Introdução
Nos últimos três anos, a província de Cabo Delgado, situada no norte de Moçambique, tem estado a braços com uma insurgência. Começou em Outubro de 2017, altura em que os insurgentes ocuparam a cidade da Mocímboa da Praia durante 48 h e roubaram armamento, só fugindo para o mato quando chegaram reforços policiais. Desde então, a insurgência transformou-se numa típica guerra de guerrilha. No início, os ataques ocorriam à noite, contra pequenas aldeias. Em 2018, os insurgentes começaram a fazer assaltos à luz do dia.
Em 2019, começaram a atacar pequenas vilas, postos avançados do exército e meios de transporte nas estradas. No início de 2020, tinham invadido sedes de distritos e divulgado vídeos que articulavam uma clara agenda jihadi. Em Julho de 2019, tinham prometido fidelidade ao Estado Islâmico do Iraque e ao Levante (EIIL, mais vulgarmente conhecido por ISIS). Com isto, o ISIS começou a assumir a responsabilidade por um número cada vez maior de ataques em Moçambique. O governo reagiu enviando tropas para o norte do país, protegendo vilas e aldeias e caçando os insurgentes. Embora não tenha conseguido pôr fim à insurgência, conseguiu contê-la para uma área geográfica que abrange cerca de metade da província (cerca de 30.000 quilómetros quadrados). À medida que a insurgência ganha em força e confiança, muitos perguntam o que virá a seguir. Isto exige que compreendamos quem são os insurgentes e o que eles pretendem
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Download A Insurgência Jihadi em Moçambique_ Origens Natureza e Início – Cadernos IESE nº 21