A Amnistia Internacional lançou um relatório intitulado “O que vi foi a morte” na qual documenta graves violações dos direitos humanos na província de Cabo Delgado e acusou os grupos de insurgentes, forças governamentais e a empresa militar privada sul africana Dyck Advisory Group de estarem por detrás desses crimes contra a humanidade.
O jornal britânico “The Guardian” publicou uma reportagem na qual descreve os danos colaterais na saúde mental das populações que vivem de perto a violência extrema na província de Cabo Delgado.
O site sul africano “DefenseWeb” especializado na análise de questões de Defesa e Segurança em África reportou que a Força Aérea Moçambicana recebeu dois helicópteros Gazelle de uma empresa denominada “Paramount Group”. Os helicópteros, que irão reforçar as operações no teatro norte, são de fabrico britânico e foram vistos em Nacala Porto. A publicação avança ainda que, cerca de 15 jovens pilotos moçambicanos estão sendo formados na África do Sul.
Circularam nas redes sociais, uma média de 10 fotografias de helicópteros articulados com metralhadoras e gás doméstico. As fotos foram (com muita certeza), tiradas em Pemba, segundo o Tweeter do especialista em geolocalização, Il Kanguru e as botijas de gás, sedevem para demonstrar a nova maneira barata, econômica e doméstica de lidar com insurgentes.
O Partido “Os Verdes” da Alemanha mostrou-se inquietado com relação a problemática de insurgência em Cabo Delgado. Para Uwe Kekeritz, um dos poucos deputados especialista em assuntos Africanos, a situação de Cabo Delgado se alastra numa altura em que o Governo de Maputo necessita de ajuda.
Nacional
Nesta semana houve lançamento do Livro intitulado Ecos do Ensino Militar – Formação e Segurança nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique. A cerimónia de lançamento decorreu no anfiteatro da Academia Militar, na Cidade de Nampula, e contou com a participação de personalidades do Ministério da Defesa e do Estado que incluiam entre outros, Jaime Neto, Ministro da Defesa, Vice-Chefe do Estado Maior General, Inspector Geral, Secretário do Estado da Província Nampula. Estão disponíveis em várias prateleiras desta Província e depositadas na Comissão Cientifica da Academia Militar, partes das 1000 cópias a 650 meticais, cada.
Moçambique recebeu da República Popular da China um lote contendo doses da vacina para a luta contra a COVID-19. Parte destas, serão para militares.
Um ataque armado atribuído a pelo menos quatro homens trajados de farda militar especifica das Forças de Defesa de Moçambique ocorreu no troço ferroviário entre Cundue e Mwanza. Os autores do ataque ainda são desconhecidos e o maquinista do comboio que foi acertado com bala entre o peito e braço direito continua sob cuidados hospitalares.
Uma viatura contendo ajuda alimentar para deslocados de guerra que escolheram Memba para residir e que fazia o trajecto Nampula à Memba, capotou e matou pelo menos quatro passageiros sendo um deles, o agente da Polícia. Do incidente, a arma de fogo ficou totalmente danificada.
O Dom Luís Fernando Lisboa despediu-se da sua Comunidade e clérigos da capital da província de Cabo Delgado em direção a Lisboa, local onde vai progredir e pregar a palavra de Deus. O último adeus, deu-se no recinto aeroportuário de Pemba e diante de vários crentes católicos, cantava-se repetida e inconsoladamente “VAI TRABALHAR PELO MUNDO FORA, EU ESTAREI AQUI CONTIGO, ESTÁ NA HORA, O SENHOR LHE CHAMOU...”
Cabo Delgado
A Ponte sobre o rio Messalo ficou submersa e os Distritos de Palma, Nangade, Mueda e Muidumbe, ficaram isolados do resto da Província, por via terrestre. Como consequências imediatas, inúmeras viaturas de transportadores semi-colectivos e os próprios passageiros, encontram-se retidos sobretudo, nos distritos supracitados. Outro sim, há viaturas importadas do Japão para Moçambique, via Ntambaswala / Namoto, que se encontram retidas e a somar dias de parqueamento. Vários cidadãos apenas aperceberam-se desta situação após aproximarem-se da ponte submersa. Devido as enchentes no rio Messalo, um dos autocarros de passageiros da empresa de transportes terrestres Nagy Investimentos, que fazia o troço Nampula – Mueda, viu-se obrigada a interromper a viagem e a retornar a Nampula juntamente com todos os passageiros, dada a impossibilidade de cumprir o trajeto. De igual, mantimentos militares que eram estrategicamente transportados nesta via, sobretudo com único sentido, ficam dependentes do vasamento da água de chuva que tem um caudal assustador. Importa referir que várias outras pontecas desta província, em vários distritos, encontram-se a submergir, devido a queda regular de chuva. Estima-se que um minino de 100 viaturas de todos os tamanhos pretendam atravessar em qualquer dos sentidos, por dia e outros mais de 2000 passageiros também.
