Por ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Considero Leopold Sedar Senghor, como uma das maiores expressões da [negritude] e, ainda, como o único dentre os seus companheiros de jornada, que conseguiu, ainda que circunstancialmente, unir sua mensagem poética a uma outra, de conteúdo filosófico-político, considero também este poema como um dos mais nostálgicos de Senghor.
Meu irmão branco...
Quando eu nasci, eu era negro
Quando eu cresci, eu era negro
Quando eu vou ao sol, eu sou negro
Quando eu estou com frio, eu sou negro
Quando eu estou com medo, eu sou negro
Quando eu estou doente, eu sou negro
e... quando eu morrer, eu serei negro.
E você irmão branco...
Quando você nasceu, era rosa
Quando você cresceu, era branco.
Quando você vai ao sol, fica vermelho.
Quando você fica com frio, fica roxo.
Quando você está com medo, fica branco.
Quando você fica doente, fica verde.
E... quando você morrer ficará cinza.
Depois de tudo isso irmão branco, você ainda tem o topete de me chamar de homem de cor?
n/b:
Poema para meu irmão branco de Leopold Sedar Senghor, o poeta do socialismo africano.
Manuel Bernardo Gondola
Em Maputo, aos [07] de Fevereiro 20[21]