Há relatos de deserções entre as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) que combatem insurgentes em Cabo Delgado. Aliás, de acordo com as nossas fontes, essas deserções não são de hoje. E vão se avolumando com o tempo e o Governo filtra a informação para que o assunto não se espalhe.
As motivações são várias e vão desde a falta de condições mínimas para o combate aos “jihadistas”, fome e até o subsídio prometido por Filipe Nyusi aos militares ainda não foi pago. Ficou-se, como sempre, pela promessa.
Enquanto isso, tudo indica que os “jihadistas” estão a reforçar as suas fileiras, havendo relatos de chegada massiva de jovens oriundos de vários pontos de Moçambique e até de fora do País. Chegam a Cabo Delgado por via marítima, principalmente de Mocímboa da Praia, zona onde acredita-se haver a maior base dos terroristas naquela província.
Se as nossas fontes não falharem, Mueda será o próximo local a cair nas mãos dos “jihadistas”. Apesar do alerta das FADM, tudo indica que Mueda terá poucas chances de resistir dada à musculatura dos terroristas que contam com uma capacidade logística forte dado os apoios de outros grupos similares que actuam pelo mundo afora. É só notar a devastação que marcou o ataque a Palma. Exibiram armas pesadas e uma capacidade organizacional invulgar.
Enquanto isso, não se sabe concretamente do que o Governo da Frelimo está a espera para aceitar o apoio que lhe é oferecido por vários países. A troika da SADC vai de cimeira em cimeira mas nunca consegue convencer Filipe Nyusi a aceitar apoios. Havia, por exemplo, muito entusiasmo de que desta feita Nyusi aceitaria o envio de uma força militar para ajudar as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique no combate aos insurgentes da província de Cabo Delgado, mas nada. A montanha pariu o rato!
Na cimeira realizada no dia 27, em Maputo, os Presidentes do Botswana, Zimbabwe e África do Sul, bem como o representante da Presidente da Tanzânia, optaram por manifestar a sua solidariedade para com o Governo moçambicano e marcar uma nova reunião até 20 de Junho.
E o povo está a sofrer. Talvez a Frelimo precise de uma incursão mais forte como a de Palma para aceitar tal ajuda.
(Justiça Nacional, siga-nos no Facebook)