Moçambique para todos

Jornal Público 547 de 17.05.2021

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Cabo Ligado Mensal: Abril de 2021

Neste Relatório

• Análise do papel da Tanzânia no conflito de Cabo Delgado na sequência da morte do falecido Presidente John Pombe Magufuli e da ascensão de Samia Suluhu Hassan à presidência da Tanzânia
• Avaliação da vulnerabilidade infantil em Cabo Delgado após as primeiras confirmações de crianças armadas terem sido avistadas em operações dos insurgentes
• Atualização sobre o envolvimento internacional no conflito de Cabo Delgado com foco na proposta de intervenção da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral que vazou em Abril

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Total mantém-se em Afungi

O PRESIDENTE da Total assegurou hoje (17) que a empresa não mudou os seus interesses no projecto de gás na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, apesar das acções dos terroristas na região norte.

A garantia foi dada por Patrick Jean Pouyanné no final de um encontro com o Chefe do Estado Filipe Nyusi, na sede da petrolífera francesa em Paris.

“A Total está muito empenhada em manter o seu projecto em Moçambique. Há a questão de segurança, houve o incidente de Palma (…) mas temos plena confiança do Governo de Moçambique, que está a trabalhar e vai conseguir restaurar a segurança e lá estaremos”, disse.

Pouyanné desmentiu rumores segundo os quais a Total tenciona abandonar o seu projecto em Afungi. “Isso não é verdade. A Total mantém-se empenhada no seu projecto em Moçambique”.

NOTÍCIAS - 17.05.2021

Houve confrontação e abate de insurgentes

Em Ntchinga e no cruzamento para Muambula e Miteda

Descritos como “for­tes combates”, houve confrontação entre a milícia local de Muidumbe e grupos terroristas que continuam a circular por algumas aldeias daquele distrito do norte de Cabo Delgado.

A confrontação aconteceu, segundo soubemos, na quinta-feira da semana passada, na zona do cru­zamento para Muambula e Miteda, onde antes funcionava uma bomba de combustível. Os tiroteios foram ouvi­dos também nas baixas de Ntchinga, segundo fontes ligadas à milícia local.

Um professor em exercício no distrito de Muidumbe, também con­firmou a informação da confrontação, mas não conseguiu dar indicações sobre os reais resultados.

Entretanto, segundo disse, a milícia local tem-se mostrado disposta e disponível para travar a insurgência naquela região, apesar de não dispor do que chamou “armamento sofisticado”.

Entretanto, o site de notícias Pinnacle News avançou, no dia 13 de Maio, que vários insurgentes foram mortos na região de Diaca, distrito de Mocímboa da Praia, por milicianos do distrito de Mueda, que estão em constante patrulha na zona planáltica.

MEDIAFAX – 17.05.2021

Ossufo Momade pode estar equivocado

Escrito por Arlindo Chissale

Falar sobre Ossufo Momade é falar de uma personalidade cuja uma das definições é: "Conselheiro do próprio Presidente da República de Moçambique". Quer dizer, ele tem linha verde e canais para dar o seu fio de pensamento, na mesma mesa e no momento em que quiser. E caso o Presidente Nyusi esteja ausente, há personalidades que lhe podem ouvir e colocar na bicha de espera, essa consideração.

Há dias, vi a primeira publicação sobre ele, a fazer acreditar que, o Estado Moçambicano merece receber, acolher e colocar no terreno, tropas estrangeiras. E na mesma publicação, ele deu exemplos de há anos onde Moçambique acolheu Tanzanianos, Zimbabweanos, Sul Africanos, Russos, para combater contra a Renamo. – Pois é, até aqui, tudo (aparentemente) correcto.

Numa outra publicação, de um outro órgão de Comunicação Social, disse-se aquilo e acresceu-se que, "Caso os [rangers] da Renamo fossem (urgentemente) atrelados na Polícia e militarismo, o problema de Cabo Delgado teria já, um outro alento".

Acredito que vários outros jornais, tiveram algum acréscimo e quando estes discursos são traduzidos para jornais lidos em outras línguas, cobrem "à la une".

Quero eu deixar claro que, ao longo dos 40 meses de guerra, já entrei e sai das mesmas terras, mais de 40 vezes o que quer dizer que, teoricamente, entro e saio, uma vez por mês. E já cheguei (acompanhado de um caçador furtivo local) de dormir no outro leito de um dos rios, aonde eles dormiam, assistindo tudo e como eles convivem, ignorando insectos, repteis e apenas com um terço, câmera Canon 650D com baterias de reserva e duas diferentes lentes, geolocalizador, tudo nas mãos e ostentando a patência de Jornalista-raso. Ora, este não foi o meu único orgulho e que, o que já fiz, documento e conservo a 7 chaves.

Meu caro;

Há quem profetizou à partir da Nigéria que, a guerra contra tamarinhos, vai levar 12 anos. E faz todo o sentido quando uma centena dos capturados, são devolvidos as matas, por um Tribunal que disse Moçambique não ter em carteira, lei anti-Terrorista. Portanto, todos fizeram o retorno legal.

Aquela guerra é outra e muito estranha. Acreditaria em 50% dessa asserção dada a conhecer a imprensa, caso me dissesse, aonde eles estão ao longo deste mês de Ramadane! Para aonde e como foram se restaurar e curar as feridas? – Só isso!

Para se vencer aquela guerra, precisa-se usar sim, o sexto sentido. Não é só guerra corporal ou com o recurso a instrumentos contundentes. Não são tidos em conta, números dos que digladiam. Há coisas que (pessoalmente) colhi e não me sentiria orgulhoso, publicar em textos jornalísticos e aparecerem "gajos" que possam fazer copy-paste ou reformularem minhas frases e colocarem em publicações chamadas "pesquisas". – E isso já aconteceu, sempre que assinamos Pinnacle News.

O único Distrito que já conseguiu repelir aqueles tamarinhos, continuam a ser os desprezíveis de Mueda. E eles, usam o sexto sentido, para o efeito. Eles têm noções de "freemason" com o recurso a raízes de árvores e plantas locais que são diferentes das de grutas de Sofala ou Manica.

Hoje em dia, conseguiram treinar crianças, estas que soubemos de que, por caráter, são impiedosas se formos a acreditar na própria história de Moçambique e questionar, que idade tinha Chipande, quando aceitou ir ser treinado e com que idade, comandou e mandou executar o primeiro tiro? – Só para exemplificar e estarmos acordados que, aqueles não são apenas pescadores, atletas de futebol 11 recreativo, garimpeiros ilegais entre outros, são uma "mix-lanea" de pessoas, caracteres, intenções e futuro incerto. Já se escreveu e comparou-se eles, dos outros que actuam no ardor. Mas, a coisa não é bem assim, meu caro líder! Eles, ao longo do tempo, usaram primeiro e apenas, facões. Depois, facões, arcos e flechas. Em seguida, facões, arcos e flechas e armas de fogo obtidas em algumas unidades. E hoje, sabe o que usam? – Chegam a clarear o ambiente, quando querem atacar nas noites. Existe pelo menos uma pistola de tiro ambientador com clarão em ambiente nocturno avermelhado, por alguns minutos e só este objeto, nem a Renamo e nem as Forças de Defesa, usaram-nas, nas guerras passadas. Portanto, precisariam de várias reciclagens práticas e teóricas, muito antes de assumir o comando.

Na guerra de Cabo Delgado, nenhum tropa vai a linha de fogo, sem primeiro, comunicar a vários dos seus superiores hierárquicos. E esse superior hierárquico, tem sempre mais um outro superior hierárquico. Motivos pelos quais, os tamarinhos chegam até as aldeias, antes de haver resposta. São raras as vezes que se vai caçar aqueles homens. E eles já o sabem! Quero dizer, na Renamo, cada homem era autônomo. Cada "ranger" actuava por conta própria. Não vou acreditar que os "rangers" iriam se misturar para esperar algum apito. E caso o fizerem é indisciplina e merece punição.

Bom, como a ideia é sim, dar conselho ao Presidente da República, aos Moçambicanos de que, este é o melhor caminho para a vitória na guerra eminente, quereria fazer-lhe um desafio no qual, peço que concorde comigo:

1 – Peça que os "rangers" actuem e controlem único Distrito desta Província, com exceção de Palma. Palma é ainda, ovo de ouro e pé responsabilidade do Estado.

