Agora que a Total abandonou as obras em Afungi, milhões de usd de investimento perdidos há que reflectir e pensar aquilo que Total, Governo e demais gentes falharam.
O Colonialismo terminou, o governo de Maputo não se pode continuar a comportar como fazia o colono, explorava até ao tutano e o povo ficava a ver navios.
Em Cabo Delgado um descontentamento total da população, foi aproveitado comercialmente por algum país do Golfo Pérsico que financiou os insurgentes.
Aos países produtores de Gás Natural não interessa um país como Moçambique tornar-se um competidor, eles querem vender o seu próprio gás, se não o venderem durante os próximos 20 anos, não o venderão mais, a transição energética está aí não é possível parar, o lobby do Petróleo e do Carvão do Trump perdeu a guerra.
Ao falarmos com as populações de Cabo Delgado, todos dizem o mesmo, queremos trabalho e salário para sustentar a nossa família.
Trazer exércitos ou mais armas para Cabo Delgado é só agravar o problema, deitar gasolina para a fogueira.
Cabo Delgado, precisa de um programa sério de construção de infraestruturas, para dar emprego ao seu povo, aí criando emprego e os insurgentes serão derrotados.
A estratégia da Total falhou, deu trabalho a cerca de 5 000 trabalhadores mas quase tudo ou eram estrangeiros ou vinham de Maputo, criando grande descontentamento entre os locais.
Capacetes azuis, precisam-se em Cabo Delgado, não para combater os insurgentes, mas para proteger e apoiar o regresso dos deslocados, ninguém confia na polícia nem no exército de Moçambique.
Sim, os deslocados têm que regressar às suas zonas de origem, por mais que o governo queira fixar essas gentes bem longe de Cabo Delgado, para pacificar Cabo Delgado há que reassentar as famílias nas suas aldeias de origem.
Os recursos de Cabo Delgado, têm que ser partilhados com as gentes de Cabo Delgado, o governo lá do Maputo e a Total têm que compreender isso, pois sem isso Cabo Delgado nunca irá ter paz.
(Recebido por email)