PALAVRAS PRÉVIAS
Após termos concluído em 1988 o Mestrado em «História dos Séculos XIX e XX», pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa sobre a temática das relações de Moçambique com os territórios limítrofes, no período entre as duas Guerras Mundiais1, surgiu a ideia de abordarmos novamente a problemática colonial para um trabalho mais profundo, fruto da experiência acumulada nessa investigação, depois de uma vivência de mais de duas décadas nas antigas colónias de Angola e Moçambique. Aliada a esta vivência, estivera também o facto de possuirmos uma razoável biblioteca sobre temática ultramarina, motivo que viria a constituir um bom incentivo para nos abalançarmos num projecto académico tão exaustivo e complexo. O contacto com o Professor Luís Reis Torgal, nos finais da década de oitenta, e as reflexões posteriormente levadas a efeito sobre a questão imperial no contexto do Estado Novo, conjugadas com o interesse em desenvolver uma linha de pesquisa sobre os aspectos ideológicos desse regime autoritário, levaram-nos a solicitar a este docente para que nos orientasse neste trabalho, cuja temática é importante para a compreensão do papel desempenhado pelas colónias na sociedade portuguesa contemporânea.