2 – Na mesa de debates, peça a Sua Excelencia Sr. Presidente para entregar cada um dos outros Distritos, à um daqueles voluntários que (ainda) quer "ajudar" Moçambique. Portanto, evacuam os actuais e redefinem-se os posicionamentos, depois de um convívio de 15 dias, em reconhecimentos e testemunhos.

Houve aumento salarial por combate no seio de insurgentes

Já era do conhecimento público e o Pinnacle News já havia avançado que no seio de insurgentes, o pagamento por cada combatente em ação era de 100 mil Meticais.

Segundo novas fontes que viram-se raptadas durante o ataque de Palma e recentemente libertas por motivos diversos, revelaram ter acompanhado sessões de pagamentos salariais do combate de Palma e descrevem que qualquer combatente que tenha voltado ileso recebeu o prémio de 120 mil Meticais, dinheiro redistribuído líquido e em moeda nacional para todos os combatentes e independentemente da idade. Para combatentes que tenham contraído ferimentos profundas em pleno combate, recebiam 240 mil Meticais, portanto, o dobro. Com este dinheiro, fazem-no circular entre insurgentes para uma espécie de tráfico de bens e pessoas. – Texto ser escrito e publicado pelo Pinnacle News, nas próximas edições.

As mesmas fontes avançam que há inúmeras crianças-soldados no seio de insurgentes e que abraçam armas de fogo todo o dia. Na óptica das nossas fontes, são crianças nativas raptadas ao longo de todo o período em que a guerra prevalece e com idades iguais ou superiores a 11 anos. As mesmas são também instruídas a dormirem / repousar de dia e circular nas noites, a rezar, memorizar o alcorão, a usar linguagem de gíria e provavelmente exercícios militares, longe do olho dos reféns comuns.

Conheça algumas palavras e linguagem em uso, no seio deles e traduções aproximadas:

Kaidhu = Chefe

Ngulue (porco) = militar governamental

Medicamento = arma

Carregador de balas = Galão

Água = Munições

In https://pinnaclenews.net/houve-aumento-salarial-por-combate-no-seio-de-insurgentes/

A França vai impor as suas forças em Cabo Delgado para que a Total regresse?

Em Paris, Filipe Nyusi deverá oferecer garantias de segurança "furadas" a França para que a petrolífera regresse a Cabo Delgado. Mas Macron poderá impor a presença de forças francesas como condição. Haverá meio termo?

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, rumou este domingo, (16.05), a França numa visita de trabalho a convite do seu homólogo francês Emmanuel Macron. Nyusi vai participar na Cimeira sobre Financiamento das Economias Africanas marcada para esta terça feira, 18, em Paris.

O regresso da petrolífera francesa Total a Cabo Delgado e as condições operacionais na exploração do gás deverão dominar o encontro entre os presidentes moçambicano e francês à margem da cimeira França-África.

No Palácio do Eliseu, Filipe Nyusi terá de jogar um trunfo para que possa continuar a sonhar grande às custas do gás. Mas terá o Presidente de Moçambique, de facto, um trunfo na manga para trazer a Total de volta?

"A única coisa que Moçambique poderá oferecer é que as condições de segurança na zona de exploração do gás possam ser melhoradas. Porém, está já compreendido que não possui recursos e nem forças militares que garantam a Total, e a Total deve conhecer a situação no terreno e das Forças de Defesa e Segurança (FDS) muito bem, e não estão em condições de o fazer", explica o economista João Mosca.

Segunda oportunidade a Moçambique?

Moçambique já tinha dado garantias de segurança a França que não conseguiu cumprir. E o ataque terrorista de 24 de março contra Palma, região próxima da exploração de gás pela Total, foi a maior prova da incapacidade de Moçambique obrigando a petrolífera a abandonar temporariamente o país.

Moçambique vai merecer uma segunda chance da França, mesmo diante das evidências? Para o especialista em paz e segurança da Universidade Joaquim Chissano Calton Cadeado, "a França está no seu direito de duvidar porque já viu essas condições serem testadas com o último ataque a Palma”.

"Mas desta vez é preciso saber o que o Governo moçambicano tem a mais de diferente [para oferecer]. E se calhar, como o Governo moçambicano conseguiu fazer uma contraofensiva para reocupar Palma em tão pouco tempo, talvez isso possa abrir um sinal de oportunidade para Moçambique receber algum grau de confiança da França", acrescenta.

Mas no encontro não será Moçambique apenas a "jogar as suas cartadas", a França também tem as suas. A Total arrisca-se a pôr em causa investimentos de grande envergadura. Deverá Paris impor, como condição para o regresso da sua petrolífera, a presença de forças militares francesas no norte de Moçambique? O especialista é categórico na sua resposta:

"Sem dúvidas que essa é uma moeda de troca que os franceses podem usar e já usaram antes. Sublinho, onde existe negócio de hidrocarbonetos tem de existir negócios de segurança, estes dois atuam como irmãos gémeos, onde vai um vai outro".

Quem vencerá o "braço de ferro"?

Os cenários deixam evidente um "braço de ferro" que não deverá garantir vitória fácil para o considerado elo mais fraco. Assim, a curto trecho, a Total não deveria regressar, como Moçambique anseia, se a falta de cedência dominar o encontro entre Filipe Nyusi e Emmanuel Macron.

"Mas a Total tem muito interesse em fazer este jogo de charme diplomático e económico - não quero usar a palavra 'chantagem' -, para colocar pressão do lado de Moçambique no sentido de agilizar a discussão para que facilite o seu retorno das operações que vão levar à exploração de gás", sublinha Cadeado.

Governo moçambicano diz que Pretória tem sido ‘grosseiramente irracional’ na detenção de Manuel Chang por mais de 28 meses

O governo moçambicano lançou um pedido no Supremo Tribunal de Joanesburgo para uma ordem obrigando o Ministro da Justiça Ronald Lamola a extraditar o ex-ministro das finanças moçambicano Manuel Chang “sem mais demora”.

Maputo reclama que a África do Sul violou o direito de Chang à justiça, mantendo-o na prisão por quase 29 meses, esperando a extradição de volta para Moçambique ou para os EUA para enfrentar acusações de corrupção e fraude decorrentes de um golpe de empréstimo de US $ 2 bilhões em Moçambique em 2013 e 2014 .

Leia aqui Governo moçambicano diz que Pretória tem sido ‘grosseiramente irracional’ na detenção de Manuel Chang por mais de 28 meses (cartamz.com)

 

NOTÍCIAS de Maputo 17.05.2021

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Demagogos

Por Francisco Nota Moisés

A DERROTA DE FELIPE NYUSI E DA SUA FRELIMO

Filipe Nyusi: Moçambique não consegue "sozinho, erradicar o terrorismo" (3) 

Por Francisco Nota Moisés 

Sabio said... "Há muito tempo, quando escrevia que o Dhlakama não deveria confiar na Frelimo, eu a bem, não acreditava nas suas palavras. Chegou o tempo que percebi, eu, que a Frelixo como uns dizem, não presta para nada. Mente muito mesmo a saber que não tem nenhuma margem de manobra. Que nojo!"

Muito boa observação esta do comentador Sabio que não acreditava no que eu dizia sobre Dhlakama e a conclusão a que ele chegou depois de verificar os factos.  Era exactamente este tipo de investigação e análise que Sócrates na Grécia de Antiguidade encorajava que as pessoas fizessem para evitar o que os sofistas e demagogos diziam para impor o seu pensamento retorico, limitar e controlar a capacidade cogitativa dos populares.

Os demagogos da Frelimo, leia-se aqui como os mentirosos e propagandistas da Frelimo, pertencem a uma casta muito inferior a dos sofistas e demagogos gregos da Antiguidade que não faziam recurso ao uso da violência bruta e gratuita contra os populares do seu tempo que não concordavam com eles. Para a Frelimo, se alguém não aceita a sua propaganda, o individuo em causa já não merece viver. Foi assim que os tiranos da Frelimo condenaram e executaram milhares do nosso povo sem acusação formulada nem julgamento formal.

