O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne esta quarta-feira (19) para debater especificamente Paz e Segurança em África, com Moçambique na mó de cima.
Linda Thomas-Greenfield está confiante num desfecho da crise em Cabo Delgado e a breve trecho. “Estámos comprometidos com o governo a fazer todos os possíveis para proteger civis, prevenir futuros ataques e aliviar o sofrimento; esperámos que sejamos capazes de enfrentar e chegar a uma conclusão satisfatória, muito em breve”, Linda Thomas-Greenfield, representante dos Estados Unidos no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Ela acrescenta que os Estados Unidos estão preocupados com a situação em Moçambique e trabalha “muito de perto” com o governo de Maputo, organizações internacionais e organizações da sociedade civil, no terreno, “para tentar encontrar uma solução” que ajude o governo moçambicano a enfrentar os ataques.
Destaca a colaboração e cooperação internacional como uma das formas de fortalecer e capacitar a liderança política e a sociedade em Moçambique. “Criar capacidades, competências, conhecimentos, ferramentas, oportunidades e sustentar programas de desenvolvimento nas regiões afectadas pela instabilidade foram as formas destacadas pela responsável de cooperação dos EUA com Moçambique, por intermédio da ONU e da representação norte-americana”, diz a diplomata.
Para ela, um dos passos mais importantes para a resolução da crise é “estar em contacto com as comunidades, fora do Governo central”, principalmente com as comunidades na “linha da frente” do conflito. É essencial assegurar que as comunidades “não estejam isoladas” e que sejam envolvidas na acção governativa ao lidar com ameaças terroristas - completa Linda Thomas-Greenfield, sublinhando que o contacto directo com a população é um dos “pontos fortes” dos EUA.
O Governo norte-americano também tenta destacar e realçar a importância da participação feminina na resolução de conflitos no continente: “ao olharmos para como resolver conflitos, temos absolutamente de focar-nos nas mulheres e meninas e no papel que as mulheres têm na manutenção da paz, (…) que é extraordinariamente importante”, considera a responsável, com uma longa carreira diplomática em África, como embaixadora dos EUA para a Libéria (20- 08 a 2012) e enviada especial no Paquistão, Quénia, Gâmbia e Nigéria. Linda Thomas-Greenfield considera que o período de análise, identificação dos danos e prejuízos sentidos no continente africano será “longo e complicado” e “ao avançar-se, haverá ameaças para África”, mas os Estados Unidos irão permanecer como “parceiro comprometido” para o continente.
Os Estados Unidos terminaram, recentemente, em Moçambique, a primeira fase da capacitação das forças governamentais em tácticas anti-terrorismo, estando prevista a fase seguinte em finais de julho.
Há dias, em Paris, o Primeiro-Ministro português, António Costa prometeu para esta semana a chegada, em Maputo, de uma equipe de oficiais militares para o processo de formação de militares moçambicanos em combate ao terrorismo, depois de em abril um primeiro grupo ter iniciado o mesmo curso, na Catembe, Maputo.
Ainda na capital francesa, o Presidente Filipe Nyusi realizou uma série de audiências com empresários franceses, ainda recebido pelo Presidente anfitrião, Emmanuel Macron, igualmente se encontrou com Cyril Ramaphosa, sem declarações aos jornalistas, no término da audiência.
O Departamento de Estado norte-americano declarou em inícios de maio que a ajuda humanitária prestada a Moçambique no presente ano fiscal vai ajudar 20 mil famílias com bens de primeira necessidade e fornecer 700 mil dólares ao Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Segundo um comunicado divulgado em 06 de maio, a ajuda norte-americana em Moçambique é visível através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), com “bens de primeira necessida[1]de vitais”.
EXPRESSO – 19.05.2021