Bancada parlamentar da RENAMO quer que Presidente moçambicano esclareça alegações de que teria recebido um milhão de dólares no âmbito das dívidas ocultas. Covid-19, ataques no norte e DDR foram outros temas da sessão.
A exigência foi feita pela bancada Parlamentar da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) na abertura da terceira sessão da nona legislatura do Parlamento moçambicano, que foi marcada por intervenções das três bancadas esta quinta-feira (25.02).
A RENAMO quer que o Presidente Filipe Nyusi venha a público esclarecer o que descreveu como "acusações gravíssimas” contra a sua figura.
Nyusi é acusado de ter recebido um milhão de dólares (cerca de 818 mil euros) no âmbito das dívidas ocultas, que lesaram o Estado moçambicano num montante equivalente a cerca de dois mil milhões de euros.
"Trata-se, a nosso ver, de um silêncio ensurdecedor e não é a primeira vez que o Presidente da República tem, no mínimo, a obrigação moral de prestar esclarecimentos aos seus patrões [os moçambicanos], mas que se remete ao mutismo," critica.
O chefe da bancada da RENAMO manifestou também preocupação com o aumento da corrupção no país e com a situação dos direitos humanos, que afirma estarem a registar uma regressão.
Outro tema que mereceu a atenção de Viana Magalhães tem a ver com a Covid-19. O deputado exigiu que o Governo apresente publicamente uma informação sobre a forma como foram usados os fundos destinados à prevenção e combate à pandemia. Apelou ainda para a alocação de uma cesta básica às famílias mais carenciadas.
Falando sobre o processo de desmobilização, desarmamento e reintegração (DDR) das forças residuais da RENAMO, Viana Magalhães disse lamentar "que os dois oficiais oriundos das forças residuais da RENAMO não estejam ainda representados ao nível do comando e chefia do Comando Geral da Polícia, de acordo com o memorando de entendimento de 2018".
"De igual modo, lamentamos que, embora tenham submetidos a treino e estágio, os 36 oficiais oriundos das forças residuais da RENAMO para proteção de quadros séniores do partido e altas individualidades, não tenham sido afetos para exercer as funções de acordo com o memorando a que nos referimos," completou Viana Magalhães.
O chefe da bancada da RENAMO voltou a apelar ao líder da auto-proclamada Junta Militar da RENAMO, Mariano Nhongo, para aderir ao processo de desarmamento das suas forças.
DW – 25.02.2021