Dhlakama era um grande combatente, mas, infelizmente, ele exibia a sua própria forma de ditadura baseada na promoção do culto da sua personalidade. Toda a gente com ele na Renamo incluindo os seus comandantes e generais eram miúdos. Na sua mente ele era o igual do Chissano, do Guebuza e mais tarde do Nyusi. Estes frelimistas eram as pessoas que ele escutava e com quem concordava sobre os assuntos políticos de Moçambique. Aqueles frelimistas não o respeitavam e não respeitaram nenhum acordo que ele concluiu com eles e, a mais, procuravam matá-lo. 

E agora os frelimistas tem no seu bolso o tal Ossufo Momade que algures na Internet alguém chamou MAFUTA  para dizer BANHA ou o GORDUCHO, tendo o individuo dito que ele era gordo visto que era o mais rico de Moçambique, subentendidamente mais do que o Guebuza ou Nyusi das dividas ocultas.  

Satisfeito que depois de não aceitar o que eu dizia, as observações do Sabio fizeram lhe ver a justeza do meu ponto de vista e ele agora vê que o problema principal que temos em Moçambique é a falta de dirigentes sérios com os interesses do povo nos seus corações e com capacidades cognitivas. Uns só sabem mentir e outros só sabem vender-se. Nyusi e a Frelimo mentem a tempo pleno e Ossufo Momade é um incompetente que somente quer servir os seus próprios interesses.

Moçambique está no alto mar [Elementos de Autocritica]

Por ten-coronel Manuel Bernardo Gondola

Moçambique está no alto mar ou mar alto, porque zonas dos mares e oceanos que não estão sujeitos à jurisdição de nenhum Estado;

Está no mar alto ou alto mar, porque a liberdade de navegação é reconhecida a todos os Estados costeiros ou não;

Está no mar alto, porque o princípio universalmente admitido da liberdade implica a liberdade de navegação e sobrevoo;

Estamos no alto mar, porque a liberdade de instalar cabos e oleodutos;

Estamos no mar alto, porque a liberdade de pesca e de pesquisa científica;

Estamos no alto mar, porque a liberdade de criar Ilhas artificiais e de se entregar a qualquer outra actividade autorizada pelo Direito Internacional.

«Moçambique está no mar alto.» [Július.K. Nyerere].

Manuel Bernardo Gondola

Em Maputo, aos [17] de Maio 20[21]

MOZAMBIQUE News reports & clippings 545 - part 1 - 16 May 2021 Editor: Joseph Hanlon

Reportagem especial‎

‎Que futuro para o gás Cabo Delgado?‎

‎ ‎‎Parte 1‎

‎ - segurança ‎‎ ‎‎ ‎‎

‎‎+ Lloyds chama‎ CDg costa‎ de um‎ risco de terrorismo‎‎ ‎‎

+ Uma zona de segurança terrestre

 + Múltiplos jogadores estrangeiros

+ A próxima Somália ou Líbia? ‎‎ ‎‎ ‎

‎ ‎‎A parte 2 deste relatório - mercado + clima - será distribuída terça-feira (mas já está no pdf)‎‎ ‎‎ ‎‎ ‎‎ ‎

‎ ================

‎Parte 1 - Segurança‎‎ ‎‎ ‎‎ ‎

‎A segurança estará no topo da agenda quando o presidente Filipe Nyusi se encontrar com o presidente francês Emmanuel Macron na terça-feira (18 de maio) em Paris. Também em Paris estará Antonio Costa, que é primeiro-ministro português e presidente do Conselho da União Europeia (UE), e provavelmente também se reunirá com Nyusi. Mas suas agendas serão muito diferentes. Macron quer que Nyusi concorde com um cordão de segurança francês para que a Total possa voltar para Afungi. Costa quer soldados portugueses em Moçambique, de preferência sob um guarda-chuva da UE. A declaração de força maior da Total e sua retirada completa da Afungi significa que ela não espera voltar em breve - definitivamente não este ano. ‎‎ ‎

‎Mas tem que voltar dentro de dois anos. Mais do que isso exigirá a renegociação de contratos - com compradores, empreiteiros e o governo de Moçambique, e um atraso na produção para 2026 ou 2027 exigirá repensar se há ou não um mercado de longo prazo para o gás (discutido na parte 2 deste relatório especial). ‎

‎O que a Total decide determina o que aconteceu com o outro grande bloco de gás (área 4), que é administrado pela Exxon Mobil (com uma participação de 28%). ‎

‎A Exxon adiou repetidamente sua decisão final de investimento, agora adiada para 2023, e não concordará antes que a Total volte ao trabalho. A Área 4 tem o único investimento de gás da China em Moçambique; A China National Petroleum Corporation (CNPC) tem uma participação de 12%. O boletim ‎‎Informativo China-Lusophone Brief ‎‎(30 mar) diz que este investimento agora está empobrecido. Então, o que acontece nos próximos dois anos determina o futuro não apenas da Total, mas da Exxon e de seus parceiros também. ‎

‎Nenhuma quantidade de assistência militar internacional criará, dentro de dois anos, uma força de combate que possa combater a ‎ insurgência. Dois outros fatores complicam o apoio externo. É provável que a intervenção estrangeira provoque uma resposta do Estado Islâmico para fornecer armas e treinamento aos insurgentes. E a luta já está em andamento entre facções na Frelimo sobre as próximas eleições de 2024. A política e a economia de Cabo Delgado, a polícia e os militares, e a guerra em si já estão envolvidos na amarga luta interna. Assim, a guerra parece provável que aumente e continue até que um novo presidente esteja em vigor em 2025. ‎

‎Depois de ser enganado pelo presidente Nyusi em março sobre a capacidade das forças de defesa moçambicanas de proteger Palma e Afungi, Macron provavelmente dirá a Nyusi que a Total só voltará se a França tiver o controle completo de uma grande zona de segurança. Isso será difícil para a Frelimo engolir e haverá atraso, mas eles querem o dinheiro do gás e eventualmente concordarão - especialmente se houver outro ataque bem sucedido em Palma. ‎

Isso, por sua vez, divide a zona de guerra em Palma-Afungi-offshore, controlada pela França, e o resto de Cabo ‎Delgado. Abaixo, olhamos primeiro para a zona francesa (considerando separadamente fora e em terra) e, em seguida, para o papel emergente das forças estrangeiras. ‎

STV-Pontos de Vista 16.05.2021(video)

Não editado pela STV-SOICO

Cabo Delgado: A Insurgência Esquecida da África(voz) (2)

Por Francisco Nota Moisés

Cabo Delgado: A Insurgência Esquecida da África(voz)

Ouça aqui(inglês)

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O principio desta conversa que inclui Dyck, o tal chefe dos mercenários rodesio-sul africanos, saturou me com a sua cantiga de alegações tomadas da Frelimo contra os rebeldes.  Até disseram que os rebeldes, uns 100 deles, quando atacaram Palma no dia 24 de Março, estiveram vestidos de roupa negra para insinuar que os rebeldes islamitas. Esta conversa repetiu a velha canção de que os rebeldes decapitam membros da população. Os rebeldes do Norte não vão nisto.  E é também ingénuo atribuir a responsabilidade somente aos rebeldes pela confusão e fuga dos populares quando os rebeldes, que parecem ser os que só estão na ofensiva enquanto a soldadesca da Frelimo está permanentemente na defensiva e encurralada nas suas trincheiras.

Mas quando balas começam a voar, pessoas fogem e correm por todas as partes, umas terminando no lado da Frelimo e outras nas zonas libertadas dos rebeldes. Impressiona-me saber que os rebeldes se referem as suas zonas como zonas libertadas, mas, infelizmente, pelos vistos, eles não emitem declarações. Declarações que aparecem de vez em quando, como a ameaça de dinamitar as residências e escritórios dos representantes diplomáticos em Maputo são inventadas pela Frelimo como forma de incitar e forçar os países estrangeiros, particularmente os países ocidentais, para agirem militarmente.  

