Por ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
O terrorismo hoje no mundo é um problema que atinge a todos os países; alguns mais outros menos, mas preocupa o mundo todo. W.R Professor do Instituto tecnológico de Massachusetts diz o seguinte: «os Estados Unidos são um dos países mais fundamentalistas do mundo».
De facto, ele tem razão e eu explico porquê. Os Estados Unidos [EU] destarte, que se constituíram como país, criaram a presidência imperial; nesta presidência imperial estabeleceu doutrinas para o mundo, três delas são fundamentais, porque defendem o terrorismo do Estado.
A primeira doutrina Monroe de 18[23], quando os EU estabelecem estratégia de que, América-Latina é deles; a América para os americanos. Na realidade, essa doutrina vai dizer que os EU vão ser um país anti-colonialista na América-Latina, quando na realidade são colonialistas, eles tiram a Europa dela, e vão dizer, que esta doutrina estabelece a segurança nacional, não é realidade, os EU vão ocupar América-Latina.
Esta doutrina estabelece que não haverá mais intervencionismo, na realidade, os EU vão passar intervir sistematicamente na América-Latina. Portanto, a doutrina Monroe é uma doutrina, que vai estabelecer o terror de Estado na América-Latina, e esta doutrina será questionada e será vencida a partir da Revolução cubana de 19[59].
A outra doutrina, é a do destino manifesto de 18[32], quando os EU dizem que, a América é deles, porque Deus deu para eles esta missão. Inclusive, eles vão buscar no salmo bíblico uma das suas razões que seria a seguinte: «se Deus está consigo, embora caiam mil a tua direita e dez mil a tua esquerda tu, porém não serás atingido».
Porquê! Porque tu és o povo eleito, escolhido por Deus para levar a civilização aos bárbaros. Tu fazes história eles carecem dela, portanto a América para os EU». W.R lembra que, uma lápida em Boston, estava escrito o seguinte nela: «aqui repousa um indígena vampanuaga que cedeu suas terras para que esta grande nação pudesse crescer». Isto, é o destino manifesto é o povo que se julga eleito.
E a terceira doutrina é do pan-americanismo de 18[89] denunciada por José Martí, quando a partir dum Congresso em Washington, os EU saem da guerra civil e o Norte industrializado, e este Norte industrializado que é monopólico vai ocupar a América[1]Latina para vender os seus produtos é a busca do mercado. É claro, e no iniciou do século [XX] temos lá a diplomacia do dólar, do big stick; em fim, os EU então, estabelecem políticas de terror do Estado para ocupar a América-Latina e posteriormente ocupar o mundo.
Quem é o instrutor desse terror do Estado?
Em primeiro lugar, a Casa Branca, porque ali está a presidência imperial e é ela que declara as guerras; em segundo lugar, o Departamento do Estado por ele estabelecer políticas intervencionistas onde ocupar o mundo e, por último o Pentágono que é máquina de fazer guerra dos EU, àquele que invade os países e territórios. É claro, os EU estimulam, também os seus Estados clientes a praticarem o terror em algumas regiões para que Washington leve vantagem.
E… ai W.Rampinelli vai classificar [2] tipos de terror: o Benigno e o construtivo.
O que é o terror benigno. É aquele que os EU permitem aos seus Estados clientes, que lutam contra o Comunismo internacional ou contra movimentos progressistas, e o terror construtivo é aquele que o EU permite aos seus Estados clientes para que eles ampliem as áreas globais e permitam que os investimentos dos EU ocorram naquelas regiões sem sobressaltos.
Por isso, dentro desse quadro da origem do terror de Estado e eu me apoio em W.R temos que ter uma consciência muito [fina] em relação a isso. Porquê! Porque a luta contra o terror não se dá por meio duma declaração de guerra ao terrorismo; caso se adopta essa estratégia, se estará empreendendo acções massivas de terrorismos internacional aliás, foi o que fez o George.W.Bush, depois do [11] de Setembro de 20[01]. Destarte, a luta contra o terror internacional, passa por um mundo aonde haja justiça, política social, igualdade económica e o fim da repreensão. Não tem outro caminho!
