Por Francisco Nota Moisés
Ataques em Cabo Delgado: Autoridades capturam supostos “terroristas” no Niassa (2)
"Dois indivíduos, supostamente pertencentes ao grupo terrorista, que actua na província de Cabo Delgado, foram capturados pelas autoridades policiais, semana finda, no distrito de Metangula, no noroeste da província do Niassa... NOTA: Que é preciso para um cidadão circular livremente no País? Guia de marcha? Apresentação às autoridades locais? Já se não pode fazer turismo? Fernando Gil MACUA DE MOÇAMBIQUE."
O Moçambique da Frelimo é um lugar que mete medo. Um inferno na terra. É assim mesmo num país governado, diga-se desgovernado, por terroristas cujo talento para fazer o mal aos outros não tem limites. Os pobres moçambicanos são prisioneiros neste carcere da democracia revolucionária da Frelimo com a sua justiça altamente popular.
Obviamente, os frelimistas tem um talento natural para fazer o mal ao povo para além de terem importado a táctica fascista do regime de Julius Nyerere da Tanzania que implementava o sistema de Nyumba Kumi Kumi no qual cada dez palhotas numa aldeia constituíam células de segurança onde cada membro devia conhecer todos os outros residentes. Se se visse um individuo desconhecido, a pessoa devia ser arrastada e entregue ao jumbe (régulo).
Em principio um viajante tinha que se apresentar ao jumbe antes de fazer qualquer coisa que fosse depois da sua chegada numa aldeia para dizer ao autocrata o seu nome, donde vinha, o que vinha fazer na aldeia, durante quanto tempo pretendia ficar no lugar ou para onde se dirigia, se estivesse de passagem.
Ao contrario disto, no vizinho Quenia (Kenya) havia uma liberdade completa de movimento e de residencia. Ninguem me chateava quando eu aparecia numa aldeia qualquer e mesmo ficava alguns dias em certas aldeias onde tinha amigos. Nao tinha que ir me apresentar a nenhuma policia ou nenhuns homens de segurança chegavam para inquirir sobre mim
Ninguém me chateou quando estive a deambular sozinho no Estoril e em Lisboa em 1982. Ri-me a bom rir num hotel onde passei alguns dias. Acabava de comprar um jornal numa manhã e estive no meu quarto quando um dos trabalhadores, um homem de certa idade avançada, veio para arrumar e limpar o quarto e viu-o título na primeira página que falava de milhões de crianças que encaravam a pobreza no mundo. De bom humor ou com um sentimento ideológico esquerdista, o homem disse, "olha senhor Francisco! Tantas crianças pobres. Tudo isto é culpa da burguesia que rouba tudo e não deixa nada para as crianças."
Numa outra ocasião fui bem ralhado por duas raparigas que vendiam numa loja que me viram dar algum dinheiro a um homem da rua que me tinha pedido ajuda, dizendo: "o filho! É uma vergonha, filho, estar a pedir ajuda." Dei-lhe algum dinheiro. Mas as raparigas não viram graça no meu gesto. Uma delas me perguntou, se eu tinha dado dinheiro ao velho da rua e eu disse que sim antes dela retorquir e dizer: " aquele homem só vai comprar bebida com o dinheiro que o senhor lhe deu."
Achei graça naquilo que me disse sobre o homem que elas conheciam e que eu não conhecia por não ser daí e tive o bom senso de me rir. Talvez que as raparigas pensaram que eu me ria por não estar bem de cabeça.
Nenhum agente da polícia me prendeu por não ser dali. A liberdade era aquilo mesmo que me acontecia no Quénia e o que aconteceu em Portugal onde ninguém me chateou visto que eu não quebrei nenhuma lei portuguesa. Prestar ajuda a um velhote não era quebrar nenhuma lei portuguesa. No entanto, no Moçambique dos terroristas da Frelimo, prende-se as pessoas de qualquer maneira até por falar Swahili, que não é inteiramente uma língua desconhecida naquela província nortenha.