Mas os militares dos países ocidentais, treinados para guerras convencionais, provam ser tigres de papel ou chui wa karatasi (leopardos de papel) na tradução nyererista em Swahili, quando se envolvem em guerras de guerrilha.  Nyerere estava tão encantado pelo camarada Mao Tsé-Tung a ponto de pensar que podia inculcar pensamentos asiáticos no seu povo. Africa não tem tigres, embora vi dois numa secção do Parque de Nairobi no Quénia nos anos de 1980, mas esses tinham sido trazidos da Ásia, possivelmente da India, com a qual então o Quénia entretia melhores relações do que com a China comunista. Enquanto a propaganda escrita maoista era proibida no Quénia e um refugiado moçambicano de nome Nkamate foi encaraboiçado por um mês por ser encontrado na posse da propaganda maoista, na Tanzânia de Julius Nyerere e em Uganda de Milton Obote a literatura maoista era vendida ou distribuída de graça.  

Todavia, a conversa torna-se mais e mais curiosa quando os  participantes se debruçam sobre as causas da guerra em Cabo Delgado. Nenhum deles falou do Estado Islâmico e disseram mesmo que os Al Shababes da Somália não estão implicados no conflito e reiteraram que não havia evidencia de forasteiros no conflito. Atribuíram as causas do conflito a falha do regime da Frelimo e à ganancia incontrolável dos seus dirigentes, adiantando que a Frelimo puxou os populares de Cabo Delgado aos extremos, arrancando lhes as suas terras para servir  companhias estrangeiras e os grandes da Frelimo e os seus generais; expulsando e maltratando os garimpeiros. Falam da corrupção total dos dirigentes frelimistas, realçando que nada filtra para os populares.

Enfatizaram que os recursos de Cabo Delgado só servem e são controlados pela elite da Frelimo, elite esta que impediu os locais que cortavam a madeira para vende-la diretamente aos chineses para ela obter o dinheiro dos chineses.

Disse-se que havia forasteiros que vinham doutras partes da Africa para tentarem fazer fortuna nas minas dos rubis e doutras pedras preciosas na região de Montepuez.  Sabe-se, porem, que a polícia da Frelimo maltratou muitos tanzanianos, tendo morto alguns, arrancado o seu dinheiro e violado as suas esposas.  E isto aconteceu antes da guerra da resistência dos rebeldes em 2017, o que forçou o governo da Tanzânia a estabelecer programas de ajuda aos seus desterrados de Moçambique, segundo vídeos no YouTube.  

Daí que os tanzanianos parecem agora não estar interessados a socorrer a Frelimo na sua angustia causada pelas derrotas que os rebeldes lhe inflige.

STV-Jornal da Noite 16.05.2021(video)

Não editado pela STV-SOICO

Cadernos Literários de 30 de Abril de 2021 - Nº 39

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Público(Lisboa) 16.05.2021

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Domingo Maputo 16.05.2021

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Cabo Delgado: A Insurgência Esquecida da África(voz)

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In East and Southern Africa Risk Bulletin #17 | Global Initiative

Sporting entrou em campo no dérbi deste sábado, em casa Benfica, com 'Cabo Delgado' inscrito nas costas das camisolas

“A equipa principal de futebol do Sporting vai entrar em campo no dérbi deste sábado, em casa Benfica, com 'Cabo Delgado' inscrito nas costas das camisolas dos jogadores em vez dos seus nomes.

Os ‘leões’ têm como objetivo alertar e sensibilizar todos para os graves acontecimentos que têm afetado aquela região de Moçambique”, lê-se num comunicado do novo campeão nacional.

 

STV-Noite Informativa 15.05.2021(video)

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STV-Jornal da Noite 15.05.2021(video)

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Cabo Delgado: Prevalecem dúvidas sobre a intervenção estrangeira no combate ao terrorismo

As declarações do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi no encontro com embaixadores em Maputo, não acolhem consenso entre analistas, uns considerando que não foram de bom tom e outros afirmando que o Chefe de Estado teve como base as informações que tem relativamente à intervenção internacional no conflito em Cabo Delgado.

O Presidente Nyusi considerou "injustas" afirmações de "alguns círculos" de que o país tem recusado apoio para o combate aos grupos armados que actuam na província de Cabo Delgado, sustentando que estão em curso acções de cooperação com vários países na luta contra a violência, realçando, no entanto, que Moçambique não precisa de meninos de recados.

O político José Manteigas, da Renamo, diz que isso não constitui verdade, porque "por argumentos pouco defensáveis, se recusou a aceitar esse apoio, e quando estão a morrer cidadãos às centenas se não aos milhares, nós achamos que o Estado moçambicano devia, muito cedo, ter aceite a abertura da comunidade internacional e pessoas de boa fé que quiseram ajudar a travar esta onda de assassinatos"

Por seu turno, o investigador João Feijó diz que o Governo continua não muito aberto à ajuda internacional, e nega alegações de que a Troika da SADC adiou uma reunião sobre a situação em Cabo Delgado.

Referiu que "o que foi feito foi um arranjo para disfarçar a falta de vontade política por parte do Governo de Moçambique para aceitar uma proposta da SADC sobre a situação em Cabo Delgado".

O brilho e o crepúsculo de África

Olhar o Sul

Manuel Ennes Ferreira [email protected]

Com o boom do preço das matérias-primas  ao  longo  da  primeira  década deste  século,  os  efeitos na  economia  de  inúmeros  países  africanos  gerou  uma  onda  de entusiasmo  como  nunca  se  vira.

Foi  o tempo do Africa Rising destacado  em  revistas  de  prestígio (destaque-se o “The Economist”), passando por estudos e relatórios de  consultoras  e  organizações internacionais  e  pela  academia e  políticos. 

Contudo,  a  segunda década  e  os  problemas  estruturais  internos  desses  países  conjugados  com  as  crises,  primeiro nas  matérias-primas em  2014  e, depois,  já  no  início  desta  década, da  pandemia  da  covid-19  foram refreando  o  entusiasmo anterior.

Em contrapartida,  desde  os  anos 90  do  século  passado  e  de  forma mais  persistente  ao  longo  deste  século,  a  Ásia,  quer  o  Sudeste asiático  quer  a  Ásia  do  Sul,  mantiveram-se como foco de atenção, considerando-se  estar  a  ser,  e  em tendência  cada  vez  mais  acentuada,  o  centro  da  dinâmica  do crescimento económico mundial.

Um exemplo simples dessa perceção  é  a  concretização  da  recente Cimeira  UE-Índia  no  Porto  e  durante  a  presidência  portuguesa.

Não houve cimeira  UE-África,  mas houve  com a Índia... rei  posto,  rei  deposto Foi  amplamente  destacado  que o  acordo  alcançado  é  um  virar de  página,  é  uma  afirmação  da importância daquele país asiático no  presente  e  no  futuro  e  outras cantigas  de  embalar. 

De  forma persistente,  já  ninguém  pensa duas  vezes  ao  afirmar  que  este século,  e  não  apenas  as  próximas décadas,  é  da  Ásia. 

No  entanto, desde  2019  que  se  preparavam as  condições  para  a  realização  da 6º  Cimeira  UE-África  em  2020, no mínimo durante a presidência alemã, na pior das hipóteses  no primeiro semestre deste ano com a  presidência  portuguesa.

 Viu--se.  E num cenário tão assustador quando  se  consideram  os  efeitos que  a  pandemia  irá  ter  em  todos os  países,  e  muito  especialmente  nos  países  africanos,  alguns factos  falam  por  si. 

Tomo  de  empréstimo  o  artigo  de  Teresa  de Sousa no “Público” desta semana e  sem  comentários:  “Macron  e Ursula  von  der  Leyen  foram  dois dos protagonistas mais visíveis do lançamento  da  iniciativa  Covax, no  âmbito  da  OMS,  cujo  objetivo inicialmente  fixado  era  distribuir dois  mil  milhões  de  vacinas  em 2021,  particularmente  nos  países mais  pobres,  e  imunizar  27  por cento  da  sua  população. 

A  União começou  por  ser  o  seu  principal financiador,  com  um  donativo de  2,5  mil  milhões  de  euros”... “Quantas  vacinas  já  disponibilizou  a  União  para  a  Covax?  Até  à data,  zero”... 

“Das  1,1  mil  milhões de  vacinas  já  inoculadas  no  mundo, 18 milhões couberam a África. Quase  todas  vieram  da  China  ou da  Índia”.  Ou  seja,  num  piscar de  olhos  Africa  Rising/African Twilight.

