam morrer às mãos da polícia sul-africana do que nas da moçambicana”.
Irmãos, quando nos destratamos cá dentro ao ponto de passarmos este tipo de imagem lá fora é porque batemos fundo e precisamos de fazer algo para recuperar a nossa dignidade!
Entre 17 e 20 deste Janeiro Moçambique vai acolher uma cimeira extraordinária da SADC. É uma oportunidade soberana para começarmos a mostrar alguma postura.
A MINTHIRU ITLULA MARITO! Os actos valem mais que as palavras!
Digo/escrevo isto porque que ainda creio que, como em anteriores desafios, Mo çambique triunfará e permanecerá, eternamente.
REFINALDO CHILENGUE
PS: Ironia das ironias, coincidentemente com este drama que se assiste na fronteira entre Moçambique e a África do Sul (Ressano Garcia/Lebombo), está a ser abundantemente disseminada uma mensagem com o seguinte teor: “Cuidado ao fazer muito pelo ingrato, no final ele diz que não te pediu nada”. Quanto Moçambique sacrificou pela África do Sul?
REDACTOR – 08.01.2021