Por Francisco Nota Moisés
Sabio said... "Que susto o Nyusi e os seus lambebotas apanharam!" Homens armados atacam comboio no centro de Moçambique (2) ... "O ataque contra o comboio e outros novos ataques da Junta criam confusão nas hordas da Frelimo e dos seus agentes da Renamo-Ossufo Momade. Na discussão no feminino na STV dominada por umas frelimistas, agora já o tom é diferente. Admitiram que a Junta Militar expandiu-se para Tete e Niassa. Se aqueles que estão em Tete e Niassa começarem a operar, a tropa da Frelimo estará esticada e totalmente desorientada. E esse ataque contra o comboio foi uma operação de diversão para distrair a concentração dos frelimistas contra a sede da Junta em Gorongosa."
Para além do ataque contra o comboio ter sido uma operação de diversão, ela tem impactos desvantajosos para a Frelimo e vantajosos para os rebeldes.
Como Sábio observou, ele causou um grande susto ao Nyusi e aos seus lambebotas que devem saber que os rebeldes podem mais uma vez paralisar a linha férrea Moatize- Mutarara- Beira, como fizeram depois das ditas eleições de 2014 quando um general da Renamo disse que a Renamo não deixaria as actividades de que a Frelimo se aproveita para comprar armas para ir matar os renamistas. Na verdade, na guerra tudo o que alimenta o esforço do inimigo é alvo preferido, excepto civis que o inimigo possa utilizar como escudos para s sua proteção. Obviamente, a Frelimo e os seus aliados mercenários no Norte não respeitam e não aderem a esta regra internacional. Dos seus helicópteros os mercenários disparam metralhadoras e roquetes contra pessoas que vem a correr em baixo deles enquanto os seus aliados da Frelimo também abrem fogo sobre membros da população.
Por mais que os frelimistas tentem se disfarçar e minimizar o ataque contra o comboio, o atrevido ataque desmoraliza os soldados da Frelimo e o próprio regime da Frelimo que deve saber que esse acção não é a primeira e nem será a última. Numa extensão de 600 kms de Moatize para Beira, a linha passa por regiões de florestas e matas virgens entre Moatize e Mutarara em Tete que eu via quando viajava de comboio de caminho para o Seminário de Zóbuè e de regresso para Mutarara e também em terreno semelhante entre Sena e Beira em Sofala. Se estiverem bem decididos, os rebeldes não deixarão nenhum comboio cobrir essa extensão com impunidade. Durante a guerra dos 16 anos, quase que toda aquela linha se encontrava na zona libertada da Renamo e não operava, tendo estado sabotada em várias partes.
Sufocar o movimento dos comboios com carvão de que a Frelimo tanto precisa para comprar armas em vez de usá-lo para o bem-estar dos moçambicanos, será também sufocar a capacidade da Frelimo de travar a guerra contra os rebeldes desde que não terá o dinheiro para comprar armas para travar as suas guerras no centro e no norte.
Não terá também o dinheiro para tentar pagar as dividas ocultas que os seus dirigentes contraíram e que dizem que o povo de Moçambique, que anda na pobreza absoluta e padece de fome, deve pagar.
Quando a tropa da Frelimo estiver dispersada, os rebeldes se movimentarão com facilidade.
Esse ataque devia ensinar a Frelimo que não é esperteza tentar ser malandro como Nyusi fez quando manipulou Ossufo Momade para assinar um acordo da rendição da Renamo e ele declarou o Nhongo e a sua Junta militar como foras da lei e ordenou a sua caça por eles terem dito que o acordo que Momade assinou ele não tinha o mandato de fazê-lo e pedir que se renegociasse o acordo. O acordo Nyusi-Momade estava destinado a proteger os interesses dos frelimistas e a condenar os renamistas à extinção. Tal é o que Felipe Nyusi e o seu colega Ossufo Momade defendem.
Os frelimistas fogem dessa realidade para dizer que Nhongo não tem razão de estar em guerra visto que ele e a sua Junta só tem problemas com Ossufo Momade e o seu ramo da Renamo e não com a Frelimo. Não foi Nhongo que declarou a guerra mas sim Nyusi e a sua Frelimo com o encorajamento do Ossufo Momade e a incitação de André Magibire, José Manteigas e outros comparsas do Momade a soldo da Frelimo.
Como no passado, a Frelimo não tem a capacidade militar para proteger comboios nem a defender a linha férrea, pelo que se os ataques dos rebeldes contra os comboios continuarem, o regime da Frelimo não terá nenhum carvão para vender ao exterior. Estará tramada e lixada.