MONDLANE E A NÃO REALIZAÇÃO DO SEGUNDO CONGRESSO DEVIDO A UM BOMBARDEAMENTO PELA FORÇA AÉREA PORTUGUESA
... "Carecudo e com lábios grossos, Mondlane era um homem que se mantinha de boa saúde visto que fazia exercícios físicos quase que diariamente e gostava muito de marcha corridas na Praia de Oyster Bay onde vivia em Dar Es Salaam. A sua actividade física lhe serviu bem quando no segundo congresso da Frelimo no Niassa em Julho de 1968, aviões portugueses apareceram e obrigaram os congressistas a debandar com muito arrepio nos seus cabelos. A fuga precipitada do Mondlane e dos congressistas foi uma coisa que a Frelimo nunca anunciou."
Porque é que a Frelimo mente e mente em tudo? O próprio Eduardo Mondlane era um grande mentiroso. Nunca dizia a verdade. Fazia promessas somente para alegrar as pessoas e não as cumpria.
A Frelimo não admitiu o fracasso do tal segundo congresso donde o próprio Mondlane saiu a correr para o Rovuma antes de se enfiar numa almadia e atravessar o rio para a Tanzânia para salvar a sua vida enquanto que os outros guiados pelos guerrilheiros debandavam escondendo-se na floresta no seu esforço de fugirem para a Tanzânia enquanto aviões militares portugueses descarregavam bombas para tentar os eliminar. A debandada tomou lugar enquanto a reunião estava para começar.
Eles vieram a mentir mais tarde quando emitiram um comunicado para dizer que o seu segundo congresso tinha sido um grande sucesso e que os dirigentes da Frelimo tinham sido re-eleitos para as suas respectivas posições.
A verdade é que não realizaram nenhum congresso e muito menos eleições. E não era de admirar que a Frelimo liderada por Eduardo Mondlane tivesse mentido assim.
Julho, quando os líderes da Frelimo decidiram fazer o seu congresso no interior de Moçambique foi o mês quando eu e os outros jovens fomos exilados de Dar Es Salaam pelo governo da Tanzânia para o campo de refugiados de Rutamba depois de termos travado uma boa luta contra a ditadura e a tirania de Eduardo Mondlane na Frelimo. Estivemos, portanto, atentos as manobras dos líderes da Frelimo sem esperar nenhuma coisa positiva sair da sua reunião.
Alguns dias depois da data quando o tal congresso devia ter começado, um velho maconde que tinha uma loja no campo dos refugiados e que se tinha tornado meu amigo riu-se a bom rir quando me viu a entrar na sua loja. Eu não fazia ideia do que ele se ria antes dele surpreender com a informação que ele tinha a me dizer. Como eu, o velho maconde não gostava dos líderes da Frelimo
"Umesikia kwamba Mondlane na majambazi wengine kama yeye wamerudi Tanzania kama wanakimbia kwa sababu ndege za wareno zimewashambulia kali kabisa?" ele perguntou-me em Swahili para dizer: "já ouviste que Mondlane e os outros bandidos como ele regressaram para a Tanzânia a correr com os aviões dos portugueses a bombardeá-los fortemente?"
Ele e eu rimo-nos muito da desgraça dos líderes da Frelimo antes dele me dar de graça uma garrafa de fanta e ele abrir uma para si próprio para celebrarmos a falha da Frelimo
O velho que tinha ouvido de pessoas da fronteira do Rovuma deu me mais detalhes sobre o bombardeamento contra os lideres da Frelimo enquanto bebíamos as fantas. A informação da debandada dos líderes da Frelimo era conhecida por muita gente no campo e as pessoas la falavam disso.
E depois mais tarde em Nairobi, no Quénia, vim a me encontrar com ex-guerrilheiros que estiveram no lugar onde a reunião dos líderes da Frelimo devia ter tido lugar. Eles confirmaram que eles e os congressistas passaram mal com bombardeamentos e que aviões portugueses bombardearam o local por três dias consecutivos. E todos concordavam que o ataque não foi uma brincadeira com bombas que deixavam covas e com explosivos incendiários.
A tradição de mentiras da Frelimo baseia-se na sua crença de que admitir a verdade é um ponto fraco. Daí que para eles falar a verdade em que seja que seja é revelar fraqueza.