Por ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Ninguém gosta de ser criticado, porque crítica é uma coisa que fere a nossa auto imagem. A moda agora é dizer, que estava a fazer a crítica construtiva. Mas… quer construtiva ou destrutivas as pessoas normalmente recebem críticas com a sensação de que, «eu acabei de ter levado uma grande bofetada na cara» e isso quando nós não queremos dar uma bofetada não na cara de quem nos criticou.
Irmãos, chegou o momento de nós aprendermos a conviver com a crítica. Quando nós recebemos uma crítica mesmo as ditas bem-intencionadas ou críticas construtivas geralmente existem três [3] reacções:
Uma pessoa se sente humilhada e fica calada ou fica com muita irritação, mas mesmo, destarte responde ou fica com muita irritação e parte logo para o contra-ataque. Entretanto, existe uma forma muito mais correcta desse reagir diante duma crítica. Uma forma, que não é [inata] e nem faz parte dos nossos instintos, porque o nosso instinto revida, mas que pode ser aprendida se você abdicar do seu orgulho. Orgulho! É exactamente isso.
Repare! Ouvir críticas justas ou injustas, tanto faz, são coisas tão insuportáveis, porque você não dá importância do seu orgulho de que, fiquei por baixo ou eu fui humilhado, eu fui injustiçado, eu perdi o confronto. Quando você receber a crítica não se agite respire fundo e faça ela ser útil a você de alguma forma. Como! Anota aí.
Primeiro, ao invés de logo você, atacar ou se defender peça informações; pergunta a pessoa o que é que ela quis realmente lhe dizer com aquela crítica ou o que você fez, que levou ela a pensar daquela forma a seu respeito. Repare! Isso vai mostrar o outr que você respeita a opinião dele mesmo que, você não goste dessa opinião em que você está tentando compreende-lo.
A ideia é que, você desconstrua a sua zanga presunçosa e mostre ao outro, que você tem capacidade de escutar, coisa que nós fazemos muito pouco. Além de ajudar a esclarecer melhor a situação fazer isso, vai-lhe ajudar a não perder o controlo das suas emoções você aí, vai conseguir ficar mais à vontade numa situação de crítica e vai ficar bem, mais seguro e auto confiante nas suas relações com os outros.
O segundo passo, desmonte o atacante [critico] como! Para fazer isso, é você concordar com a percepção dele. Isso mesmo! Concordar com a percepção que o outro tem da situação. Mas… esse concordar com o outro tem que ser de verdade claro, porque se não for com sinceridade vai parecer, que você está sendo irónico. Não se trata de você assumir a culpa. Não! Não é isso! Principalmente se a crítica tiver sido injusta. Repare! Concordar com a percepção do outro é diferente de concordar com a perfeição que o outro faz. Lembre-se, que concordar com outro é um acto de grandeza.
Por exemplo, concordar que você acredita que existe milagre na Igreja, não significa que eu acredite que eles existem fora da sua cabeça. O que eu quero que você entenda é que, dar razão a percepção do outro é simplesmente admitir, que você não tem o [monopólio da verdade] e que você, também tem erros e imperfeições e isso, não faz mal a ninguém a não ser como acima atirei, que você esteja cego por um orgulho excessivo. Destarte, quando você vai na direcção contrária àquela, que o seu crítico esperava ele se desarma, porque isso cria nele um conflito de ideias e em psicologia se chama conflito de dissonância cognitiva.
Repare! Eu não estou dizendo nada de novo, na verdade, esse é o mesmo princípio que até os nossos mestres de artes marciais nos ensinam, dizendo: «na luta, se alguém lhe atacar pelas costas, por exemplo, e você deixar o seu corpo seguir o movimento do agressor, ele que estava preparado para que, o seu corpo fornecesse resistência e ficasse rígido vai perder o equilíbrio e vai directo para o chão». Do mesmo modo, se a pessoa, que faz a crítica se sente escutado e considerada, ela tende a baixar as armas, e também vai acabar escutando o seu ponto de vista, Mas… ficar tentando confrontando que a pessoa crítica está errada sem escuta-la só vai gerar uma grande confusão e… ai neguem se renderá.
O terceiro e último passo, é expressar a sua percepção das coisas com segurança. Isto é, depois que você pediu informações sobre a crítica, entendeu no que nas suas atitudes ou comportamento criou ponto de vista da pessoa que lhe criticou e depois, que você expressou concordar com certa medida com a crítica que foi feita, chega o momento de você expressar a sua percepção das coisas. E …caso a pessoa tenha errado ou tenha sido injusta contigo, cabe a você colocar o seu lado da história de uma forma mais controlado e… até mais diplomático.
Talvez, fazer isso, não mude o que o outro pense a seu respeito, mas… pelo menos vai mudar a forma como você se senti diante da crítica até, porque o outro de forma justa ou injusta, tem todo o direito de pensar o que quiser a seu respeito e isso foge do seu controle.
Meu irmão! Tenha maturidade [grandeza] para compreender, que o que outro diz e/ou pensa a seu respeito não modifica você de forma alguma. Se alguém disser que você é um incapaz, um despreparado, ao cargo que você ocupa, que você é um mentiroso, que você é um arrogante ou presunçoso, a palavra do outro não vai ter o poder dê-lhe transformar no que está sendo dito, mas o que muda é a forma como você se comporta ou reage a situações de crítica. Por isso, meu irmão ao invés de você ficar como acontece todos os dias no/pelo país tentando mudar ou tomar satisfações do que o outro disse a seu respeito, trate de cuidar do seu comportamento e das suas reacções. Isso, sim é o mais importante diante duma crítica.
Por isso, da próxima que você receber uma crítica. Primeiro controle a situação e não reaja guiado pelo primeiro impulso que vier à sua cabeça, e segundo use a razão [inteligência]. Lembre-se, que você não é invólucro das suas emoções, suas emoções pertencem a você e não você a elas.
Até outro dia!
Manuel Bernardo Gondola
Em Maputo, aos [23] de Fevereiro 20[21]