De facto, com o [11] de Setembro 20[01], todos sistemas de poder do mundo ganharam e se aproveitaram do ocorrido para incrementar a violência e a repressão contra as minorias. Por exemplo; foi o que aconteceu na Rússia com a Chechénia; foi o que aconteceu em Israel com Cisjordânia e Gaza; foi o que aconteceu na Indonésia, foi o que aconteceu na China com a região ocidental, foi o que aconteceu em grande parte dos Governos mundiais para controlar as suas populações, inclusive nos EU com inviolabilidade das correspondências.
Agora, temos três tipos de terrorismo que se praticam no mundo. O do Estado, quando o Estado, que chama a si o direito de praticar o terror; o inter-governamental quando são as Associações como a NATO que bombardeia países e… o de grupo, quando são grupos que se juntam para enfrentar o terror do Estado. E, eu devo lembrar uma coisa muito importante. O terror de grupo como o da Al-Qaeda, surge para enfrentar sempre o terror do Estado.
De facto, quando se fala em terrorismo hoje em dia no mundo, logo aparece o Médio Oriente. Os EU passaram a ter interesse no Médio Oriente por causa do seu petróleo, se esta região produzisse bananas não haveria problemas nenhum. Porquê que os EU querem controlar o petróleo do Médio Oriente? Primeiro, para fazer seu processo industrial avançar, e segundo para eles controlarem outras regiões que necessitam desse petróleo como a Europa. Cabe lembrar que, depois da segunda-guerra mundial os EU obrigaram, tanto a Europa, quanto o Japão a sair do consumo do carvão energético e ir para o petróleo. Porquê! Porque dizia o G. Kenonn: «quem controla o petróleo do Médio Oriente tem o poder de veto».
Ora! Esse controle dos EU, sobre o Médio Oriente, e essa dominação sobre a região vai fazer com que, os EU lutem no Médio Oriente contra duas coisas que são muito fundamentais: o nacionalismo e o laicismo. E claro, os EU estimulam os grupos internos, e EU desde fora tentam combater essas duas ideologias [visões]; nacionalismo e laicismo.
Repare! Se nós pegarmos por exemplo, Gamal Abdel Násser no Egipto, foi um nacionalista laico; se nós pegarmos Muhammad Mossadegh no Irão, foi um nacionalista laico, se nós pegarmos o Iraque teve uma tradição de nacionalismo laico por mais dum século, e esse nacionalismo fracassou exactamente por conta, disso, grupos internos e grupos externos. o que é que fizeram os EU, para combater este nacionalismo? Aliaram-se ao Estado fundamentalista islâmico a Arábia Saudita e fizeram esta aliança com este país, antes de fazer mais tarde a sua aliança com o Israel, e desde a Arábia Saudita os EU passaram a atacar os demais países da região.
Diante disto o que é que vai ocorrer. Vão surgir grupos fundamentalistas islâmicos, inclusive, alguns deles são até estimulados e criados pelos próprios EU e se nós observarmos os EU por exemplo, apoiaram grupos fundamentalistas no Paquistão, apoiaram grupos fundamentalistas do Afeganistão e tudo isso, foi exactamente por conta da dominação do petróleo.
Osama Bin Laden é uma criação dos EU, a Al-Qaeda é uma criação dos EU, que interessava quando eles estavam no Afeganistão para lutar contra a União Soviética, depois o feitiço virou contra o feiticeiro. Se nós pegarmos o Governo do Talibã, no Afeganistão em 19[96] é apoiado pelos EU, depois eles se voltam contra os EU.
Portanto, é bom que fique bem claro, e… eu até tenho vergonha de dizer isso, mas… vou ter que dizer. Que… os EU hoje não combatem o terrorismo internacional; os EU são a fonte do terrorismo internacional.
Por isso, W. R tem toda razão quando diz que Washington é a Capital mundial do terror do Estado.
Manuel Bernardo Gondola
Em Maputo, [31] de Março de 20[21)