Descobri o quadro abaixo que me chamou a atenção pela posição que Moçambique, Angola e a Guiné(Bissau) detinham economicamente a nível do continente africano.
Desafio, pois, economistas, sociólogos e políticos a deterem-se nestes valores e nos de hoje. Reconheço que então, como agora, a média não traduz a realidade da distribuição de riqueza.
Poder-se-á dizer que a "pobreza absoluta" é consequência da colonização? Seriam pobres aqueles que até ao princípio do séc.XX viviam no seu "mato", cultivando, caçando e disputando entre si os melhores territórios?
De notar, também, ser de cerca de 52% o contributo directo de doadores ao Orçamento de Estado de Moçambique...
Quanto se andou para atrás...
Table 5
Comparative Per Capita Income (US dollars)
Country or Territory |
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1965 |
1970 |
Angola |
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210 |
333 |
Mozambique |
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165 |
228 |
Portuguese Guinea (Guinea-Bissau) |
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194 |
258 |
Central African Republic |
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101 |
120 |
Ivory Coast |
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225 |
301 |
Kenya |
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107 |
128 |
Niger |
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76 |
74 |
Nigeria |
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95 |
61 |
Republic of Zaire |
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29 |
90 |
Senegal |
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198 |
185 |
Tanzania |
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60 |
102 |
SOURCE: Statistical |
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Yearbook of the United |
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Nations, 19 71-19 72, pp. 325- |
-26 |
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Aqui fica o desafio.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
NOTA: Julgo saber ser de cerca de 20 vezes a actualização dos valores monetários de 1970 para 2005
(Colocado a primeira vez em 03.03.2008, In http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2008/03/pobreza-absolut.html)
- Numa actualização com correcção monetária, o rendimento per capita, em 1970 era, em Moçambique, de 4560 USD contra os actuais 350 USD. Mantendo-se a progressão de 1965 para 1970, em quanto estaria hoje o rendimento "per capita" em Moçambique? São números da ONU. Quem desmente? Triste a realidade que a independência trazida pela FRELIMO criou em Moçambique.
Para quem quiser fazer melhores contas, visite
http://fx.sauder.ubc.ca/etc/USDpages.pdf
06.06.2010
Em tempo:
Só um pequeno(grande)esclarecimento:
- A África do Sul pagava em ouro, 60% do salário dos 120.000 "magaíças", ao preço oficial e que Portugal vendia ou poderia vender a preço de mercado. Após a independência a África do Sul deixou de pagar em ouro e hoje os "magaíças" já não chegam a 50.000.
Posso acrescentar que o último pagamento em ouro ainda estava em Moçambique e aí ficou entregue ao então Banco Nacional Ultramarino. A penúltima entrega, já em Portugal mas ainda não integrada nas reservas do Banco de Portugal, foi por ordem de Almeida Santos devolvida a Moçambique, salvo erro, via Paris.
Fernando Gil