PÚBLICO(Lisboa) – 14.05.2021

A DERROTA DE FELIPE NYUSI E DA SUA FRELIMO

Por Francisco Nota Moisés

Filipe Nyusi: Moçambique não consegue "sozinho, erradicar o terrorismo" (2)

"No encontro anual com o corpo diplomático, o Presidente disse que o país acolheu o interesse internacional em Cabo Delgado, prometeu ação contra violações dos direitos humanos e defendeu o diálogo com a Junta Militar."

A passagem acima citada diz tudo. Não contem códigos a decifrar. Tudo esta em claro. Felipe Nyusi esta abatido e sente-se derrotado perante as situações militares no Norte principalmente e também no centro de Moçambique onde as forças do rebelde Mariano Nhongo não faleceram como ele tinha declarado que a Junta militar estava na fase da morte.  Mas a Junta militar lhe fintou e deu-lhe um golpe traseiro com a sua actuação na província de Tete.

Nyusi anda em desespero de causa com a situação no Norte principalmente depois da derrocada da sua soldadesca em Palma, que os rebeldes investiram no dia 24 de Março do ano corrente e lá se repimparam ao seu belo prazer e se retiraram quando acharam que tinham conseguido os seus objetivos iniciais. E eles continuam a mocimboapraiar Palma. Mocimboapraiar é palavra da minha invenção para dizer atacar uma posição repetidamente antes de tomá-la de vez. 

As forças da Frelimo estão encurraladas lá no Afungi donde os bravos franceses, seguidos por americanos e italianos, saíram a correr como alguns gatos apavorados ao ladrar de cães. Mas a presença da soldadesca nyusista em Afungi é tenua. Uns tiros dos rebeldes podem meter aquela soldadesca num pânico do diabo.

Humilhado como um rato que tombou num buraco de água fria, Nyusi está agora a estremecer com o frio congelador da sua derrota. Daí que apela a outros países para o salvar e resgatar o seu regime do abismo para o fundo do qual estão descendo em queda livre.

E agora parece não ser o mesmo Nyusi que dava ultimatos aos rebeldes do Norte e do Centro para se renderem antes que fosse muito tarde. E ele agora a gritar como um homem perdido no deserto para ser resgatado da fome, sede e morte que a vastidão do deserto enquadra e encarna. 

Custa-me acreditar que seja o mesmo Nyusi, operador de esquadrões da morte, que fala agora de proteger os direitos humanos dos moçambicanos.  Ele esquece-se que os seus esquadrões raptam e assassinam membros da Renamo que Ossufo Momade lhe entregou numa bandeja de pau preto e os seus assassinos raptaram e raptam familiares dos seus oponentes como fizeram com a família do André Matade Jr. e do rebelde Mariano Nhongo para forçá-los a desistir da sua resistência.

Espero que os patriotas moçambicanos de armas na mão no Norte e no centro contra o regime tirano e terrorista da Frelimo não se deixarão aldrabar com as palavras enganadoras do Nyusi. Que Mariano Nhongo e os seus rebeldes não se desarmarão para Nyusi os liquidar mais tarde.

Felizmente, e muito felizmente mesmo, os rebeldes do Norte, que incluem muçulmanos, são homens de princípios e não serão enganados por Nyusi e os "seus infiéis e inimigos do Allah" que no passado profanaram mesquitas e continuam a menosprezar o Islão, uma das grandes religiões da humanidade. 

A quem pertence a barcaça de produção de electricidade em Nacala?

Turkey’s Karpowership shuts down power to Lebanon | Business and Economy News | Al Jazeera

https://www.aljazeera.com/news/2021/5/14/turkeys-karpowership-shuts-down-power-to-lebanon

Esta é a mesma empresa que tem a barcaça em Nacala a vender a energia a preço caríssimo e a poluir a bela baía de Nacala.

Está na hora da Karpowership ir embora é uma bolada da EDM dos Frelimos, os milhões de usd gastos com a bolada da Karpowership, já eram suficientes para construir a central solar de 100 ha junto ao aeroporto de Nacala e esses são empregos para os Nacalenses e ficam durante 25 a 30 anos.

Não precisamos de mais Turcos em Nacala, negócios das Arábias que fiquem lá nas Arábias.

(Recebido por email)

NOTA: Alguém sabe por quanto fica à EDM o MW produzido por esta barcaça?

Lutero Simango(MDM) - Discurso de encerramento na Assembleia da Republica Maio de 2021

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Semanário Savana nº 1427 de 14.05.2021

 

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Jornal Ponto por Ponto nº 36 de 13.05.2021

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Download Ponto por ponto nr 36 13.05.2021

STV-Jornal da Noite 14.05.2021(video)

As desculpas pela falta dos minutos iniciais. Não editado pela STV-SOICO

Paragem dos projectos de LNG mostra que Moçambique é seguro para investimento?

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Paragem dos Projectos de LNG Mostra que Moçambique é Seguro Para o Investimento? • (diarioeconomico.co.mz)

Emmanuel Macron encontra-se com João Lourenço e Filipe Nyusi em Paris

Os líderes de Angola e Moçambique vão estar na próxima terça-feira em Paris para uma reunião sobre o futuro das economias africanas e terão reuniões bilaterais com o Presidente francês.

Este evento conta ainda com a presença do primeiro-ministro português, António Costa.

João Lourenço, Presidente angolano, e Filipe Nyusi, Presidente moçambicano, estão entre os cerca de 15 líderes africanos que na terça-feira vão estar em Paris para discutir o financiamento da dívida africana e o futuro do setor privado no continente.

No entanto, estes líderes lusófonos vão receber atenção especial por parte do Eliseu, encontrando-se na manhã de terça-feira a sós com o Presidente Emmanuel Macron, em duas reuniões separadas.

Na agenda bilateral do encontro entre Macron e Filipe Nyusi está a situação em Cabo Delgado e os planos de coordenação entre os países vizinhos para fazer face ao terrorismo naquela região, assim como as diversas ofertas de ajuda por parte de Portugal, Estados Unidos e França, segundo fonte do Eliseu.

A situação na vila de Palma afetou os interesses financeiros da França na região, já que a gigante francesa Total preparava-se para investir cerca de 20 mil milhões de dólares num megaprojeto de exploração de gás natural da bacia do Rovuma, no Norte de Moçambique. A empresa francesa abandonou por tempo indeterminado este projeto e tem estado a cancelar todos os contratos no terreno.

Também António Costa vai marcar presença em Paris na terça-feira, fazendo valer os seus dois chapéus de primeiro-ministro de Portugal, mas também de presidente do Conselho da União Europeia.

Outros líderes europeus como o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, ou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, vêm também até Paris para estar com os seus homólogos africanos.

Já a chanceler alemã, Angela Merkel, vai seguir a reunião através de videoconferência, assim como o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

A França decidiu juntar a esta ocasião uma conferência de apoio à transição sudanesa na manhã de segunda-feira, onde vão estar presentes os principais atores da região.

Na noite de segunda-feira, o Presidente Emmanuel Macron vai acolher os líderes africanos no Palácio do Eliseu para um jantar e a conferência vai acontecer na tarde de terça-feira, no Grand Palais Ephemere, construído junto à Torre Eiffel, enquanto o Grand Palais original está em obras.

In https://www.noticiasaominuto.com/mundo/1752964/emmanuel-macron-encontra-se-com-joao-lourenco-e-filipe-nyusi-em-paris

Brancos resgatados diante de negros em Palma: Anistia

O grupo de direitos alega no relatório citando sobreviventes de que empreiteiros brancos foram transportados para um local de segurança diante dos negros locais após o ataque de março à cidade moçambicana.

Empreiteiros brancos foram priorizados para evacuação à frente de moradores negros durante uma operação de resgate após um ataque em março por um grupo armado conhecido localmente como al-Shabab na cidade moçambicana de Palma, de acordo com a Anistia Internacional.

Em um relatório compilado a partir de entrevistas com 11 sobreviventes negros, a Anistia acusou na quinta-feira que até cães foram puxados para a segurança diante de negros por um helicóptero que transportou civis de um hotel onde eles haviam procurado refúgio.

Cerca de 200 pessoas, principalmente funcionários públicos e estrangeiros que trabalham em um projeto de gás próximo, abrigaram-se no Hotel Amarula Palma durante o ataque a Palma que começou em 24 de março.

A Anistia disse que havia cerca de 20 trabalhadores brancos entre o grupo escondidos no hotel à beira-mar.

