Por ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Soberania é quando nós pensamos um projecto de país que nós queremos; soberania é pensar como conciliar o crescimento económico, desenvolvimento económico, que é fundamental para nós promovermos a vida, o bem comum, o bemestar das pessoas, das famílias, das comunidades, mas também com desenvolvimento social. Soberania é pensar como nós colocamos as riquezas de Moçambique a serviço de todas as moçambicanas e de todos moçambicanos sem exclusões.
Soberania é, como conciliar, também o económico e social com o ambiental, estou usando agora a expressão desenvolvimento ambiental, nesse sentido de preservarmos de maneira [criativa e racional] os nossos recursos naturais, a nossa biodiversidade, os nossos ecossistemas, as nossas águas, tanto as águas visíveis dos rios, das nascentes, como também as águas subterrâneas fundamentais. Soberania é pensarmos como preservarmos a nossa fauna [floresta], o nosso Parque nacional da Gorongosa, a nossa Reserva do Maputo, do Niassa, a nossa Ilha de Moçambique, as nossas Quirimbas, a nossa Inhaca, o nosso Bazaruto…
Soberania é conciliarmos, também o desenvolvimento económico, social e ambiental com o desenvolvimento cultural. Moçambique, tem uma belíssima história cultural, que está sendo olvidada, que está sendo bastante maltratada e… massacrada.
A nossa música, a literatura moçambicana, os estudos relacionados com a nossa história, o cinema, o teatro, a dança, a pintura, a cerâmica, o desenho, esculturas, fotografia artística enfim…E… a cultura popular àquilo, que é a criação do nosso povo.
Então, nós temos que integrar tudo isso, também na questão dos valores.
Se nós vivemos em sociedade, o ser humano é um ser social e comunitário; nós vivemos dependendo uns dos outros, por isso, é que nós somos seres políticos, lembrando que a palavra político vem de polis [cidade], e se nós somos seres comunitários nós, também temos que desenvolver valores de convivência; temos que pensar num projecto nacional, pensar no país, também onde valores como: justiça, o respeito, inclusive o respeito as diferenças, e aos diferentes, a solidariedade, a camaradagem, são valores presentes; o amor; o amor aos outros e ao próximo; aos pobres e aos excluídos, mas também o amor aos diferentes. Por isso, esses valores são fundamentais para nós equacionarmos um projecto de país que queremos.
Manuel Bernardo Gondola
Em Maputo, aos [14] de Fevereiro 20[21]