O Presidente da Republica, Filipe Nyusi, reuniu-se, ontem em Kigali, com o seu homólogo ruandês, Paul Kagamé, um encontro que servi para Moçambique compreender a experiência do Ruanda no combate ao terrorismo na África Central, foi ontem anunciado.
“Tivemos uma discussão sobre a experiência do Ruanda no combate ao terrorismo e extremismo violento. O Ruanda tem um papel importante na África Central, ao lado também das forças das Nações Unidas, então nós quisemos compreender como tem sido a experiência”, declarou o chefe de Estado, momentos após a visita à capital ruandesa na quarta-feira.
Durante o encontro, Filipe Nyusi manifestou a sua abertura para receber apoios no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, mas reiterou que a responsabilidade de proteger a soberania do país é dos moçambicanos.
“Esta é uma guerra movida por muita esforças e com interesses diferentes. Nós deixámos a mensagem ao nosso irmão (Presidente Kagamé) de que nós estamos abertos a todos apoios, mas não gostaríamos que os apoios fossem impostos aos moçambicanos”, frisou Nyusi, avançando que os dois chefes de Estado abordaram outros temas, com destaque para a covid-19.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.
O mais recente ataque ocorreu em 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.
As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024, avaliado em 20 mil milhões de euros, e no qual estão ancoradas muitas das expetativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.
YINGUISSANE – 30.04.2021