"Enquanto os empreiteiros brancos eram priorizados para serem transportados em segurança, os negros foram deixados para se defenderem sozinhos. Depois que a maioria dos empreiteiros brancos e alguns cidadãos negros bem-militares – entre eles o administrador de Palma – foram resgatados, aqueles deixados para trás tentaram fugir por comboio terrestre" mas foram emboscados por al-Shabab, disse a Anistia.

Deprose Muchena, diretora regional do cão de guarda dos direitos para o leste e sul da África, disse que "estas são alegações alarmantes de que o plano de resgate foi racialmente segregado".

"Abandonar as pessoas durante um ataque armado simplesmente por causa da cor de sua pele é racismo, e viola a obrigação de proteger os civis", disse ele, acrescentando que para o gerente do hotel "escolher resgatar seus cães em vez de pessoas também é extremamente chocante".

Um sobrevivente disse à Anistia que "não queríamos que todos os brancos fossem resgatados, porque sabíamos que se todos os brancos saíssem, seríamos deixados lá para morrer. Ouvimos eles falando sobre o plano de pegar todos os brancos e deixar" o povo negro.

Filipe Nyusi: Moçambique não consegue "sozinho, erradicar o terrorismo"

No encontro anual com o corpo diplomático, o Presidente disse que o país acolheu o interesse internacional em Cabo Delgado, prometeu ação contra violações dos direitos humanos e defendeu o diálogo com a Junta Militar.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse esta quinta-feira (13.05) que o país não vai conseguir, "sozinho, erradicar o terrorismo", porque se trata de um fenómeno que não respeita fronteiras, agradecendo a ajuda internacional.

"Nós, em Moçambique, reconhecemos que sozinhos não conseguiremos erradicar este flagelo, daí que acolhemos com agrado a manifestação de solidariedade e interesse em apoiar-nos nessa luta", declarou Nyusi. O chefe de Estado falava por ocasião do encontro anual com o corpo diplomático acreditado em Maputo.

"O terrorismo, mesmo que atue num determinado local, é um fenómeno global cuja propagação não respeita as fronteiras de um país, região ou continente, por isso, o seu combate, sendo responsabilidade primária de cada Estado diretamente afetado, exige esforços coordenados e cooperativos de todos os países", acrescentou.

O Presidente moçambicano considerou "injustas" afirmações de "alguns círculos" de que o país tem recusado apoio para o combate aos grupos armados que atuam na província de Cabo Delgado, sustentando que estão em curso ações de cooperação com vários países na luta contra a violência.

O chefe de Estado destacou ainda o imperativo da capacitação e modernização das Forças de Defesa e Segurança (FDS) para estarem à altura dos desafios à soberania nacional.

Filipe Nyusi assegurou que o Estado moçambicano não vai permitir que o seu território se torne num "santuário do terrorismo", prometendo todo o empenho necessário para o combate aos grupos armados.

O Presidente moçambicano considerou prioritária a assistência humanitária aos deslocados e vítimas da guerra em Cabo Delgado, através da prestação de apoios que permitam a sobrevivência aos afetados. "A nossa maior lamentação, em todas as incursões terroristas, tem sido a perda de vidas humanas. Economia e negócios, sim, mas, em primeiro lugar, a vida humana", destacou.

"Agir" e "responsabilizar" contra violações

O Presidente moçambicano disse ainda que as autoridades vão agir contra os abusos aos direitos humanos, lembrando que o país é signatário de tratados internacionais sobre o respeito da dignidade da pessoa humana. Face a "qualquer coisa que estiver contra os direitos humanos e não imaginária, nós vamos agir, vamos responsabilizar", afirmou Filipe Nyusi.

"Enquanto signatários da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o nosso país tem o dever de se pautar, na sua conduta, pelo respeito escrupuloso deste instrumento supranacional e de demais [normas] que velam sobre a mesma matéria", acrescentou.

Saída de subcontratadas da Total mostra que Moçambique é inseguro para investimento, dizem analistas

Duas empresas retiraram o equipamento para as ilhas Mayotte

Em Cabo Delgado, pelo menos, duas empresas subcontratadas pela Total para o seu projecto de gás natural liquefeito começaram a desmontar e remover a infraestrutura em Palma, o que para analistas é má notícia, porque Moçambique é visto como um país inseguro para o investimento.

Retirada de subcontratadas da Total mostra que Moçambique é inseguro para o investimento, dizem analistas EMBED SHARE

Retirada de subcontratadas da Total mostra que Moçambique é inseguro para o investimento, dizem analistas

A informação é avançada pela imprensa internacional, que dá conta de que a firma francesa TechniPFMC encarregou a empresa sul-africana, Bridge Maritime de desmontar e retirar o equipamento para as ilhas Mayotte, no oceano Indico.

O presidente da Associação Moçambicana de Economistas, Pedro Cossa, diz que este é um "sinal complicado para os moçambicanos, porque o ataque a Palma mina o ambiente de negócios em Cabo Delgado".

Além da TechnipFMC, a Saipem, outra subcontratada da Total, estará também a retirar o seu equipamento da península de Afungi.

Insegurança

O analista João Feijó diz que perante a gravidade da ameaça, as companhias não tinham outras opções, acrescentando que "elas começam agora a equacionar os custos de manutenção que têm, e isso depois afecta todo o projecto, os empréstimos, os desembolsos e as receitas".

Realçou que as empresas estarão também a equacionar que, "provavelmente, não será uma solução a curto prazo, tanto mais que a situação continua insegura à volta de Palma, porque desde o ataque de 24 de Março, a situação não estabilizou e continua insegura".

Por seu turno, José Manteigas diz-se preocupado com o que considera silêncio do Governo moçambicano relativamente ao conflito em Cabo Delgado.

"O país está em guerra", afirmou aquele quadro sénior da Renamo, para quem "o Presidente da República devia accionar os mecanismos para decretar esta guerra".

Uma guerra que, segundo o jornalista Fernando Lima, o Estado moçambicano está a ter dificuldades em enfrentá-la, "o que pode gorar as expectativas de todo um povo em torno do projecto de exploração de gás natural, em Afungi".

Vontade política

Lima reiterou que "o Estado não consegue defender este projecto de 23 mil milhões de dólares para que o país possa ter acesso a todos os benefícios deste projecto, e isso mostra que há, de facto, limitações graves nas forças de defesa e segurança de Moçambique".

Anúncio de provável ataque deixa Mueda em pânico

A vila-sede do distrito de Mueda, norte da província de Cabo Delgado, viveu momentos de agitação e pânico, na tarde desta quinta-feira, após circular informações, segundo as quais os terroristas planeavam atacar aquele ponto do país.

Segundo as fontes, a mensagem referia que o local de entrada seria o bairro Rovuma, facto que levou dezenas de pessoas a abandonarem o local. Uma das fontes diz ter recebido a informação no mercado, tendo entrado em pânico.

Leia aqui Anúncio de provável ataque deixa Mueda em pânico (cartamz.com)

MOZAMBIQUE News reports & clippings 544 13 May 2021 Editor: Joseph Hanlon

‎ ‎Nesta edição‎

‎ ‎‎+ Liberdade‎ de imprensa sob‎ pressão

+ Perguntas sobre mudanças cambiais‎

‎ + Retirada do‎ Afungi TechnipFMC 'fake news'

+ Nota pessoal:

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‎ ‎‎Mídia sob ‎‎ ‎‎pressão‎

‎ ‎Embora a retórica permaneça a liberdade de imprensa, o governo está pressionando cada vez mais a mídia moçambicano e os jornalistas e restringindo a imprensa estrangeira. Regulamentos de mídia muito mais rigorosos foram apresentados no parlamento e há um apelo crescente por patriotismo e disciplina. E agora há uma proibição quase total da imprensa estrangeira e dos pesquisadores em Cabo Delgado. ‎

‎A contradição foi destacada pela instalação de novos membros do Conselho de Mídia (CNCS, Conselho Superior de Comunicação Social), órgão de vigilância criado pela constituição para garantir a independência da imprensa. A cadeira é nomeada pelo presidente, e Filipe Nyusi nomeou o proeminente jornalista Rogerio Sitoe, que foi demitido como editor do diário estatal ‎‎Noticias‎‎ em 2013 por ser muito franco. ‎