Nesta semana, Mocimboa da Praia celebrou 62 anos de elevação a categoria de Cidade. A efeméride tem seu epicentro em Nanjua, Distrito de Ancuabe, local escolhido pelos amigos e naturais de Mocimboa que por aqui, foram trazidos como deslocados. Mocimboa, para além de ser Cidade, é Município e encontra-se despovoado há mais de um ano.
No Distrito de Nangade, circulam perto de 34 homens do grupo armado que aterroriza a província de Cabo Delgado ao longo da presente semana. Num dos dias, em plena noite, conseguiram entrar, vasculhar e destruir a casa do chefe do Posto. Os ocupantes da mesma residência haviam sido evacuados por militares das Forças armadas de Defesa e Segurança, horas antes. Neste mesmo Distrito, todas as posições de militares estão de alerta Vermelho e interditaram a circulação de qualquer meio circulante, a qualquer hora do dia e sobretudo, as que queiram sair do Distrito. População de Nangade, dorme nas matas densas e nalguns casos, debaixo de chuvas e orvalho, fugindo de incendiários e decapitadores. Aliás, nas suas idas as matas, estes deslocam-se antes do pôr do sol e com comida confeccionada, como forma de não acender alguma lareira, nas matas, ao longo das noites. A Posição militar de Mueda, sobretudo de antigos Combatentes, faz o foro na retaguarda, como forma de salvaguardar qualquer tentativa de penetração estrangeira, neste Distrito. A vigília tem sido redobrada, nas noites.
Em Palma, insurgentes também circulam ao longo de toda esta semana. Nossas fontes dizem que são 54 homens devidamente armados e com bandeira de cor preta que peregrinam e criaram 7 lutos em 7 dias, nos povoados de Olumbi, Quionga, Quirindi, Suavo e povoados arredores. A presença destes homens, zerou para mais três meses, o tempo de espera de trabalhadores outrora evacuados de forma compulsiva, aguardando para que a presença de insurgentes ficasse controlada, nas redondezas do Mega Projecto Total. Uma das vítimas, trata-se de um dos irmãos do Chefe do Posto de Quionga onde veio-se a confirmar que foi por decapitação. “Eu estranhei a presença deles em Quionga e quis ligar para o meu irmão para lhe perguntar se houve estragos e o espanto foi de que, quem respondeu, foram esses alshabbabs e me perguntaram, o que eu queria? Eu respondi que queria falar com o dono do telefone e eles me responderam que JÁ MATAMOS. ELE COLABORAVA COM O GOVERNO.” – Nos disse Bernardo, o que lhe foi dito.
Uma outra fonte do Pinnacle News disse que insurgentes haviam transmitido a alguns reféns de que o Distrito de Palma seria atacado na sexta-feira, dia 05 de Março, para celebrar a semana do JIHAD MENOR, segundo o Surat 4:95 do Alcorão. Uma outra fonte disse que há no seio da frente de Palma, seis tanzanianos dois dos quais, mulatos.
Correlação a todas estas movimentações e informações, o Governo movimentou até dois batalhões apenas de intervenções rápidas de traje e capucho ultra-preto e se posicionou estrategicamente, ao lado de alguma força que já existia em Palma, aguardando pela invasão, facto que não aconteceu. Contudo, tal como viemos escrevendo, a onda de insurgentes foi fazendo caminhadas serpentinas, a caça de população indefesa, nas matas e machambas das aldeias e Posto administrativo supracitados. Não existe algum relato de troca de tiros ou morte de militar ou integrante da rede dos alshabaabs, fruto de combate armado ou troca de força física.
Inúmeros cidadãos, em grupos de corajosos, percorrem o troco de Phundanhar até Nangade, a pé. O facto deve-se a interrupção compulsiva de trafego de viaturas. Os peregrinos, são movidos de escassez de alimentos sobretudo em Palma e por forca de vontade, procuram trazer até Palma, as suas voltas, mantimentos para suas famílias, correndo o risco de darem-se de cara, com alguns integrantes da rede do alshabbab. Até então, não há relato de colisão para com pedestres neste trajecto de três dias e algumas noites, de percurso e pernoita condicionada, em matas densas, de cacimba e orvalho.
Diga-se de passagem que neste trajecto, não há captação de rede de telefonia móvel Moçambicana mas sim, Tanzanianas nomeadamente a Hallotel e Viettel, facto que muitas das vezes, os peregrinos viajam com coração nas mãos. Com estas movimentações e situações, autoridades militares Tanzanianas estão também de alerta máxima pelo facto de estarem a acontecer movimentações de incendiários, até sete quilômetros do leito do rio Rovuma. Tratam-se de matas outrora desminadas pela Hallo Trust, na década 80.
O Zitamar escreveu nesta semana que as forças armadas de defesa abateram pelo menos seis insurgentes e feriram a tiro, outros dois, num combate havido em Nangade, no povoado de Luneque. Na sua publicação, o Zitamar precisou que a estadia de insurgentes neste distrito culminou com o incêndio de algumas casas e colocação de barricadas, como forma de retaliação pela morte de seis elementos do grupo armado. Nesta incursão, há também helicópteros ao serviço das forças Armadas de Defesa e Segurança Moçambicana que procuram elementos do grupo.