Dezenas de pessoas, incluindo estrangeiros, incluindo sul-africanos, foram brutalmente maltratados e outros mortos pelos terroristas em Palma, Cabo Delgado, Norte de Moçambique, nesse memorável ataque de bandos terroristas infligido contra aquela região no dia 24 de Marco deste 2021
A Ministra sul-africana da Defesa e Veteranos Militares, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, deixou expressos publicamente os seus receios com o avanço de grupos terroristas em Moçambique, afirmando que tudo indica que o terrorismo pode atingir a África do Sul, cujas capacidades de defesa estão “extremamente estressadas”.
Falando na apresentação do orçamento do seu departamento no parlamento, Mapisa-Nqakula afirmou que “as capacidades de defesa da África do Sul estão sob extremo stress no meio de constrangimentos financeiros” depois do corte de 15 mil milhões de randes para os próximos três anos.
Para a Ministra da Defesa e Veteranos Militares, a pandemia de COVID-19 mudou completamente o cenário da defesa na região da SADC através de impactos negativos de segurança económica das pessoas.
Depois do ataque terrorista em Palma a 24 de Março, a África do Sul enviou a elementos da sua força aérea para resgatar os seus cidadãos que estavam encalhados e outros no mato. Dezenas de pessoas, incluindo estrangeiros, incluindo sul-africanos, foram brutalmente maltratados e outros mortos pelos terroristas em Palma, Cabo Delgado, Norte de Moçambique, nesse memorável ataque de bandos terroristas infligido contra aquela região no dia 24 de Março deste 2021.
Os líderes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ficaram muito chocados com o ataque e através da Troika que lida com assuntos de Cooperação Política, Defesa e Segurança enviaram uma equipa técnica para avaliar as necessidades de apoio a Moçambique no combate à insurgência em Cabo Delgado.
A equipa produziu relatório recomendando o envio de cerca de três mil soldados e meios aéreos e marítimos. O documento foi submetido ao Conselho de Ministros da Troika para aprovação e eventual submissão aos chefes de Estado e de Governo.
No entanto, a cimeira dos chefes de estado que devia ratificar o relatório foi adiada “sine-die” - tempo indeterminado. O adiamento da cimeira foi interpretado por alguns analistas da África Austral como sinal de que Moçambique não está interessado numa intervenção militar da SADC em Cabo Delgado.
Entretanto, o Governo sul-africano reiterou o seu apoio a Moçambique na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado durante a sessão do Conselho de Ministros realizada semana passada.
O Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa reuniu-se com o seu homólogo moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, em Paris à margem da cimeira económica Franca-África, mas não houve comunicado com pormenores do encontro entre os dois chefes de estado.
Na África do Sul vários sectores continuam a falar da necessidade de apoio militar e inteligência a Moçambique.
Um comunicado da companhia CNG, ligada a energia alternativa renovável, diz que a África do Sul deve oferecer apoio militar e inteligência a Moçambique em troca de acções de gás. Segundo o documento da CNG a que o jornal Redactor teve acesso, projecções preliminares indicam que Moçambique vai competir com a Rússia nas próximas décadas para se tornar quarto maior produtor mundial de gás liquefeito, depois dos Estados Unidos da América, Qatar e Austrália.
No entanto, o comunicado da CNG considera que a instabilidade provocada por militantes insurgentes no norte de Moçambique pode potencialmente dificultar as massivas oportunidades para o desenvolvimento económico da região da África Austral.
A CNG acredita que sendo a África do Sul um dos líderes do continente deve desempenhar papel activo no combate aos insurgentes em Moçambique. A companhia considera que devido aos riscos imensuráveis Moçambique deve considerar aliar-se a África do Sul como parceiro no negócio de gás.
REDACTOR – 20.05.2021