Por ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
O intelectual não é sinónimo de inteligente. Há pessoas muito inteligentes que não são intelectuais, mas elas utilizam sua inteligência para coisas práticas da vida como; fazer contas em seu negócio, investir com audácia em seu negócio, ser hábil em algum desporto, desenhar figuras com mestria, jogar alguma modalidade desportiva com muita mestria, organizar a casa, ser criativo, ter boas ideias e saber conversar sobre assuntos variados [cultura geral], fazer artesanato com competência, fazer magníficas obras de carpintaria, costurar com perfeição peças de roupas, consertar com competência sapatos… e etc;etc…
Mas… mesmo uma grande quantidade de conhecimento teórico não necessariamente faz de alguém um intelectual, a pessoa pode ser apenas inteligente. Um intelectual não é o inteligente é sim aquele que se debruça sobre temas de maneira mais aprofundada com o propósito de conhece-los, com propósito de entende-los, com propósito de analisa-los e explica-los, portanto, trata-se de objectivos menos voltados para o ganha-pão e… é mais centrado no estudo [investigação] em si.
Um electricista, um jovem electricista faz um Curso para aprender a prática da instalação e manutenção de estruturas eléctricas, sua finalidade é prestar seus serviços à sociedade para ganhar dinheiro, o seu estudo possuí apenas uma finalidade e cessa quando isso é aprendido dando lugar ao genuíno emprego do que se aprendeu.
Agora; um físico que trabalha com laboratório de robot, um linguista que trabalha no laboratório de línguas, um engenheiro que trabalho no laboratório de engenharia, um médico que trabalha no laboratório de análises clínicas, como o filósofo que estuda metafísica, possuem um objectivo para além do ganha-pão. Ele [s] estuda para continuar estudando e, seus estudos podem gerar frutos para sociedade que vão além do benefício directo dos seus serviços prestados.
O electricista, conserta seu sistema eléctrico, o filósofo gera ideias que serão discutidas por milhões de pessoas pelos próximos séculos, porventura.
Em síntese, o intelectual tem como finalidade de vida e trabalho uma actividade constante de estudo [investigação] o que nós chamamos de actividade intelectual; o inteligente usa apenas a sua inteligência para finalidades pontuais [concretas]. Mas…atenção! Não há qualquer demérito em você não ser intelectual. Não há! Não há mesmo! E sem dúvida uma pessoa com uma grande inteligência pode ser mais inteligente que um intelectual em muitas coisas, por vezes até na maioria das coisas.
O intelectual inclusive, pode não possuir grande inteligência, mas apenas grande conhecimento, talvez esforço e… grande conhecimento não valem muito se a quantidade de conhecimento e as conclusões aqui o intelectual chega forem prejudiciais a sociedade, falhas e ilógicas.
Destarte, uma vez que se entenda isso, percebe-se que a nossa sociedade precisa tanto, as de pessoas inteligentes sem pretensões de intelectuais, quanto de pessoas inteligentes que desejam seguir a carreira intelectual.
Portanto, os dois grupos neste momento são igualmente fundamentais [importantes] para o nosso Moçambique seguir em frente e progredir.
Manuel Bernardo Gondola
Em Maputo, aos [01] de Marco 20 [21]