‎ Mas na instalação do CNCS em 12 de maio, o presidente Nyusi pediu disciplina, dizendo que "ter disciplina é relatar apenas a verdade, combater as notícias falsas e não incitar a violência e o ódio". ‎

‎Os jornalistas devem "tentar restaurar os valores sociais". No Dia da Liberdade de Imprensa de Moçambique, 3 de maio, Nyusi disse que o governo defendeu o "acesso responsável à informação", mas disse que a imposição de um "cartão profissional do jornalista" era para melhorar a "qualidade da atividade de imprensa". E no dia dos jornalistas moçambicanos (11 de abril), Nyusi enfatizou que os jornalistas devem reportar com "rigor, profissionalismo e patriotismo". Ele disse que "o jornalista moçambicano não deve ser um reprodutor de desejos contrários à nossa unidade". Mas houve fortes respostas, dizendo que o governo quer controlar a mídia e reivindica o direito de ‎definir palavras como "patriotismo", "unidade", "responsável" e "qualidade", Nyusi está falando "não do ponto de vista da necessidade de garantir a verdade e o pluralismo. ‎

‎Ele está fazendo uma avaliação do jornalismo que vem abordando temas que vêm prejudicando sua imagem", respondeu Ernesto Nhanale, do MISA-Moçambique (ramo moçambicano do Instituto de Mídia do Sul da África). O chefe de Estado define o bom jornalismo como "reportagens a favor do governo", argumenta Nanhale. ‎

‎O jornalista Fernando Lima acrescentou: "Qual é a unidade que devemos ter? Com os corruptos, com ladrões e os desonestos? Ou com as pessoas que querem desenvolvimento, que são corajosas, que não fogem da luta?" ‎

DW: A lei proposta restringe a liberdade de imprensa "Liberdade de imprensa em Moçambique sob pressão" foi a manchete de uma declaração da Deutsche Welle (DW), emissora internacional do governo ‎alemão. Esta é uma declaração forte e muito usual para um governo europeu. "Se o Parlamento adotasse as duas leis na sua forma atual, Moçambique se tornaria um dos mercados de mídia mais fechados da África", alertou Johannes Beck, chefe de português da DW para a África. ‎‎https://www.dw.com/en/press-‎‎liberdade em moçambique-sob-pressão/a-56962703‎‎ ‎

‎A declaração foi a resposta às audiências parlamentares de março sobre a proposta de lei de imprensa do governo. O texto completo está ‎‎https://bit.ly/MozComSoc‎‎. O MISA-Mozamique e o EISA (Instituto Eleitoral da África do Sul) expressaram grande preocupação na audiência pública de que as leis criminalizariam os jornalistas e restringiriam a liberdade de expressão e a imprensa. ‎

‎O projeto de lei dá ao governo controle total sobre a ‎ mídia. Jornalistas seriam obrigados a ter um cartão de imprensa emitido pelo governo. Jornalistas, diretores e editores teriam uma "responsabilidade criminal" pelo que é publicado. ‎

STV-Opinião no Feminino 13.05.2021(video)

Não editado pela STV-SOICO

STV-Noite Informativa 13.05.2021(video)

Não editado pela STV-SOICO

Semanário Zambeze nº 953 de 13.05.2021

Leia aqui

Download Zambeze 953 13.05.2021

STV-Jornal da Noite 13.05.2021(video)

Não editado pela STV-SOICO

Médicos sem Fronteiras: “Cabo Delgado é uma crise humanitária negligenciada”

Organização denuncia “restrições significativas” à resposta humanitária e aponta que “o atual enfoque no ‘terrorismo’ serve claramente os interesses políticos e económicos daqueles que intervêm em Moçambique”, à custa de “salvar vidas e aliviar o imenso sofrimento” do povo.

Num comunicado emitido esta quarta-feira, a organização humanitária internacional assinala que “embora o conflito tenha ocorrido desde 2017, recebeu muito pouca atenção política dos governos regionais ou atores internacionais - exceto aqueles interessados ​​nas reservas de gás de Moçambique ou contratos militares privados”.

“Muito menos atenção tem sido dada ao número crescente de pessoas deslocadas - agora mais de 700.000 - e à crítica crise humanitária que a província enfrenta”, escrevem os Médicos Sem Fronteiras.

Cabo Delgado: “A prioridade tem de ser o povo, não os investimentos”

De acordo com Jonathan Whittall, diretor do Departamento de Análise da organização, “Cabo Delgado pode não ser um conflito esquecido, mas certamente é uma crise humanitária negligenciada”.

“E agora, com a atenção da região da SADC e dos apoiantes internacionais do governo moçambicano fixados quase exclusivamente na ‘luta contra o terrorismo’, as soluções propostas podem mais uma vez ignorar a necessidade urgente de salvar vidas e aliviar o sofrimento de dezenas de comunidades afetadas pelo conflito”, alerta Whittall.

Cabo Delgado: “Pemba está uma catástrofe”

O responsável dos Médicos Sem Fronteiras refere ainda que, “embora as razões para este conflito possam ser multifacetadas e complexas, as consequências da violência são extremamente simples: medo, insegurança e falta de acesso às necessidades básicas de sobrevivência, incluindo comida, água, abrigo e cuidados de saúde urgentes”.

"Escala da resposta humanitária não corresponde de forma alguma à escala das necessidades”

Enquanto isso, continua Jonathan Whittall, “restrições significativas são colocadas ao aumento da resposta humanitária devido à contínua insegurança e aos obstáculos burocráticos que impedem a importação de certos bens e a emissão de vistos para trabalhadores humanitários adicionais”.

Cabo Delgado: “A melhor estratégia de contrainsurgência é gerar empregos e desenvolvimento”

ANGOLA - População rural considera o Estado angolano como inimigo, diz ONG

Camponeses estão marginalizados e expulsos das suas terras a favor de indivíduos ricos, dizem essas organizações

A associação Rede Terra apresentou publicamente um protesto junto da Assembleia Nacional, da Presidência da República, da Provedoria de Justiça e de igrejas do país onde pede que a administração do Estado passe a tratar com mais dignidade milhares de pessoas em comunidades rurais espalhadas pelo território nacional.

A associação diz que essas comunidades têm sofrido de exclusão social e todo tipo de prejuízo em favor de uma minoria.

Num documento com cinco pontos entre os quais “queremos títulos de terras”, “o país não tem leis que regulem o poder das autoridades tradicionais e ainda a exigência de se titular os territórios.

A Rede Terra pede ainda a realização de um debate nacional sério e responsável sobre os territórios tradicionais.

Bernardo Castro, o responsável pela Rede Terra, diz que há “famílias inteiras entregues à sua sorte, com empobrecimento crónico, permanente insegurança de posse”.

Castro disse tratarem-se de “territórios completamente esquecidos, ninguém fala delas, o sistema jurídico estadual contra um sistema jurídico tradicional, questões de fundo a serem silenciadas, isto é perigoso para o desenvolvimento sustentável".

Para Bernardo Castro, "actualmente o inimigo número 1 da população é o próprio Estado, pela violência das suas políticas que geram incertezas e muita vulnerabilidade”.

“Desenvolveram-se paradigmas entre o urbano e o rural onde o rural é tido como o subdesenvolvido, não civilizado”, disse acrescentando que são gerritórios que “desde a colonização estão entregues à sua sorte sem qualquer proteção"

A SOS Habitat que trabalha com as comunidades diz comungar com a pressão da Rede Terra André Augusto dessa organização disse que "de um tempo a esta parte esta franja da sociedade tem estado a ser prejudicada por interesses de indivíduos com maiores posses”.

“Temos por exemplo a comunidade de Ijila Ngola em Kitexe no Uíge, onde um empresário juntamente com a administração local está a fazer tudo para despejar aquela comunidade”, contou.

“São cerca de 150 famílias em risco de perderem as suas habitações e terras de cultivo e o mesmo acontece no Huambo onde 5.000 famílias perderam as suas terras para dar lugar a centralidades e auto construções dirigidas", relatou.

VOA – 11.05.2021

PS: E em Moçambique será muito diferente?

Todo o cuidado é pouco. Verdade?

NOTA: Porquê selectivamente o pessoal diplomático? Pelo apoio dado à FRELIMO? Talvez...

