Por Francisco Nota Moiés
Ataques em Moçambique. Províncias de Nampula e Niassa fornecem combatentes aos grupos armados, revela estudo (3)
Há tendência das pessoas do centro e do norte se lamentarem da crueldade da Frelimo e do terrorismo do seu regime contra as populações do centro e do norte. E algumas destas pessoas vão mesmo ao ponto de proclamar que os líderes da Frelimo, predominantemente sulistas, diga-se gazenses, eram, ou são, favoráveis às populações do sul. A sua percepção é uma grande ilusão. A Frelimo concentra todos os meios no Sul porque é lá onde vivem os seus dirigentes que querem as melhores condições de vida para eles próprios e não para o povo do sul.
Os líderes da Frelimo, os gazenses com os seus cipaios macondes, agora estes últimos dirigentes do pais atrás dum golpe tactico por Felipe Nyusi, um maconde, que encheu a chefia do seu governo com macondes que é uma tribo muito pequena em Moçambique enquanto o maior número dos macondes se encontram na Tanzânia, onde são uma das tribos daquele pais. Nyusi e os seus macondes como detentores do poder político em Moçambique pode ser ilusório como uma nuvem que quando de passagem deita alguma chuva na terra.
Analisada com profundidade, a percepção de que a Frelimo poupou os sulistas é uma falácia que a própria Frelimo quer ouvir para aprofundar e estender a sua política de dividir para melhor imperar através de confusões prevalentes nas mentes das pessoas. A Frelimo aplicou o seu terrorismo da mesma maneira por todas as partes de Moçambique. As vítimas do seu terrorismo são de todas as partes do país e de todas as tribos. De todas as grandes cidades, Maputo, conhecido como Lourenço Marques, sentiu mais o terrorismo da Frelimo do que qualquer outra urbe quando Joaquim Chissano, actuando como primeiro ministro do governo de transição com os portugueses antes da independência e antes da chegada do Machel em Lourenço Marques vindo da Tanzânia, ordenou uma onda de terror generalizado.
Guerrilheiros da Frelimo, macondes na sua maioria com alguns soldados tanzanianos, receberam ordens do Chissano com a conivência de Vítor Crespo, o alto-comissário português do chamado governo de transição, para patrulhar na cidade e fazer os citadinos entender que a Frelimo era os novos mestres. Os jaguncos armados iam por todas as partes da urbe para prender pessoas sem causas formuladas. Os detidos eram enviados para os campos de concentração no Niassa e Cabo Delgado.
Prostitutas que faziam as suas vidas com o negócio dos seus corpos eram detidas e enviadas para o Gulag do Norte para serem reeducadas e onde eram usadas como escravas sexuais para o conforto dos chefes dos campos que estavam enfiadas nas matas fechadas daquelas províncias.
Milhares das pessoas do sul terminaram nas florestas do Norte onde Samora Machel dizia que elas e os prisioneiros doutras províncias deviam construir novas cidades. Lá os prisioneiros passavam o dia das 6 as 18 a cortar grandes árvores com machados e catanas e sem descanso. Muitos morriam por estarem esgotados, de fome, de sede, de doenças que não eram tratadas por falta de medicamentos, de malaria, cólera, mordeduras de insectos e serpentes venenosas. Certos cavavam grandes covas onde eles próprios e outros eram enterrados vivos.
Tais pessoas do Sul estavam em tais campos com pessoas doutras províncias incluindo cristãos, sobretudo testemunhas de Jeová e muçulmanos envidados do Niassa, Cabo Delgado e Nampula e com os chamados marginais e reacionários despachados de todos os cantos do país.
E Samora Machel emitiu ordens para que as pessoas enviadas do sul fossem tratadas com mais sevícias do que as outras vindas doutros cantos do pais visto que eram assimilados com muito bicho colonial nas suas cabeças e que não tinham vivido a revolução ou que não tinham passado pela guerra dita da libertação que os outros tinham conhecido. Um dos indivíduos que recebeu tal ordem de Machel era um homem de Sofala de nome Braz, um sena inculto como o próprio Machel, que Samora Machel fez de chefe de posto que circulava de bicicleta. Braz era um dos supervisores dos campos de morte lenta e de morte súbita da Frelimo. Pode-se imaginar quanta crueldade estes chefes analfabetos sem consciência humana infligiram contra pessoas inocentes.
Quando o fim dos campos chegou como resultado da guerra civil, a Frelimo não forneceu meios para os sobreviventes entre tais exilados para regressarem às suas zonas de origem. Se há ainda pessoas que vivem entre os sobreviventes de tais campos, elas são agora todos velhos e velhas. A Frelimo não quis que elas regressassem aos seus lugares de origem para não irem contar aos seus familiares e amigos nas suas aldeias, vilas e cidades sobre a sua crueldade.