Fernando Gil

MACUA DE MOÇAMBIQUE

Jornal Público(Lisboa) de 13.05.2021

Leia aqui

Download Publico Lisboa-13.05.2021

Destaque:

Nyusi vai em breve a Paris e “provavelmente” vai aceitar a presença de militares franceses

(Págs. 20 e 21)

Bagamoyo

Por: Elísio Macamo

Em 1968 realizou-se o II Congresso da Frelimo. Demorou a acontecer. Estava aí a ler o relatório que, pelos anglicismos,  deve ter sido inteiramente redigido pelo então Presidente, Eduardo Mondlane. O relatório explica porque o Congresso teve que ser adiado. Fala dos problemas internos, da desunião, das deserções, dos conflitos internos, enfim, de várias coisas próprias dum movimento em formação. Mas é um relatório impressionante por mostrar um Presidente que sabe o que está a fazer, reconhece os revezes, procura contorna-los e tudo isto sem sacrificar o objectivo final. É um Presidente que fala ao Congresso a partir duma visão. Não é possível ler o relatório, mesmo torcendo o nariz perante alguma linguagem e aspectos da visão, sem ficar com a impressão de que a Frelimo já teve à sua frente uma pessoa com noção.

Mas há uma passagem ainda mais interessante. Mondlane fala de Bagamoyo, o primeiro campo militar da Frelimo. Ele explica o significado do termo que segundo ele seria algo como “Quebra-Espíritos” (possivelmente, cogita ele, em referência ao comércio de escravos ou ao facto de ter sido a primeira capital da colonização alemã e que tenha feito referência à destruição da vontade de liberdade dos africanos). Serve-se do termo para dizer que o II Congresso deve ser um encontro em que a Frelimo deve reavivar a “esperança e a fé”. Um golpe retórico fulminante que o País, mas sobretudo a Frelimo hoje precisariam quando faltam poucos dias para a realização da reunião do Comité Central.

As coisas não estão bem. Cabo Delgado e a forma como a violência cresceu e caiu fora do controlo do governo são, talvez, o exemplo mais claro disto. Algumas centenas de jovens armados estão a levar a melhor sobre um Estado com generais, majores e coroneis, todos eles formados em academias militares de praticamente todo o mundo e coadjuvados por mercenários. Segundo informações que circulam por aí, soldados fazem-se passar por Jihadistas e assaltam bancos. Correm rumores de que “desapareceram” mais de 100 soldados fardados e ninguém sabe onde estão. Ontem falava-se dum ataque a Nacala Porto e da ocupação, por Jihadistas, de ex-bases da Renamo em Nampula. Existem fortes suspeitas de que as nossas FDS estão infiltradas, em troca de dinheiro, que os nossos soldados são indisciplinados (aparentemente, os Jihadistas fazem os grandes ataques nos dias de pagamento, pois sabem que soldados estarão bêbados...). Grandes investimentos foram adiados, o povo perdeu o respeito pelos governantes e os governantes eles próprios também já nem fingem que nunca respeitaram o povo.

O que Cabo Delgado mostra, contudo, é que o modelo da Frelimo que vem dos tempos que já lá vão se esgotou. O ideal continua intacto, mesmo se não dá para acreditar, mas o veículo que devia viabilizar esse ideal, portanto, a estrutura e cultura política da Frelimo, já não serve. Guebuza tentou mudar isso incutindo maior capacidade operacional ao partido. Ele conseguiu revitalizar o partido, mas num contexto do “quem ganha fica com tudo” que é característico do nosso sistema político (portanto, quem controla o Estado controla tudo), os ganhos registados na modernização do partido foram à custa do enfraquecimento de toda a política. Isso permitiu que o partido se tornasse no seu próprio maior obstáculo com a complacência e a promoção da conivência como postura política ideal.

Com a passagem do testemunho para uma nova geração, esperava-se que houvesse novos impulsos que corrigissem os excessos e renovassem a Frelimo. Curiosamente, as “dívidas ocultas” foram um lance de bola excelente para um líder com visão rematar certeiro em direcção à renovação que se impunha. A oportunidade foi desperdiçada porque ao invés de olhar para as fraquezas estruturais que esse problema trouxera à superfície, e corrigi-las, a nova liderança, talvez por também ter estado envolvida nas “dívidas ocultas” (mesmo que apenas por omissão), ou por incapacidade, preferiu reduzir isso a um problema de ganância pessoal e contentou-se em dar vazão, mesmo no interior do partido, à “caça às bruxas” sobre a qual Guebuza se queixou, e com razão, naquela famosa reunião do Comité Central. Hoje, o País está ainda mais de rastos e, curiosamente, algumas pessoas voltam à si do estupor da perseguição de fantasmas e parecem cair na real em relação à possibilidade de o projecto de defesa que levou às dívidas ocultas ter feito sentido. Alguém tinha agido com visão, pese embora o aproveitamento individual que acabou inviabilizando o projecto.

SUL-AFRICANO ASSASSINADO EM NACALA-PORTO

Um cidadão sul-africano, identificado pelo nome de António, aparentando 50 anos de idade, foi assassinado na madrugada de segunda-feira, por um grupo de 20 indivíduos ainda a monte, num crime hediondo, que chocou a cidade de Nacala-Porto.

Segundo apurou o “Notícias”, o finado era funcionário de uma das empresas que presta serviços ao Porto de Nacala.

Os malfeitores terão invadido à sua residência na zona do Farol.

Algumas testemunhas contaram que quando a vítima se apercebeu da presença de estranhos, terá aberto a porta e tentado fugir. Os meliantes recorreram a catanas e outros instrumentos contundentes para tirar a vida ao cidadão e, acto contínuo, apoderaram-se de televisor, computadores e vestuário.

NOTÍCIAS - 13.05.2021

ÁFRICA DO SUL / MOÇAMBICANO DETIDO COM DROGA AVALIADA EM 32 MILHÕES DE RANDES

       As autoridades sul-africanas detiveram, terça-feira, um cidadão de nacionalidade moçambicana no posto fronteiriço de Lebombo, na posse de droga avaliada em 32 milhões de randes.
       O porta-voz da polícia da província de Mpumalanga, brigadeiro Leonard Hlathi, disse que o suspeito, de 63 anos de idade,  foi surpreendido na posse de droga quando estava viajando de Moçambique para a África do Sul.
        Membros da Polícia Sul-africana e das Alfândegas, no Serviço de Receitas da África do Sul, mandaram parar a sua viatura durante uma operação conjunta de rotina.
         “Revistaram o veículo, uma carrinha de cabine dupla de marca Toyota, tendo encontrado cerca de 136 quilos de uma substância que se suspeita ser heroína, bem como 19 quilos de metanfetamina cristal, cujo valor combinado é de cerca de 32 milhões de randes. As drogas estavam escondidas debaixo de sacos de carvão na parte traseira da carrinha”.
AIM - 13.05.2021

África sem vergonha

Onze estadistas africanos marcam presença, esta quarta-feira, na investidura de Yoweri Museveni, presidente do Uganda há 35 anos. Museveni, de 76 anos de idade, é empossado pela sexta vez como presidente daquele país da África Oriental. Ele foi declarado vencedor nas polémicas eleições de Janeiro com 58 por cento de votos, numa votação marcada por uma profunda contestação e uma violência eleitoral que ceifou a vida de mais de 55 pessoas, deixando outras centenas atrás das grades. Museveni tem fortes ligações com a Frelimo.

Entretanto, a oposição mantém a sua posição de que a eleição para estender o governo do partido de Museveni, o Movimento de Resistência Nacional, para 40 anos, foi fraudulenta. Lembre-se, Museveni ganhou o escrutínio com 5.850.000 votos, correspondentes a 58.64 por cento, enquanto o seu principal opositor, Bobi Wine, obteve 3.480.000, ou seja, 34.83 por cento. Reagindo às duras críticas da oposição, a Ministra na Presidência, Esther Mbayo, declarou num comunicado de imprensa: "onde fracassamos na nossa gestão dos processos eleitorais como governo, impusemos todos os remédios e seguimos em frente. Nenhum país sob o sol atingiu 100 por cento de perfeição em democracia”, referiu.

Leia aqui África sem vergonha (cartamz.com)

Semanário Zambeze nº 953 de 13.05.2021(capa)

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